Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

31/05/2023 - 7 minutos de leitura.

Anúncio do carro popular reaquece indústria e fábricas cancelam layoff

Anfavea diz que três montadoras cancelaram a suspenção de contratos de trabalho (layoff) em suas fábricas após o anúncio do carro popular

Corte no imposto vai baratear modelos de entrada no País Crédito: Rodolfo BUHRER/Renault

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Desde que surgiram os primeiros rumores de que o governo lançaria um plano para resgatar o carro popular no Brasil, especialistas foram enfáticos em dizer que a única possibilidade de tornar a ideia real seria cortar impostos para, então, baixar os preços. Pois, logo após o anúncio feito na última quinta-feira (25), com promessa de desoneração de IPI, PIS e Cofins para os veículos de até R$ 120 mil, já tem montadora respirando mais aliviada.

De acordo com Márcio Lima Leite, presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos (Anfavea), três fábricas suspenderam layoffs após o anúncio feito pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Ao Jornal do Carro, a Anfavea disse que, por questões de compliance, não pode apontar quais são as empresas. Mas, segundo Leite, a expectativa é de que a medida aumente a produção em até 300 mil carros.


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Volkswagen/Divulgação
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Por enquanto, o único ponto que se sabe é que uma delas é a Volkswagen. A montadora alemã tinha cogitado recorrer ao layoff, mas voltou atrás. Entretanto, a decisão veio antes mesmo do anúncio da desoneração fiscal pelo governo. De toda forma, o mercado já esperava pelo plano federal de estímulo ao setor automotivo. E a VW é uma das marcas que deverá obter as maiores reduções de preço com a linha Polo 2023 e o Polo Track, sucessor do Gol.

Plano do carro popular terá regras

O governo federal vai editar Medida Provisória até o fim da próxima semana. E, assim, promete cortar o IPI e o PIS/Cofins entre 1,5% e 10,96% para baixar o preço dos carros 0-km de até R$ 120 mil. Hoje, os carros mais baratos – Fiat Mobi e Renault Kwid – têm preço de R$ 68.990.

Fiat/Divulgação

Segundo as regras (que ainda serão detalhadas), a medida valerá somente para carros novos com preço de até R$ 120 mil. Entretanto, haverá critérios. Por exemplo, modelos menos poluentes terão desconto maior no IPI. Além disso, será considerado o índice de nacionalização. Ou seja, a quantidade de componentes de fabricação local. Dessa forma, quanto mais eficiente e quanto mais peças nacionais tiver, menos imposto vai pagar.

Até o fim da próxima semana, o Ministério da Fazenda dará seu parecer sobre o impacto fiscal que o pacote vai gerar. Facilidade de crédito e uso do FGTS na compra de carros, ao contrário do que se esperava, estão fora do plano anunciado pelo governo.

Por que os preços dos carros subiram tanto?

De acordo com um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a venda de carros usados no País passou a ser cinco vezes maior que a de carros novos em 2022. Isso, portanto, se dá por conta do alto valor dos carros 0-km. Em 2019, a média de valor de um carro de entrada 0-km era de R$ 30 mil. Em 2022, o valor subiu 70%, chegando a custar R$ 50 mil. Logo depois, em 2023, chegou a R$ 67 mil. Esse aumento se agravou na pandemia. Para se ter ideia, no fim de 2018, a versão básica do Renault Kwid tinha tabela de R$ 32.490.


Entre os motivos da alta estão a falta de peças na China (maior produtora de componentes automotivos) e aumento dos custos de produção e de frete no lockdown. Mas não é só. A alta do dólar e a guerra na Ucrânia, por exemplo, também contribuíram para a disparada de preços. Por fim, a crise de chips pegou a indústria em cheio. E ainda tem a legislação, que ficará mais rígida em 2024 com a obrigatoriedade do controle eletrônico de estabilidade (ESC).

Usados acompanharam

Daniel Teixeira/Estadão

Bem como os veículos 0-km, os carros usados também subiram de preço. Entretanto, tem gente que prefere um seminovo completo a um 0-km “pelado”. Assim, muitos consumidores acabaram precisando arcar com manutenções. E, para economizar, a alternativa foi comprar peças por conta própria e apenas pagar pela mão de obra.


De acordo com relatório do Mercado Livre, disponibilizado com exclusividade ao Jornal do Carro, “acessórios para veículos” foi a categoria mais procurada em 2022. O segmento cresceu 33% nas vendas em relação a 2021. Os dados internos de buscas e vendas na plataforma, com foco em Mercado Ads, indicou que, dentre os itens mais vendidos, estão som automotivo, macaco hidráulico, palhetas de limpador de para-brisas e tinta spray, por exemplo.

Já os itens mais buscados foram pneu aro 13, som automotivo e bateria de 60 amperes, entre outros. Em 2023, as vendas de um único item, o amortecedor, cresceram 35% no primeiro trimestre, aponta o relatório intitulado “A vida real no Mercado Livre”.

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