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Toyota desmonta carro da Tesla e engenheiros ficam surpresos
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Toyota desmonta carro da Tesla e engenheiros ficam surpresos

Experimento da montadora japonesa disseca o crossover elétrico Tesla Model Y, e os resultados são um "choque de realidade" dentro da Toyota

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

03 de mar, 2023 · 4 minutos de leitura.

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elétricos Tesla Toyota
Tesla Model Y foi o elétrico mais vendido dos EUA em 2023
Crédito:Tesla/Divulgação

Um time de engenheiros da Toyota desmontou completamente um Tesla Model Y, crossover da marca do bilionário Elon Musk. E o resultado do estudo causou surpresa aos japoneses. Um dos especialistas da marca descreve a construção do crossover elétrico norte-americano como “inacreditável”.

Após o desmonte do veículo, veio, então, o choque de realidade. A estrutura de produção dos carros da Tesla, com baterias integradas ao assoalho dos veículos, é incrivelmente simples. As partes frontal e traseira do Model Y são fundidas em peça única, por exemplo.



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O desmonte do Tesla não só causou espanto dentro da Toyota, bem como colocou em xeque alguns pontos da filosofia da montadora. Por exemplo, ao contrário da marca de Elon Musk, os japoneses estão atrasados e demoraram a desenvolver uma plataforma exclusiva para BEVs (sigla em inglês de “Veículos Elétricos a Baterias”). Por isso, esses carros disputam espaço no desenvolvimento e nas linhas de produção das fábricas com modelos a combustão e híbridos.

Toyota bZ4x elétricos
Toyota bZ4X elétrico (Toyota/Divulgação)

Com poucos elétricos, Toyota corre atrás da Tesla

Os números de vendas mostram a distância entre Toyota e Tesla no mercado de carros elétricos. Agora sob o comando de Koji Sato (Ex-Lexus), a japonesa tenta reduzir a distância para a rival da Califórnia, que parece melhor estruturada na produção. Afinal, a montadora de Elon Musk só faz veículos elétricos. E todos são construídos a partir de uma arquitetura mais simples e de menor custo (na comparação com modelos da Toyota, como o SUV elétrico bZ4X.


Dessa forma, a Toyota enfim entendeu que precisa se reinventar. Até mesmo em relação a recursos como, por exemplo, as atualizações remotas pelo ar (Over-the-Air), um dos destaques dos carros da Tesla, que produz veículos desde 2008.

Ou seja, mesmo com a contratação de ex-executivos da chinesa BYD, que é principal concorrente dos norte-americanos, a japonesa ainda tem um longo caminho pela frente. Com isso, a promessa é lançar uma plataforma 100% elétrica até 2026, bem como já anunciou que terá uma fábrica exclusiva para elétricos. Só então a Toyota deverá competir de igual para igual com a Tesla.

[Fonte: Automotive News Europe]


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”