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Neta é nova marca chinesa de elétricos que chega ao Brasil em 2024
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Neta é nova marca chinesa de elétricos que chega ao Brasil em 2024

Ainda pequena na China, mas com rápida ascensão, Neta Auto vai anunciar operação no Brasil em maio e lançar seu primeiro carro no 2º semestre

Tião Oliveira, de Pequim (China)* e Diogo de Oliveira

26 de abr, 2024 · 8 minutos de leitura.

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Neta GT
Nova chinesa a caminho do Brasil, Neta Auto terá carros elétricos e híbridos e chega no 2º semestre
Crédito:Tião Oliveira/Estadão

O Brasil é o novo “Oasis” para as marcas chinesas de carros elétricos – e são muitas por lá! Ao todo, há mais de 130 diferentes fabricantes de veículos no país. Pois as principais montadoras da China estão chegando com planos ambiciosos, e uma delas é a Neta Auto. A marca pertence ao grupo Hozon, uma startup com apenas 10 anos de existência. Pois a Neta é ainda mais jovem, surgiu em 2018 como a linha de carros eletrificados da empresa.

Para se tornar marca global, a Neta Auto acaba de iniciar sua operação na Tailândia. O plano é expandir a produção de veículos pela Ásia e outras partes do mundo. Na China, a empresa já produziu mais 500 mil carros. Na América do Sul, o Brasil é o país escolhido para liderar a região. O Jornal do Carro acompanhou a abertura do Salão de Pequim, na China, nesta quinta-feira (25), e conversou com Henrique Sampaio, diretor de marketing e produto da Neta Auto do Brasil. Tem até fábrica nos planos.

Neta GT
Neta GT acelera de 0-100 km/h em 3,7 segundos na versão AWD (Tião Oliveira/Estadão)

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Neta GT chega no 2º semestre

Os primeiros carros da Neta chegam ao Brasil em maio, para o lançamento da marca no País e o processo de homologação. Paralelamente, a montadora já iniciou as conversas com representantes para formar sua rede de concessionários. De início, as primeiras lojas serão na região Sudeste e centro-oeste, porém, conforme Sampaio, há interessados no Nordeste e em outras regiões. Na China, o posicionamento de preços é o mesmo de BYD e GWM.

Além disso, o primeiro lançamento da marca chinesa já está definido: será o Neta GT, um cupê esportivo com visual que lembra o Chevrolet Corvette. Com um coeficiente aerodinâmico declarado de apenas 0,21 Cx, o GT tem números de supercarro. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, leva 3,7 segundos na versão mais poderosa, com tração integral. Esta tem 462 cv de potência, enquanto a versão com tração traseira tem 231 cv e faz o 0-100 km/h em 6,5 s.

Por fim, o cupê de duas portas e quatro lugares tem amplo espaço interno, com 2,77 metros de distância entre-eixos distribuídos em longos 4,71 m de comprimento. E oferece autonomia robusta. Na versão de entrada, por exemplo, a bateria de 64,2 kWh garante um alcance de 562 km, enquanto o modelo AWD, com bateria de 74,4 kWh, chega a 580 km no ciclo chinês CLTC. Por dentro, o destaque é a grande tela central de 17,6 polegadas do multimídia.


Neta L
Henrique Sampaio, diretor de marketing e produto da Neta Auto do Brasil (Tião Oliveira/Estadão)

Rival do Song Plus, Neta L chega em 2025

Tal qual BYD e GWM, a Neta Auto também vai começar sua operação com um carro mais caro. Entretanto, logo a chinesa virá com outros produtos mais acessíveis e eletrificados. A nova marca tem quatro modelos disponíveis atualmente no mercado chinês: Neta GT, Neta S, Neta U e Neta V. Mas, em breve terá uma linha mais ampla com elétricos e também híbridos.

Neta L
Neta L será híbrido rival de Corolla Cross, Haval H6 e Song Plus (Tião Oliveira/Estadão)

Pois a aposta para 2025 será o Neta L, um novo SUV com tamanho de Toyota Corolla Cross e tecnologia semelhante ao sistema e-Power da Nissan. O carro é tracionado por um motor elétrico instalado no eixo traseiro e traz um motor a gasolina na dianteira, que funciona como um gerador para alimentar a bateria do motor principal. Dessa forma, promete consumo baixíssimo e facilidade de abastecimento, já que não precisa recarregar em tomadas.

Neta L
Interior do Neta L tem interior tecnológico e acabamento premium (Tião Oliveira/Estadão)

Neta Aya também chega em 2024

A Neta Auto também planeja lançar no Brasil o compacto Aya. O modelo, aliás, chega aqui ainda em 2024, no fim do ano, para concorrer entre carros elétricos de entrada. O foco será o BYD Dolphin Mini e outros modelos atualmente com preços próximos de R$ 120 mil, como o JAC e-JS1. O carro da novata chinesa tem 4,07 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,54 m de altura, 2,42 m de entre-eixos e lugar para cinco passageiros.


Neta Aya
Neta Aya é o elétrico de entrada da marca na China (Tião Oliveira/Estadão)

Na versão de entrada, o Neta Aya tem um motor modesto capaz de gerar o equivalente a 54 cv de potência (40 kW) e 11,2 mkgf de torque máximo (110 Nm). Já a configuração mais potente tem 95 cv (70 kW) e aproximadamente 15,3 mkgf de torque máximo (150 Nm). As autonomias são de 318 km ou de até 401 km com a carga completa no ciclo chinês.

Neta Aya
Interior é simples e moderno, com estilo na linha do Dolphin Mini (Neta/Divulgação)

Por dentro, o hatch elétrico lembra os modelos da BYD e tem uma tela central de 14,6 polegadas. Na China, a versão topo de linha do Neta Aya custa 88.800 yuans, o equivalente a R$ 63.300 na conversão direta e sem taxas.

*O jornalista viajou a convite da GWM do Brasil.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”