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Carros elétricos e híbridos podem subir de preço; entenda
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Carros elétricos e híbridos podem subir de preço; entenda

A partir de julho, aumento gradual da taxa de importação para elétricos chega ao segundo estágio e sobe de 10% para 18%; híbridos também têm alta

Vagner Aquino, especial para o Estadão

12 de jun, 2024 · 5 minutos de leitura.

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elétricos
Em julho de 2026, taxa de importação para eletrificados também ficará em 35%
Crédito:Bera.digital/Divulgação

Desde janeiro, o imposto de importação está de volta ao Brasil para carros elétricos e híbridos. Ou seja, a exemplo dos carros puramente a combustão, os eletrificados agora também pagam taxa, caso venham de países de fora da Argentina (no Mercosul) ou do México – locais que praticam isenção, por meio de acordos comerciais com o Brasil. A volta, determinada pelo governo federal, é gradativa. E a segunda etapa já está batendo à porta. Vale, portanto, a partir de julho, conforme calendário abaixo:

  • Híbridos
    Janeiro de 2024: 15%
    Julho de 2024: 25%
    Julho de 2025: 30%
    Julho de 2026: 35%
  • Híbridos plug-in
    Janeiro de 2024: 12%
    Julho de 2024: 20%
    Julho de 2025: 28%
    Julho de 2026: 35%
  • Elétricos
    Janeiro de 2024: 10%
    Julho de 2024: 18%
    Julho de 2025: 25%
    Julho de 2026: 35%


Motivo

Sob o argumento de “desenvolver a cadeia automotiva nacional e contribuir para o projeto de neoindustrialização do País”, o governo federal publicou no Diário Oficial da União, em novembro do ano passado, a volta da cobrança do imposto de importação sobre veículos eletrificados. Isso, portanto, valia a partir de janeiro de 2024 de forma gradativa. A taxação, em síntese, ficou extinta para elétricos desde 2015. Para os híbridos, era de até 4%

Montadoras locais incentivaram

Voltando um pouco no tempo, cabe recordar que o fim da isenção do imposto de importação para veículos eletrificados se deve aos pedidos de diversas montadoras ligadas à Anfavea, a associação das fabricantes instaladas no Brasil. Em síntese, as montadoras afirmaram que o então corte do imposto afastava investimentos na produção local. Isso tudo, no entanto, aconteceu após a segunda leva da “invasão chinesa”, que, mais uma vez, trouxe produtos competitivos ao Brasil e, assim, abocanhou vendas de elétricos das fabricantes tradicionais.

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BYD Dolphin Mini (Diogo de Oliveira/Estadão)

Contextualizada a situação, cabe, no entanto, relembrar que a BYD, por exemplo, não praticou qualquer aumento em sua linha mesmo com a volta do imposto. É tanto que continua “bombando” em vendas no País. Liderou quase todo o top five dos modelos elétricos mais vendidos de maio, de acordo com números da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), com Dolphin Mini (1º), Dolphin (2º) e Seal (4º). Agora, resta acompanhar o segundo capítulo da novela entre fabricantes nacionais e montadoras chinesas. Afinal, quem tem fábrica no Brasil alega não achar justo que marcas recém-lançadas tenham os mesmos benefícios de quem investe há décadas por aqui, como é o caso de Renault, Fiat e companhia.

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Jeep/Divulgação

Até o momento, apenas a Toyota fabrica os híbridos Corolla e Corolla Cross no Brasil. Outras montadoras, como a GM, por exemplo, têm fábrica local, mas os eletrificados à venda no País são importados. Em breve, a Stellantis pretende reverter esse jogo, pois está no radar o lançamento de modelos com tecnologia híbrida leve (ou micro-híbrida) para Fastback, Pulse, e também para modelos de Citroën e Peugeot, todos, com fabricação local.

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