De acordo com um estudo feito pela Reuters, em cinco dos principais mercados de exportação da BYD (Alemanha, Austrália, Brasil, Israel e Tailândia), os preços dos carros da fabricante são maiores que os praticados na China, terra natal da marca. Para a análise, a pesquisa reuniu o preço dos modelos mais vendidos da montadora.
Para se ter ideia, nos respectivos mercados, o preço inicial praticado pelo BYD Atto 3 (vendido em alguns mercados, inclusive no Brasil, como Yuan Plus) varia de 81% a 174% extras na comparação com a China. Por aqui, vale ressaltar, a marca cobra R$ 229.800.
O fenômeno Dolphin, que na Alemanha custa US$ 37.439, sai por US$ 16.524 na China. No Brasil, todavia, parte de R$ 149.800 (valor próximo a US$ 30 mil, ou seja, pouco menor do que o cobrado na Alemanha). Já o hatch elétrico Seagull (vendido por aqui como Dolphin Mini) custa menos de US$ 10.000 (R$ 52 mil, na conversão direta) na China. Ao passo que, no mercado brasileiro, o compacto não sai por menos de R$ 115.800.
Motivos
Para tentar se livrar do preconceito com marcas chinesas e atrair a clientela, a BYD procurou se estruturar antes de chegar oficialmente ao mercado. Desse modo, conseguiu enorme vantagem na comparação com concorrentes estrangeiros e, assim, pode praticar preços mais competitivos sem abrir mão do lucro.
A BYD, a princípio, controla toda a cadeia de produção e, desse modo, fabrica desde a matéria-prima até as baterias. Por isso, não depende de fornecedores. O que, consequentemente, evita dores de cabeça, perdas e prejuízos. Beneficia-se, ainda, dos subsídios do governo chinês para a indústria de carros elétricos e, mesmo com custos de exportação, suas margens de lucro no exterior continuam bem maiores do que na China – onde há enorme concorrência.
Além de saber estruturar o negócio antes de colocar as vendas em prática, a BYD tem a vantagem do menor preço das baterias na China. Por lá, o valor sai quase 20% a menos do que no continente europeu, por exemplo, o que acaba barateando o produto em si. Por fim, o lucro também entra na contratação de mão de obra barata, que sempre foi evidente no país asiático.
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