Todo ano, a Fórmula 1 começa com duas certezas: cada um dos 20 pilotos vai dizer que é melhor que os outros. E todos vão dizer que os carros de apoio (safety car e carro médico) são muito lentos. Mas a Aston Martin afirma que o DBX707 emprestado à FIA, com 707 cv, é o SUV mais rápido do mundo.
Segundo a fabricante inglesa, o DBX que vai servir de carro de socorro a partir deste final de semana, no GP do Bahrein, muda bastante em relação ao SUV da Aston Martin das concessionárias. A começar pelo motor V8 de 4 litros, biturbo, fornecido pela Mercedes-AMG.
Se no SUV de rua que custa US$ 500 mil esse motor gera 520 cv, aqui na F1 são 187 cv a mais. O torque sai de 71,38 mkgf para 91,77 mkgf. Essa diferença de 20,4 mkgf é tudo o que o motor do Volkswagen Polo 200 TSI entrega.
Até o câmbio, que parece ser o mesmo AMG MCT 9G-Tronic, de dupla embreagem e 9 marchas, muda. Ele recebe embreagens refrigeradas a óleo, em vez do sistema a seco. Também muda a suspensão, com molas mais firmes e amortecedores mais robustos, bem como freios e pneus reforçados para suportar esforço maior em curto tempo.
Carro médico esportivo
Por ser um carro médico, o Aston Martin DBX707 recebe ainda giroflex e prateleiras para transportar extintores de incêndio, maca e desfibrilador. Além disso, tem monitores para que piloto e médico conversem com a direção de prova, acompanhem as imagens da transmissão para a TV e também a biometria dos pilotos.
Em termos estéticos, o DBX especial usa bancos do tipo concha, com cintos de seis pontos e a mesma pintura dos carros da equipe Aston Martin F1. Ou seja, o verde britânico com detalhes em verde limão.
Mais rápido que supercarros
De acordo com a Aston Martin, o DBX707 especial acelera dos boxes até os 100 km/h em apenas 3,1 segundos, enquanto o SUV normal seria quase 1,5 segundo mais lento. Já a velocidade máxima absurda nem muda tanto: vai de 292 km/h para 310 km/h.
Mesmo sendo um SUV, o DBX pode acelerar mais que supercupês: o Aston Martin Vantage F1, safety car de 535 cv, acelera até 100 km/h em 3,5 segundos. Já o Mercedes-AMG GT Black Series, de 730 cv, que também correu a temporada passada, mas ainda não foi confirmado para este ano, cumpre o desafio em 3,2 segundos.
Parece demais, mas não é. A máxima estimada pela FIA para um carro de F1 atual beira os 350 km/h. Mas aceleram muito mais, chegando a 100 km/h em menos de 2,5 s. Ou seja, talvez a reclamação dos pilotos sobre o ritmo do carros de segurança na pista continue.