Após Fiat e Renault, a Toyota comunica que vai interromper por alguns dias a produção em duas de suas fábricas em São Paulo. A marca japonesa vai parar temporariamente as linhas de montagem nas unidades de Sorocaba e Porto Feliz, ambas no interior do Estado. A paralisação, ocasionada pela escassez de peças, vai do dia 18 e até 27 de agosto.
Nesse período, a unidade de Sorocaba deixará de produzir a linha de compactos Yaris, nas versões hatch e sedã, além do Corolla Cross, o SUV que vem se destacando nas vendas em 2021. O Etios, que já foi aposentado no mercado brasileiro, mas continua sendo feito para exportação, também deixará de ser montado pela fabricante.
Já em Porto feliz, a Toyota produz os motores 1.3 e 1.5 (usados por Yaris e Etios), bem como o 2.0 16V da linha Corolla – todos flexíveis. O fato, certamente, refletirá nas vendas de praticamente toda a gama da marca, afinal, o período corresponde a 1/3 do mês.
De acordo com a marca japonesa, as demais unidades da Toyota no Brasil, localizadas em São Bernardo do Campo e Indaiatuba (ambas em São Paulo), permanecem com suas atividades normais.
Posicionamento da Toyota
O comunicado aponta que os colaboradores afetados pela paralisação das fábricas de Sorocaba e Porto Feliz entrarão em férias coletivas neste período, com o retorno às atividades programado para o dia 30 de agosto. “Apesar de todos os esforços que temos realizado ao longo do tempo para gerenciar a falta de insumos que afeta a cadeia de suprimentos global, provocada pela pandemia de Covid-19, nesse momento uma parada é inevitável”, afirma a fabricante, em nota.
A Toyota, até então, havia sido uma das marcas menos afetadas pela crise dos chips no Brasil. A montadora, que vinha conseguindo manter seu cronograma de produção, conseguiu, nesse sentido, mostrar sinais de crescimento. Para se ter ideia, a marca ficou em segundo lugar no ranking de vendas de automóveis e comerciais leves no mês passado, com 11,5% de market share. A Fiat, primeira colocada, ficou com 26,9%. Para fechar o pódio, a Volkswagen aparece com 10,9%.
Crise ainda assombra montadoras
A crise dos chips afeta diversas outras fabricantes de veículos no Brasil. O tema foi tema da última coletiva mensal da Anfavea, associação das fabricantes do País. De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, entre 100 mil e 120 mil veículos ficaram de fora da linhas de produção no 1º semestre por causa da falta de semicondutores.
Nesse sentido, vale lembrar que a General Motors está com a produção de Gravataí (RS) interrompida desde março. A previsão de retorno se mantém para segunda-feira (16), quando volta a atuar em um turno. Já São Caetano do Sul (SP) só volta no dia 26 de agosto.
Volkswagen Taubaté, só segunda-feira
Na Volkswagen, o cronograma de paralisações está mantido e, na principal fábrica da marca no País – na via Anchieta (ABC paulista) -, férias coletivas de um turno até 28 de agosto. Já na planta de Taubaté (SP), que voltaria à ativa nesta quinta-feira (12), após férias coletivas, temos mudanças de planos.
Ao Jornal do Carro, a Volkswagen confirmou a concessão de “day off hoje (12) e amanhã (13) aos funcionários, que retornam (ao trabalho) na segunda-feira (16)”. Em São Carlos (SP) e São Jose dos Pinhais (PR), operação normal.
Fiat e Renault
Além das supracitadas, Fiat e Renault também sentem os impactos da crise em suas unidades produtivas. A marca italiana interrompeu um turno na fábrica de Betim (MG) há dez dias. A previsão de volta seria nesta sexta-feira (13). Mas, de acordo com a Fiat, os trabalhadores voltarão aos postos apenas na segunda-feira (16). Dessa maneira, mais de dez dias sem produzir Argo, Doblò, Fiorino, Grand Siena, Mobi, Strada e Uno deve gerar impacto para a montadora, que ocupou quatro posições do “top 5” das vendas do mês passado.
A Renault, por fim, vai continuar com a linha de produção do Complexo Ayrton Senna (no Paraná) parada até 27 de agosto. Também afetada pela escassez de chips, a marca deixará de produzir Captur, Duster, Kwid, Logan, Sandero e Stepway. Hyundai, Honda e Nissan, continuam em pleno funcionamento, entretanto, monitorando constantemente o abastecimento de componentes.