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Alta do IPI pode afastar novas fábricas, diz Jorge
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Alta do IPI pode afastar novas fábricas, diz Jorge

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge disse que as medidas anunciadas pelo governo para a indústria automobilística são estranhas e desnecessárias. Para ele, a decisão pode afastar as montadoras que planejavam...

17 de set, 2011 · 4 minutos de leitura.

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 Alta do IPI pode afastar novas fábricas, diz Jorge

Anne Warth

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Miguel Jorge disse que as medidas anunciadas pelo governo para a indústria automobilística são estranhas e desnecessárias. Para ele, a decisão pode afastar as montadoras que planejavam investir e construir novas fábricas no País – como JAC e Chery.

“Acredito que a indústria brasileira não precisa disso. A parcela dos veículos importados nas vendas no País é pequena”, afirmou, ressaltando que a maioria dos veículos importados vendidos no País vem do Mercosul e do México, com os quais o Brasil possui acordos. “Isso vai desestimular a entrada de novas fábricas no Brasil. Eu, se fosse presidente de uma montadora que estava para entrar no País, reveria minha posição”, acrescentou.

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A JAC após divulgar em nota que mantinha os planos de fabricar no País, apontou que pode voltar atrás. “Do jeito que está escrito o projeto hoje, a construção da fábrica fica inviável”, disse o presidente da empresa, Sérgio Habib.

De acordo com o ex-ministro, é difícil para uma montadora recém-instalada no País iniciar a produção local com alto conteúdo local de peças. “É absolutamente natural que as fábricas novas iniciem a produção com baixo conteúdo local. Desenvolver fornecedores e peças é uma tarefa que leva tempo.”

O ex-ministro, que também foi vice-presidente de Assuntos Corporativos e Recursos Humanos da Volkswagen do Brasil por dez anos, disse que há peças que são comuns a todos os veículos, como bateria, pneu e radiador, mas que as mais importantes, como motor e câmbio, são mais difíceis para desenvolver.


Para Miguel Jorge, faltou conhecimento do governo sobre o processo de produção das fabricantes de veículos. “Se a intenção era aumentar o conteúdo local, o melhor seria fazer contratos com as novas montadoras com um compromisso de aumento bastante rápido de conteúdo local, com prazos definidos”, afirmou.

“O governo teve a melhor das intenções, mas precisaria de mais informações sobre o método de produção de veículos e um aprofundamento das discussões, inclusive envolvendo os trabalhadores, o que não aconteceu.”


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