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Bonitinho e invocado
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Bonitinho e invocado

Assim é o Mini Cooper Coupé S, que acaba de chegar ao Brasil e, nas ruas, é o carro da marca inglesa que causa mais impacto. Com tabela de R$ 149.950, ele facilmente se distingue dos "irmãos": a coluna "C" é inclinada e a parte traseira, bastante...

03 de fev, 2012 · 10 minutos de leitura.

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 Bonitinho e invocado

RAFAELA BORGES

Ele é pequeno e fofinho, mas tome cuidado: quando provocado, vira uma fera. Assim é o Mini Cooper Coupé S, que acaba de chegar ao Brasil e, nas ruas, é o carro da marca inglesa que causa mais impacto. Com tabela de R$ 149.950, ele facilmente se distingue dos “irmãos”: a coluna “C” é inclinada e a parte traseira, bastante pronunciada.

Ao rodar com o carrinho na cidade, olhares de admiração, cochichos e até gritinhos de “que lindo” são comuns. Mas não é o ambiente urbano o mais adequado para esse Mini. Ele é perfeito para viagens. Principalmente se houver uma serra no caminho.

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Com assentos para duas pessoas apenas, o Coupé S tem suspensão dura demais para as ruas cheias de irregularidades de cidades como São Paulo. O choque contra pavimentos ruins causa muito desconforto aos ocupantes. A carroceria acaba balançando muito e as peças da cabine batem umas nas outras, o que gera barulhos incômodos.

Em compensação, guiá-lo em estradas cheias de curvas é sensacional. A combinação de acerto da suspensão, baixo centro de gravidade e direção elétrica deixa esse Mini muito à mão. Some a isso os controles eletrônicos de estabilidade e tração e o Coupé S dificilmente escapa em curvas, mesmo quando levado ao extremo.


Essa aptidão esportiva é complementada pelo conjunto mecânico formado pelo motor 1.6 turbo a gasolina e o câmbio automático de seis velocidades. São 184 cv, que dão ao carro a boa relação peso/potência de 6,6 kg/cv. Outra virtude, seu torque alto, de 24,3 mkgf, está disponível de 1.600 a 5 mil rpm.

Esses números se traduzem em respostas impressionantes. Pressionar forte o acelerador assusta. O motor “enche” e o enorme ponteiro do conta-giros, na frente dos olhos do motorista, sobe rapidamente. A sensação é de que o Coupé dá um salto adiante. Instantaneamente, o corpo é jogado para trás.


O Coupé da a impressão de acelerar de 0 a 100 km/h em menos do que os 7,1 segundos divulgados pela fabricante. A aceleração é acompanhada pelo ronco esportivo do motor. Para apimentar mais a condução, dá para trocar marchas manualmente por hastes atrás do volante.

CARRINHO TEM INTERIOR PECULIAR


O porta-malas do Mini Cooper Coupé S reforça sua aptidão para ser usado em viagens. São apenas 280 litros (10 a menos que o de um Fiat Mille), mas seu formato permite levar ao menos duas malas médias. E ainda sobra espaço para uma pequena.

Por dentro, o carrinho tem peculiaridades como a tela redonda acima do console central, cuja moldura é o enorme velocímetro. Essa posição do marcador é uma das marcas registrada da Mini, mas na prática não funciona tão bem. É ruim ter de desviar os olhos para checar a velocidade. Essa informação também é projetada no quadro digital atrás do volante, mas os números são muito pequenos.

Voltando à tela central, por meio dela e de botões no console é possível controlar o sistema multimídia, com toca-CDs, entradas para aparelhos de armazenamento de arquivos digitais e navegador GPS , que deverá estar habilitado no fim do semestre. Abaixo do monitor está o ar-condicionado digital e, em seguida, os comandos de acionamento dos vidros elétricos – estes são mal posicionados, por sinal.


Os bancos são revestidos de couro, assim como o volante, que tem ajustes de altura e profundidade. A posição ideal de guiar é boa e pode ser ajustada, pois há regulagem de altura do assento. Já a alavanca que regula o nível do encosto é mal posicionada e difícil de manusear.

Externamente, chama a atenção o grande aerofólio, que além de realçar a esportividade do visual, melhora a aerodinâmica. Esse dispositivo pode ser rebatido por meio de um botão na barra acima do para-brisa.
Além da versão S, o Coupé tem uma configuração mais mansa, com motor 1.6 de 122 cv e preço sugerido de R$ 134.900.


ROADSTER: PRÓXIMA OPÇÃO A CHEGAR

Nos primórdios, a Mini não oferecia variações de carroceria para o Cooper. Havia apenas o hatch com diversas versões de potência e acabamento nas configurações fechada e conversível.

Depois que o controle da marca inglesa passou à alemã BMW, isso começou a mudar. Sobretudo nos últimos anos.
Primeiro veio o Clubman, com carroceria esticada e jeitão de minivan. Em 2010 chegou ao Brasil o Countryman, crossover com opção de tração 4×4.


A carroceria Coupé, mais distinta de todas, acaba de desembarcar aqui. Sua versão John Cooper Works, com motor de 211 cv, será lançada no País em junho. Logo depois será a vez do Roadster, a opção conversível do cupê.

A expansão da linha não para por aí. Em 2013 deverá chegar a configuração final do Paceman, que foi mostrado em forma de conceito. O carro é chamado de “versão cupê do Countryman”.


E 2014 deverá marcar a estreia da próxima geração de modelos da marca. Toda a linha vai mudar e o primeiro a chegar será o hatch Cooper. Ele ficará maior que o atual e ganhará opção quatro-portas.

Em seguida está prevista a reformulação do Clubman, que passará a ter carroceria de quatro portas, em vez das três atuais. Esse modelo compartilhará plataforma com o hatch.

Também estão previstos novos produtos. Um deles será um monovolume que deverá utilizar a base do sedã que a BMW está desenvolvendo exclusivamente para abastecer o mercado chinês.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”