O envelopamento automotivo ganhou os brasileiros nos últimos anos. A prática chama a atenção por diversos motivos. Um deles, por exemplo, é a proteção da carroceria contra desgastes e arranhões. No entanto, a popularização se deu sobretudo pela customização. Além de ser mais versátil que a pintura, há vasta cartela de cores e texturas que deixam o carro com aparência única. E, às vezes, até bem diferente.
Exemplo disso são os diversos vídeos que circulam nas redes sociais de carros com as famosas “pinturas” holográficas, que se tornaram uma tendência entre famosos, celebridades e amantes do tuning. Aqui no Brasil, tivemos o vídeo de um Toyota SW4 holográfico, filmado ao sair de um estacionamento em Balneário Camboriú (SC).
A moda, inclusive, foi adotada pelo atacante do Barcelona, Pierre-Emerick Aubameyang, já famoso por ostentar seus carros esportivos com estilos bem específicos. O jogador viralizou recentemente após personalizar um Lamborghini Huracán Performante Spyder e um Urus com o envelopamento holográfico. Além desses, o atleta possui outros modelos como um Aventador dourado com efeito semelhante.
Outro carro que “bombou” no Twitter recentemente foi o da socialite Paris Hilton. Ela saiu com o seu BMW i8 Roadster holográfico rosa pelas ruas da Califórnia. Na época, o esportivo estava avaliado em R$ 165 mil. Ou seja, cerca de R$ 785 mil na conversão direta.
Como funciona?
Como o nome indica, a técnica consiste em envelopar o veículo com uma película de vinil, que não interfere na pintura original. Esse material, de acordo com a Yiannimize – empresa responsável pelo serviço nos carros de Aubameyang – é a mais adequada para não “machucar” a lataria. ”Esses produtos de alta qualidade garantem a mesma aparência e estrutura de superfície como acabamento de pintura regular. E o próprio filme protege a pintura do seu carro”, afirma o site oficial da marca.
O serviço, também conhecido como plotagem, possibilita que o cliente escolha uma ampla cartela de cores e texturas, incluindo, por exemplo, tons foscos – comuns na última década. Entre as principais vantagens está a facilidade de aplicação em relação à pintura tradicional, que também tem um custo superior. O tempo de aplicação varia de acordo com o modelo do carro. Contudo, a média é de 7 e 20 dias.
Por aqui, já existem algumas empresas que oferecem o envelopamento com opção furta-cor. A Avery Dennison, por exemplo, tem uma linha com seis adesivos nos quais o cliente escolhe os subtons. Mas, a cor refletida depende da situação. ”Existem variações de tons metálicos que mudam de cor de acordo com a luz do ambiente e o movimento do carro”, explica o gerente Regional de Produtos, Marlu Costa.
Envelopamento exige cuidado
Assim como vantagens, o envelopamento também possui pontos negativos, sobretudo se for com uma cor holográfica. A vida útil do material com esse efeito é de três a cinco anos – tempo menor que cores tradicionais, como preto e branco, que podem durar até 10 anos.
Mas a durabilidade vai depender da marca da película, do procedimento e do local onde o cliente vive. No Brasil, por exemplo, há muito sol e calor, o que pode fazer com que o material tenha um ciclo de vida mais curto. Assim, após um determinado período de tempo, o vinil começa a descolar do carro e perder cor e brilho.
De acordo com o consultor automotivo Marcel Borgui, da AnaliaFilm, é preciso ter um cuidado redobrado para esse tipo de envelopamento. Isso inclui uma cautela maior na hora da lavagem, que deve ser mais delicada, com um pano de microfibra para não ter risco ou qualquer dano. Além disso, recomenda-se uma manutenção quando necessário.
É preciso ficar de olho na lei
Outra questão é que mudar a cor do veículo exige regularização no Departamento de Trânsito. No Brasil, segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), há permissão da alteração de até 50% da cor externa do carro. Mas, se o intuito é passar dessa marca ou modificar o veículo por completo, há a necessidade de alterar o documento.
Para isso, é preciso informar ao Detran sobre o desejo da alteração. Assim que a solicitação é feita, o condutor precisa preencher um formulário de autorização e passar por algumas etapas. No final, o órgão faz a análise e verificação da cor do carro, e, então, emite um novo Certificado de Registro de Veículo (CRV). Vale dizer que, no caso das pinturas holográficas, deve constar a cor predominante no documento.