Um ocupante de veículo sem o cinto de segurança pode ser arremessado à frente com uma força até 50 vezes maior do que seu peso. Quanto maior a velocidade do carro no momento do impacto, maiores serão o impulso e os danos causados aos passageiros. É isso que mostra um estudo realizado pelo CESVI (Centro de Experimentação e Segurança Viária) com a seguradora MAPFRE.
Uma pessoa de 75 kg, por exemplo, é lançada com uma força de 3 mil kg se o automóvel estiver a 64 km/h. E mesmo a uma velocidade baixa, de 15 km/h, o peso deste ocupante já se torna oito vezes maior, indo a 600 kg no momento do impacto.
Os objetos no interior do veículo também devem ser motivo de preocupação. Quando arremessado em uma colisão a 64 km/h, um celular de apenas 150 gramas atinge o peso de 6 kg. Já um notebook de 2kg é arremessado com uma força de 80 kg.
O coordenador técnico do CESVI/MAPFRE, Alessandro Rubio, adverte para a maior negligência dos passageiros do banco traseiro, que se preocupam menos em usar o cinto do que o motorista e o carona. Para ele, isto acontece “devido à falsa sensação que as pessoas têm de que serão protegidas pelos bancos da frente e não correm risco de sofrerem graves lesões ou de serem arremessadas do carro, no caso de uma colisão”.
Cintos de três pontos
No Brasil, ainda é permitido fabricar veículos com cinto de dois pontos (ou subabdominal) para o passageiro traseiro central. Porém, a partir de 2020, todos os automóveis deverão sair de fábrica com o cinto de três pontos para todos os ocupantes, conforme determinado por uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Comparado ao de dois pontos, o dispositivo minimiza as possíveis lesões que os passageiros possam sofrer em caso de colisão.
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