Parece que a BYD não vai medir esforços para crescer no Brasil. A marca chinesa, que já ocupa a 10a posição entre as marcas mais vendidas no País no primeiro semestre deste ano, vem mostrando uma estratégia agressiva de vendas. Prova disso é o lançamento do Song Pro, que chega às lojas nesta semana. O SUV supera o irmão Song Plus e se torna o SUV híbrido plug-in mais barato do Brasil. São duas versões: GL, de R$ 189.800, e GS, de R$ 199.800.
Assim, o recém-chegado é mais em conta que as versões híbridas de Toyota Corolla Cross e GWM Haval H6 HEV2 (que não são plug-in). Desse modo, fica mais próximo às versões intermediárias do Jeep Compass apenas a combustão, por exemplo. Mas vale lembrar que esse preço é válido para as primeiras 3.000 unidades, depois o valor subirá R$ 6 mil. Ah, e ele ainda é um dos modelos que terá produção nacional no ano que vem.
A missão de concorrer com o pelotão acima – sejamos claros: para bater de frente com o Haval H6 PHEV19 – ficará à cargo do Song Plus 2025, que deve ter o preço reajustado em breve, assim como a BYD já fez com outros modelos da linha como Dolphin, Yuan Plus e Seal. Além de justificar o acréscimo por conta do aumento dos impostos para carros eletrificados, a manobra vai ajudar a distanciá-lo do novato.
Como é o BYD Song Pro
O Song Pro nada mais é que a geração anterior do Song Plus reestilizada. É algo parecido com o que a RAM fez com a 1500 e a Classic (que recentemente ganhou uma versão de despedida no mercado brasileiro): trazer duas gerações distintas do mesmo carro. A BYD diz ser um carro totalmente diferente, mas além das medidas bem próximas, até o conjunto mecânico é parecido.
Ambas as versões são equipadas com motor 1.5 aspirado a gasolina que trabalha junto de um elétrico. O que muda é o tamanho das baterias. A GL, de entrada, tem bateria de 12,9 kWh, enquanto a da GS, de topo, tem 18,3 kWh. Dessa forma, o primeiro entrega 223 cv de potência combinada (o torque não foi divulgado) e a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8,3 segundos. Já o segundo rende 235 cv e 43 mkgf, e cumpre a tomada de tempo em 7,9 segundos.
Em termos de tamanho, o SUV tem 4,74 metros de comprimento, 1,71 m de altura, 1,86 m de largura e 2,72 m de entre-eixos. São medidas bem próximas às do Song Plus, que tem 4,70 m, 1,68 m, 1,89 m e 2,76 m, respectivamente. Ou seja, o Pro é mais longo e alto que o irmão, mas é mais estreito e tem distância entre-eixos menor. O novo SUV perde também em relação ao porta-malas, com 520 litros (contra 574 l do Plus).
Por dentro
Para deixar o preço do Song Pro competitivo, a BYD usou a mesma estratégia do sedã King, que também estreou recentemente. Isso significa que deixou de lado equipamentos mais caros, como os sistemas de condução semiautônoma (ACC, frenagem de emergência, monitor de ponto cego, entre outros) e teto solar. Itens presentes no Song Plus, por exemplo.
Mas nem por isso sua lista de série é modesta. Entre os destaques da versão GL estão painel de instrumentos digital de 8,8”, ar-condicionado de duas zonas, freio de estacionamento eletrônico, rodas aro 18, câmera 3D de 360o, quatro entradas USB, seis airbags, assistente de descida em rampa e monitoramento de pressão dos pneus.
No GS há ainda banco do motorista com ajustes elétricos e carregador de celular por indução. As duas também trazem a famosa central multimídia giratória, nesse caso com 12,8”, com comandos de voz, conexão para Apple CarPlay e Android Auto e sistema de som com seis alto-falantes.
Primeiro (breve) contato
Tivemos a oportunidade de dar uma voltinha com o novo Song Pro. Mas esse primeiro contato foi extremamente curto – mais precisamente uma rota de 2 km no trânsito de São Paulo. Então é difícil dar detalhes sobre a dirigibilidade do veículo com alguma propriedade. O que podemos concluir nessas impressões iniciais é de que o modelo tem um acabamento de qualidade e espaço interno bem interessante em comparação a outros carros nessa faixa de preço.
Como só andamos na cidade, o percurso foi praticamente feito apenas com o uso do motor elétrico, assim o rodar é suave e silencioso nessas situações. Quando é preciso acelerar com mais força, o SUV responde sem fazer esforços e mostra bom fôlego em trechos de aclives e arrancadas. Mas fique atento, já que a BYD prometeu nos mandar o Song Pro nas próximas semanas. Desse modo, vamos poder dar um parecer mais seguro sobre o lançamento. A princípio, o custo-benefício imbatível será sua carta na manga para ampliar ainda mais a participação da marca chinesa no mercado brasileiro.
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