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Chevrolet Bolt mostra que elétrico já é realidade
Avaliação

Chevrolet Bolt mostra que elétrico já é realidade

Hatch com porte próximo ao de um VW Golf tem motor de 200 cv, é bom de guiar, confortável e repleto de tecnologia

Tião Oliveira, de Detroit

18 de jun, 2017 · 5 minutos de leitura.

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Crédito:Chevrolet

A General Motors está passando pela mais profunda transformação desde que a empresa foi criada, em 1908. O mais emblemático símbolo dessa mudança é o Chevrolet Bolt EV, hatch 100% elétrico lançado no início deste ano, nos EUA, que roda cerca de 380 km sem necessidade de recarregar as baterias.

O primeiro produto dessa nova GM é a atual geração do Cruze (vendida também no Brasil), cujo destaque é o motor 1.5 turbo, algo impensável há até pouco tempo em um modelo de uma companhia consagrada por seus V6 e V8. O Bolt é a consolidação dessa renovada vertente da Chevrolet, que ganhou importância em nível global e passou a receber os maiores investimentos entre as marcas do grupo norte-americano.

O Bolt é 9 cm mais curto que um Volkswagen Golf e, graças aos incentivos oferecidos pelo governo aos consumidores daquele país, o preço inicial, de US$ 37.495 (cerca de R$ 123 mil) cai para algo como US$ 30 mil (R$ 100 mil) – na conversão direta. Esse valor é próximo ao de rivais como o e-Golf e o Ford Focus Electric, nos EUA.

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Mas pesa a favor da Chevrolet o fato de o Bolt ser um elétrico nato, pensado desde os primeiros esboços para ter essa propulsão, enquanto os concorrentes são versões de modelos com motores a combustão.

Os cerca de 200 cv de potência e 27 mkgf de torque gerados pelo motor elétrico estão disponíveis instantaneamente quando se pisa forte no acelerador. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em menos de 7 segundos, de acordo com dados da fábrica, e as baterias ficam no assoalho (plano), liberando espaço na cabine para ocupantes e carga.


A posição de dirigir é elevada, como em utilitários, e a grande área envidraçada faz com que o hatch pareça ser maior. Na prática, o Bolt é um carro muito equilibrado, confortável, espaçoso e (o melhor de tudo) gostoso de dirigir. Quatro adultos com mais de 1,8 metro de altura viajam bem graças à boa distância entre os eixos, de aproximadamente 2,6 metros – a mesma do sedã Cobalt.

O Bolt também oferece uma série de soluções eletrônicas e, nos EUA, a rede 4G LTE garante rapidez na troca de dados por meio de internet de alta velocidade. A central multimídia MyLink tem tela de 10,2 polegadas e há wifi a bordo.


Dá para parear smartphones com sistemas como Android Auto e Apple Carplay. Além de facilitar a operação, o fato de haver menos hardwares contribui para reduzir o peso do carro.

Em tomadas convencionais, o tempo para recarga completa das baterias é de cerca de nove horas. Uma boa solução é o sistema de recarregamento rápido, que permite “reabastecer” 80% da carga em 60 minutos. Por ora, a GM informa que não tem planos de vender o Bolt no mercado brasileiro.

Ficha técnica


Preço sugerido*

US$ 37.495

Motor


Elétrico, 60kWh

Potência (cv)**

200 instantâneo


Torque (mkgf)**

27 instantâneo

0 a 100 km/h


7 segundos

Comprimento

4,17 metros


Entre-eixos

2,6 metro

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.