De janeiro para cá, a gasolina já registrou mais de 51% de aumento no Brasil. A disparada do preço do combustível é reflexo, em parte, da alta do petróleo – que, atualmente, é vendido a mais de US$ 68 por barril (cerca de R$ 356 na conversão direta). Mas, enquanto os preços de tabela não baixam na bomba, o consumidor pode fazer sua parte, e, assim, evitar visitas constantes aos postos de abastecimento.
Para ajudar nessa missão, o Jornal do Carro separou algumas dicas de simples utilização e que, portanto, podem poupar gastos. Afinal, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina no Brasil gira em torno de R$ 6. No Acre, que tem o combustível mais caro do País, o preço do litro é de R$ 7,11. Em São Paulo, a média fica em R$ 6.
Nesse sentido, é de conhecimento geral que tais preços servem apenas como base. Em um simples giro pela capital paulista, é possível encontrar postos que vendem gasolina comum a R$ 6,99/R$ 7. Ou seja, tem muito dono de posto de combustível se aproveitando da situação, e “enfiando a faca” no consumidor, sobretudo em bairros mais nobres da cidade.
Cuidados
Para o consumidor, é difícil driblar os altos preços dos combustíveis. Assim, a saída é tomar algumas medidas preventivas. Dentre delas, a manutenção adequada do veículo e o estilo de condução mais sensato, sem acelerações bruscas, por exemplo.
Antes de qualquer coisa, fique de olho no combustível que está comprando. Preste atenção na qualidade da gasolina que coloca no tanque do carro. Quanto melhor é, mais alto será o rendimento do motor. Não há necessidade de usar combustível aditivada. Basta que ele não seja “batizado”, e, portanto, ofereça a qualidade exigida pela ANP.
Mecânica vs Consumo de combustível
Outra dica é encher os pneus. Quanto mais murchos, maior o atrito com o piso, e, assim, maior o esforço do motor. Mantenha a calibragem dos pneus em dia e verifique, de preferência, semanalmente. E a checagem deve ser feita sempre com os pneus frios.
Ainda no sentido de prevenção, a manutenção do veículo é essencial. Isso evita situações como, por exemplo, filtro de ar sujo, que reduz a admissão de ar no motor – e o faz gastar mais. Certifique-se de que cabos e velas de ignição estejam em pleno funcionamento. Afinal, a má queima resulta em desperdício de combustível e, consequentemente, maior consumo.
Os filtros interferem na qualidade da mistura levada à câmara de combustão. Dessa forma, é preciso substituir assim que necessário. Sempre respeite os prazos indicados no manual do fabricante. Da mesma maneira, o alinhamento da direção deve ser feito a cada 10 mil km – ou se o veículo sofrer danos ou trafegar, com frequência, por vias irregulares. Rodas desalinhadas elevam o atrito e, claro, o consumo.
Sem bagagem desnecessária
Também conhecido por “peso morto“, os quilinhos extras precisam ficar de fora do carro. Nada de levar objetos de um lado para o outro sem necessidade. Afinal, peso exige maior esforço do motor. Porta-malas, de preferência, deve permanecer vazio.
Na hora de dirigir, nada de sair por aí fritando pneus, fazendo manobras bruscas e freando como se não houvesse o amanhã. Dirija tranquilamente. Isso, afinal, reverte em economia de combustível. Mantenha acelerações graduais. Antecipe-se à frenagem (aliviando o pé com antecedência), e não “estique” marchas. Realize trocas em faixas em rotação médias. Quanto maior o giro do motor, mais combustível a injeção solicita.
Por fim, nunca é demais lembrar que, pela manhã, não é necessário esperar o motor esquentar. Exceção apenas para os automóveis equipados com carburador. E, mesmo em dias de calor, evite dirigir com as janelas abertas na estrada. A ação aumenta a resistência aerodinâmica – e eleva o consumo -, por causa da corrente de ar que entra no habitáculo. Por outro lado, não abuse do ar-condicionado. O equipamento também aumenta o consumo de combustível do seu carro.
Gasolina ou etanol?
Se ainda assim não estiver satisfeito e preferir abastecer com etanol, sempre mais barato, lembre-se de fazer a conta para descobrir o que vale mais a pena. Basta uma conta simples.
Para saber se a gasolina está mais vantajosa que o etanol (ou vice-versa), divida o valor do litro de etanol pelo valor do litro da gasolina. Caso o resultado seja igual ou inferior a 0,7, a vantagem é do etanol. Resultados superiores a 0,7 indicam que vale mais a pena abastecer com o derivado do petróleo. Isso acontece porque, com a gasolina, o motorista pode ter mais autonomia com a mesma quantidade de combustível.
Na prática, se um veículo tem média de consumo de 10 km/l com gasolina e 7 km/l com etanol, a gasolina será 43% mais econômica. Nesse sentido, com um tanque de 50 litros, o carro abastecido com gasolina percorrerá 500 km. Já com etanol, andará só 350 km.