Geek My Ride

Pilotos também podem virar robô

O mundo está mudando rapidamente na frente de nossos olhos inquietos. A definição cada vez maior das telas de nossos... leia mais

Diego Ortiz

15 de set, 2014 · 4 minutos de leitura.

Pilotos também podem virar robô

O mundo está mudando rapidamente na frente de nossos olhos inquietos. A definição cada vez maior das telas de nossos gadgets nos mostram a indefinição em que nos encontramos e que nos leva sem rumo ao desconhecido. Toda essa filosofia de botequim serve de introdução a um pergunta nada simples. Onde vão parar os esportes a motor que tanto amamos?

Motores elétricos já foram empurrados com torque máximo para algumas modalidades de turismo, com ápice geral nas 24 Horas de Le Mans. E a F-1 usa hoje um motor 1.6 turbinado bem chocho por causa de questões de emissões de poluentes e consumo de combustível.

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No entanto, o próximo passo (talvez não o próximo, mais alguns adiante) deve ser ainda mais radical. Com as previsões de termos 75% da frota composta por carros autônomos até 2035 em mercados mais desenvolvidos, crescerá a falta de importância do motorista. Promessas cumpridas de menos acidentes tornarão mortes no trânsito algo raro, fora do triste cotidiano de hoje.

Com um mundo estupefato pela falta que o motorista não faz, será que eles ainda serão aceitos nos carros de corrida. Sim, muito da graça de hoje está nos acidentes não fatais. Mas ainda eles continuarão divertidos em um mundo “limpo” e ainda mais virtual? Pode ser que não. E pode ser que até eles, os heróis das pistas, se tornem obsoletos.

Neste cenário, duas opções seriam razoáveis. Carros de corrida autônomos, dotados de inteligência artificial, que levariam na direção do pódio os melhores programadores. Ou avatares dos pilotos, que comandariam os carros a distância sem risco às suas integridades. Eu ainda preferiria a segunda e imaginária opção. Não trocaria nunca a genialidade de Senna e Schumacher ou a loucura de um Mansell ou Hunt pelos movimentos matemáticos de um robô.


Mas eu poderei ser o últimos dos caretas, quem sabe. Digo isso porque nunca vou ter um carro autônomo. NUNCA. Por mais que ame tecnologia, o pensamento é simples: se o meu celular trava eu fico sem ligar, se o meu carro trava eu morro. Pode ser que a tecnologia como um todo evolua até o não travamento, mas em 2035 a gente conversa de novo sobre isso.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”