BMW X6 reúne linhas de utilitário e cupê (Crédito: DIVULGAÇÃO)
Estratégias adotadas por algumas marcas levaram a uma confusão sobre o conceito de crossover, modelos que passaram a ser vistos no Brasil como utilitários-esportivos. Poucos veículos com jeito de jipe são crossovers de fato. Entre eles estão o Dodge Journey, cuja linha 2010 acaba de chegar, e o BMW X6.
O termo classifica veículos que misturam carrocerias de dois ou mais segmentos. O Audi A5 Sportback, hatch com elementos de cupê e sedã, se enquadra no conceito. O Peugeot 3008, que chega neste ano e é misto de minivan e hatch, também.
Já o mexicano Journey é uma perua com altura de utilitário-esportivo. A característica de jipe está apenas na carroceria, pois o Dodge tem tração só nas rodas dianteiras e conforto de carro familiar. E traz aquele que é um dos méritos dos crossovers: praticidade, ao reunir aspectos de segmentos distintos.
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Visto de frente, o X6 é alto e imponente como um utilitário. O teto reclinado atrás lhe confere um aspecto de cupê. A traseira lembra a de um notchback (hatch com tampa do porta-malas proeminente).
A ergonomia também traz elementos de segmentos diferentes. A posição de guiar é alta e ao mesmo tempo inclinada, o que dá um toque esportivo à condução. O sistema de tração 4×4 é permanente (40% do torque no eixo da frente e 60% no de trás) e inclui um recurso que permite distribuir a força entre as rodas de trás, conforme a demanda. Dá para rodar na terra sem medo de atolar na lama.
Questão controversa
Há montadoras que adotam o termo crossover para definir modelos com características de utilitário-esportivo feitos sobre plataforma de carro de passeio.
É o exemplo da Ford, com o canadense Edge. Embora não esteja nítida na carroceria (que é utilitário puro) essa classificação, a fabricante o define assim por ele oferecer conforto de automóvel.
SW4 é um dos poucos utilitários montados sobre chassi (Crédito: ANDRÉ LESSA/AE)
Pelo mesmo motivo, a Mitsubishi define como crossover o Outlander. Já a GM informa que o mexicano Chevrolet Captiva é um utilitário, pois sua carroceria é deste segmento.
De fato, do Ford EcoSport ao Porsche Cayenne, a maioria dos veículos com carroceria de utilitário-esportivo é monobloco, como nos carros de passeio. Poucos mantêm o conceito literal do segmento, em que a construção é sobre chassi. O argentino Toyota Hilux SW4 é um bom exemplo. (Rafaela Borges)
