A Ferrari 296 GTB une o passado e o futuro da marca. Afinal, é o primeiro carro da italiana com motor V6 desde a Dino, de 1976. Porém, o 3.0 biturbo a gasolina, que gera 663 cv de potência, não atua sozinho. Ou seja, faz parte de um conjunto híbrido plug-in. Há outro elétrico, alimentado por um pacote de baterias de 7,45 kWh, que gera 167 cv. O é automatizado de oito velocidades e duas embreagens.
Assim, no total são 830 cv e 75,45 mkgf de torque. Como resultado, a Ferrari 296 GTB acelera de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos e chega a 330 km/h. Além disso, o carro faz, em média, 15,6 km/l e, no modo 100% elétrico, dá para rodar 25 km.
O lançamento no Brasil ocorreu há quase um ano. Porém, as primeiras unidades começaram a chegar recentemente. Os preços são de R$ 4,8 milhões para a Ferrari 296 GTB, e de R$ 5,1 milhões para a GTS, que é conversível. Seja como for, viajamos aos Estados Unidos para avaliar o terceiro híbrido da marca. O primeiro foi a LaFerrari e o segundo, a SF90 Stradale.
Motor V6 biturbo chega a 8.500 rpm
Porém, antes de pisar forte no Circuito das Américas, no Texas, testamos as respostas do esportivo em um pequeno trecho com cones. Ministrado pelo time do Corso Pilota, o treinamento básico (há várias fases, até a profissional) incluiu manobras rápidas em pista seca e, depois, molhada.
No menor carro da Ferrari atualmente, o V6 biturbo pode chegar a 8.500 rpm, o que faz com que seu ronco se equipare ao de motores V8. Por sua vez, os dois turbos garantem 24% de sobrealimentação. Bem como o giro pode chegar a 180 mil rpm.
Nova Ferrari 296 GTB é berlinetta
Além disso, o sistema de injeção atua com 350 bar de pressão. Para comparação, no motor 1.0 turbo dos Volkswagen Polo e Nivus, por exemplo, a pressão varia de 50 a 200 bar. Como resultado, no motor V6 da Ferrari, a potência por litro é de 221 cv. Ou seja, são 2.999 cm³ e 663 cv.
Embora a potência seja notável, há outros fatores que explicam as boas respostas do esportivo. Por exemplo, o ângulo de 120° entre as bancadas de cilindros – em geral, são 90°. Com isso, foi possível reduzir o centro de gravidade do carro em 15 mm. Assim, a resistência ao ar é ainda menor.
Além disso, as respostas ao acelerador são diretas e muito vigorosas. Da mesma forma, colabora o defletor de ar no vidro traseiro, que remete ao da 512 Berlinetta Boxer, de 1973. Aliás, a Ferrari 296 GTB, sigla de Gran Turismo Berlinetta, traz a versão moderna desse tipo de carroceria. Afinal, trata-se de um cupê de dois lugares e que tem vidro traseiro a 45°. Ou seja, em posição praticamente vertical.
Boa de curva
Há cinco opções de modos de condução. Eles vão do Full Electric (totalmente elétrico) ao Qualify. Neste, voltado para pistas, toda a potência e torque ficam disponíveis de forma visceral. Como resultado, as acelerações são parecidas com as de carros de corrida.
Nesse sentido, a estabilidade impressiona. O sistema de suspensão é formado por um conjunto de duplo quadrilátero na dianteira e do tipo Multilink atrás. Já os amortecedores têm controle eletrônico. Porém, a Ferrari 296 GTB não apenas acelera fortemente e faz curvas com maestria. Ela também freia muito bem graças, em parte, aos discos de carbono-cerâmica.
Acabamento caprichado
Na dianteira, as peças têm 398 mm de diâmetro e 38 mm de espessura. Na traseira, são 360 mm e 32 mm, respectivamente. Como resultado, vindo a 200 km/h o carro precisa de só 107 metros para estancar.
No mais, a Berlinetta tem tudo que se pode esperar dos carros da marca. Ou seja, acabamento para lá de caprichado, com materiais como fibra de carbono.
É o caso da estrutura dos bancos, das aletas para trocas de marcha e dos retrovisores externos, por exemplo. No mesmo sentido, há painel digital, no qual se destacam o enorme conta-giros, à direita, bem como a indicação da marcha engatada. Revestimentos de couro e Alcântara também estão no pacote.
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Inscreva-seAtualizada em 31/5, às 16h42