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Fiat Bravo muda pouco em linha 2016
Avaliação

Fiat Bravo muda pouco em linha 2016

Visual mantém linhas bonitas e hatch ganhou equipamentos, mas desempenho não chega a emocionar

04 de fev, 2015 · 6 minutos de leitura.

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 Fiat Bravo muda pouco em linha 2016

O ano de 2015 mal começou, mas a Fiat já apresentou a linha 2016 do Bravo. Para ganhar fôlego diante de Ford Focus, Chevrolet Cruze e Voikswagen Golf, o hatch médio lançado em 2010 aposta principalmente em atualizações visuais, inspiradas no Bravo Extreme, conceito que a marca italiana exibiu na última edição do Salão do Automóvel.

São novos os para-choques, mais encorpados; as lanternas, com molduras escuras; a grade frontal, que recebeu uma barra cromada com o logotipo da marca ao centro; e as rodas, com desenhos exclusivos para cada uma das quatro versões – Essence (R$ 61.990), Sporting (R$ 67.990), Blackmotion (R$ 68.990) e T-Jet (R$ 78.490).

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Já os motores não mudaram. As opções Essence, Sporting e Blackmotion usam o 1.8 16V flexível de até 132 cv com etanol, com câmbio manual de cinco marchas ou automatizado Dualogic, enquanto a esportiva T-Jet tem propulsor 1.4 16V turbo de 152 cv a gasolina, associado a uma transmissão manual de seis marchas.

A cabine bem acabada e confortável continua sendo um trunfo. Os materiais são de boa qualidade já na versão de entrada, Essence (que se consagra como a opção de melhor custo-benefício da gama) e criam um interessante jogo de texturas entre painel, volante e bancos. O ar-condicionado, eficiente, gela bem o habitáculo, com a ajuda das saídas para os passageiros de trás – que agora contam com um apoio central de braços que se desdobra em uma mesinha com porta-copos.

Principal novidade entre os equipamentos de série, a central multimídia Uconnect tem operação descomplicada. O item, que fazia falta em um segmento de modelos bem “recheados”, pode ser acionado pela tela sensível ao toque, por teclas no volante ou por comandos de voz.


Em movimento, a suspensão privilegia o conforto, sem perder a firmeza necessária para fazer bonito em curvas. Esse acerto feliz, associado a um câmbio manual de engates precisos, inspira o motorista a acelerar forte, em busca de diversão.

E é aí que mora o problema: o motor 1.8 16V não tem a esperteza que o Bravo merece. No trânsito urbano, a condução é gostosa, mas na estrada o hatch tem pouco tempero – em acelerações e retomadas, é preciso ir frequentemente às 5 mil rpm para ganhar velocidade. Felizmente, o bom isolamento acústico mantém os demais ocupantes alheios a todo esse esforço.

Nas versões equipadas com câmbio automatizado Dualogic, que soma cerca de R$ 3.300 à tabela, nota-se que a equipe de engenharia da Fiat fez o dever de casa. As trocas estão mais suaves, sem hiatos entre marchas, e as reduções são feitas com rapidez. Se ainda é uma opção inferior às caixas oferecidas pelos concorrentes, pelo menos não faz mais feio com os trancos do passado.


Na esportiva T-Jet, com câmbio manual de seis marchas, o discurso é outro. Subindo o giro, o motor fala grosso e, com o acionamento da tecla Overboost, ganha mais torque, agressividade e ligeireza. Mas os R$ 78.490 esbarram nos R$ 79.200 do Ford Focus 2.0, por exemplo, – que entrega 178 cv, ante 152 cv do Fiat.

O Fiat Bravo 2016 prega para os convertidos. Os fãs da marca italiana vão adorar os retoques no desenho, que não envelheceu e ainda encanta pela harmonia das linhas. Mas as poucas novidades dificilmente serão suficientes para virar a mesa a seu favor e mudar a decisão de quem já estava propenso a adquirir outro modelo.


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