O mercado de veículos elétricos acaba de ganhar mais um integrante, o JAC E-JS4. O modelo é baseado no irmão T60 – renovado em dezembro -, mas tem como principal novidade, a motorização 100% elétrica. Com pré-vendas desde maio, o SUV médio chega ao mercado por R$ 249.900. A montadora, representada no Brasil pelo Grupo SHC, tem meta ousada e quer vender 50 unidades por mês.
Antes de falar do carro em si, cabe destacar que a JAC Motors tem, nesse sentido, outras apostas. Para ampliar sua linha 100% elétrica, a marca trará, em outubro, o compacto E-JS1 (leia aqui). Este, no entanto, promete ser o carro elétrico mais barato do Brasil. Vai custar R$ 149.900.
“Até por questões de infraestrutura, renda do brasileiro e falta de incentivos fiscais, não é fácil emplacar carro elétrico no Brasil. Mas o consumidor já vem percebendo as vantagens desse tipo de veículo, principalmente, o baixo custo de manutenção” afirma Sergio Habib, presidente do Grupo SHC e da JAC Motors Brasil.
O executivo afirma que as revisões entre 10 mil km e 60 mil km do E-JS4 custam R$ 740. Esse valor, em síntese, é menor que a revisão de 20 mil km de modelos a combustão. Isso é mérito da ausência de autopeças em carros elétricos, o que também facilita sua construção. “O custo de manutenção é seis vezes mais barato (que um modelo a combustão)”, afirma Habib.
Motor de 150 cv e 35 quilos de torque
Nele, o motor tem potência equivalente a 150 cv. O torque, imediato como em todo carro elétrico, é de 34,7 mkgf. Na prática, respostas prontas ao pedal do acelerador. E, nesse sentido, chegar aos 100 km/h leva 7,5 segundos, afirmam os dados da marca.
Ao volante (o test-drive de lançamento foi de São Paulo a Mogi das Cruzes, no interior), a carroceria tem certa rolagem, o pedal do freio é meio duro e o desempenho não surpreende (a não ser pelo imediatismo do torque). Mas atende bem a proposta de carro elétrico, voltado ao uso urbano. De acordo com a JAC, a velocidade máxima é de 160 km/h. A cereja do bolo é o silêncio total. Na estrada, ouve-se apenas o contato dos pneus com o asfalto. Além de emissões, a poluição sonora também zera.
O câmbio do E-JS4 é linear, tem uma só marcha. Ou seja, nada de trocas, nem solavancos. Aliás, uma curiosidade, diferentemente do modelo T60, o novato exclui a alavanca do console central e, no lugar, coloca um botão giratório. É por ele que se alterna as posições “R” (ré), “N” (Neutro) e “D” (Drive). O “P” (Parking) é selecionado por meio de um botão circular – no miolo.
Baterias
As baterias de fosfato de ferro-lithium têm 55 kWh de capacidade máxima de recarga e rendem ao E-JS4 autonomia total de 420 km. Isso, contudo, pode ir para mais ou para menos – tudo depende de fatores como a tocada do motorista e as condições de tráfego. No trânsito, por exemplo, fica mais econômico por causa da regeneração da energia desperdiçada na hora da desaceleração. Quanto mais se alivia o pedal da direita, mais carga a bateria absorve.
No mais, há sistema de refrigeração. Ou seja, o conjunto impede a interferência de temperaturas externas nos módulos. Isso, em suma, mantém a eficiência de operação do sistema. Por exemplo, mesmo em dias muito frios, as baterias funcionam normalmente por causa dessa alto regulagem.
A marca informa que o E-JS4 tem consumo de 13 kWh por 100 km. Levando em conta uma recarga completa ao custo médio de R$ 0,60 por kWh, o proprietário do E-JS4 gasta R$ 7,80 a cada 100 km rodados. Em relação a tempo, são necessárias 8 horas para recarregamento total em carga lenta.
Visual
Como se baseia no T60, o E-JS4 tem a mesma “cara” do modelo a combustão. Destaque para a dianteira, com faróis posicionados dentro da “grade” – ladeada por elementos em forma de “L” – e para as luzes em LEDs, posicionadas na base do capô dianteiro. Essas, inclusive, têm formato bumerangue, assim como as lanternas traseiras.
A frente, porém, é cortada por um filete cromado. E, lá atrás, quem une as lanternas é uma régua em LEDs. Nas laterais, as rodas são de 17″ e, no entanto, é o único detalhe que difere do T60. Quando foi desenhado no JAC Design Center, na Itália, o modelo teve supervisão da Volkswagen.
Da porta para dentro
Com acabamento caprichado, o interior do SUV da JAC agrada. Tem partes em plástico, evidentemente, mas também texturas em soft touch, black piano e até superfícies revestidas com couro sintético – mesmo material dos assentos.
Destaque para as telas digitais tanto no quadro de instrumentos (personalizável) quanto no painel. A central multimídia, aliás, tem 10,25″ e reúne tecnologias como compatibilidade para Apple Car Play e Android Auto, e as câmeras de ré e 360 graus.
Por meio da tela há possibilidade de monitorar a utilização detalhada do sistema de propulsão. Durante nosso teste, entretanto, não foi possível mexer em todas as funcionalidades porque a central multimídia estava em mandarim. Os modelos que começam a ser entregues, porém, terão software em português, prometeu a JAC.
Mais conteúdo no JAC E-JS4
A princípio, a lista poderia ser um pouco mais recheada – tradição na JAC -, mas tem, de série, conexão bluetooth, leitor de MP3 e entradas USB – também para os passageiros traseiros. Há, ainda, ar-condicionado (automático e digital) com comandos touch, teto solar elétrico panorâmico e volante multifuncional. Falta, porém, a regulagem de profundidade – tem só altura.
Outro demérito é a regulagem elétrica do banco do motorista apenas em altura e distância. Para encontrar a melhor posição do encosto, é preciso recorrer à alavanca. No passageiro, nada de acionamento elétrico.
Ainda na lista de equipamentos, o SUV elétrico tem seis air bags, controlador de velocidade, faróis com regulagem elétrica de altura do facho, retrovisor interno antiofuscante, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, entre outros itens. Tudo é de série.
Por fim, o pacote reúne controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sistema de monitoramento da pressão dos pneus e Isofix.