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Carro popular com desconto tem ‘período de carência’ para revenda; entenda
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Carro popular com desconto tem ‘período de carência’ para revenda; entenda

Desconto oferecido para compra de carro popular prevê tempo mínimo de permanência do veículo antes de vender a outra pessoa

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

27 de jun, 2023 · 4 minutos de leitura.

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Fiat Mobi carro popular preço
Venda de carro popular antes do prazo pode impossibilitar transferência
Crédito:Fiat/Divulgação

Os descontos do pacote do carro popular concedido pelo Governo Federal completou três semanas e as montadoras já solicitaram cerca de 90% dos créditos previstos para os automóveis, cujo teto é de R$ 500 milhões. As reduções mais significativas são nos carros de entrada, que são os hatches e os sedãs com valores mais acessíveis.

Pois quem comprou ou quem adquirir um desses modelos deve saber que não poderá vendê-lo de imediato logo após a compra. O decreto exige um período mínimo de seis meses para que os consumidores revendam modelos adquiridos com preço reduzido.



O impedimento consta no artigo 11 da medida provisória 1.175, que diz: “Na operação de revenda de veículo sustentável antes de transcorrido o período de seis meses da data da aquisição junto à montadora ou à concessionária, deverá ser efetuado o recolhimento do desconto patrocinado concedido”.

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O que acontece se o carro popular for vendido antes de seis meses?

Rodolfo BUHRER/Renault

Simplificando, caso o proprietário venda seu veículo antes do prazo de seis meses, terá de devolver o valor referente ao desconto oferecido pelo governo, por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU), por exemplo. Caso o proprietário não pague a GRU, e por sua vez não devolva o dinheiro, não conseguirá transferir o veículo para outra pessoa.

A regra, no entanto, não é novidade. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a condição existe também para compradores PCD (Pessoa Com Deficiência) e também para taxistas, que comprem veículos com isenção fiscal e queiram revender antes do prazo estipulado por lei, por exemplo. Entretanto, o prazo nesses casos é diferente: dois anos.


Desconto do carro popular está na nota fiscal

O plano que concede descontos ao público tenta baixar o preço dos carros populares, com valores que vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil, a depender da categoria do automóvel pretendido, e se seus critérios se aplicam ao que exige o Governo. Além disso, o valor do desconto pode aumentar, com a intervenção das montadoras e das próprias concessionárias, por exemplo. O Ministério Público exige que o valor do desconto esteja destacado como incondicional na nota fiscal de compra do carro popular.

Por fim, dez montadoras participam do plano de descontos, sendo elas: Fiat, Peugeot, Volkswagen, Nissan, Chevrolet, Honda, Hyundai, Renault, Jeep e Toyota. No total, são 32 modelos diferentes, em versões distintas, de carros populares disponíveis ao consumidor final.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”