Você está lendo...
Ford Fiesta 1.0 Ecoboost encara Peugeot 208 Griffe
Comparativo

Ford Fiesta 1.0 Ecoboost encara Peugeot 208 Griffe

Modelos travam disputa equilibrada, mesmo com diferenças entre motorizações, turbo no Fiesta e convencional no Peugeot

31 de jul, 2016 · 9 minutos de leitura.

Publicidade

 Ford Fiesta 1.0 Ecoboost encara Peugeot 208 Griffe

Fosse um comparativo puramente sobre desempenho, poderíamos colocar o ponto final aqui mesmo, e dar a vitória ao Fiesta 1.0 Ecoboost. O motor 1.0 turbo do Ford tem o dom de fazer feliz quem gosta de esportividade. Supera os 1.6 e até outros 1.0 turbinados (caso dos de Up! TSI e HB20 Turbo). Vamos discorrer mais sobre essas qualidades no texto abaixo.

Porém, desempenho não é tudo. E, no caso da nova versão do Fiesta, a felicidade ao volante acaba quando se olha a tabela de preços: o motor está disponível apenas na opção mais cara da linha (Titanium Plus com transmissão automatizada), a R$ 71.990. Portanto, hora de deixar as emoções de lado, esfriar a cabeça, descer do carro e encarar com serenidade o comparativo com o Peugeot 208 Griffe 1.6 automático, que também vem completo e sai a R$ 65.890.

Publicidade


O embate da dupla foi muito parelho, mas o Peugeot levou a melhor no duelo, principalmente pelo custo-benefício.

Fiesta e 208 alternam-se nos pontos altos: o Ford oferece chave presencial e partida por botão, enquanto o Peugeot contra-ataca com uma tela multimídia de sete polegadas sensível ao toque, que inclui GPS e câmera de ré, entre outros itens.


Só o Ford vem com controle de tração e assistente de partida em rampa (não deixa o carro voltar em saídas), e só o Peugeot traz teto solar panorâmico. Na disputa de air bags, o resultado é sete a seis para o Fiesta, que tem adicionalmente o de joelhos, para motorista.

O acabamento do 208 é superior ao do Ford, modelo que abusa dos plásticos rígidos. Além disso, um dos pontos altos do Peugeot é o volante de dimensões reduzidas, posicionado abaixo do quadro de instrumentos. Graças a isso, a posição de dirigir é melhor no modelo da marca francesa.

E, para completar, só o 208 tem alavancas atrás do volante, para trocas de marcha manuais. No Ford, as mudanças são feitas por um botão na alavanca, sistema menos prático.


Os câmbios dos dois carros têm prós e contras. O 208 traz transmissão automática convencional. O lado bom é que esse tipo de sistema costuma ter trocas mais suaves. O ponto negativo é que, neste caso, são apenas quatro marchas, e o conversor de torque “confisca” um pouco da potência do motor.

No Fiesta, o câmbio é um automatizado de duas embreagens. Os pontos altos são as seis marchas e as trocas rápidas. Porém, vários leitores reclamam de falhas no sistema.


Estilo. Tanto o 208 quanto o Fiesta nacional foram lançados em 2013 (antes disso, o Ford vinha do México). E, mesmo passados três anos, os dois ainda ostentam visual atraente por fora e por dentro.

A diferença básica é que o Ford exibe linhas mais agressivas, com vários vincos na lataria e no painel. Já o modelo da Peugeot investe em um desenho mais elegante.

O preço do seguro é um dos fatores que jogam contra o Fiesta. É possível que as seguradoras ainda tenham alguma discriminação contra carros turbinados, mesmo os de fábrica.


Propulsor do Fiesta supera o do 208

Motor 1.0 já foi sinônimo de lentidão. Mas, apesar das limitações (em subidas e, em alguns casos, até em retas), as pessoas eram levadas a optar por carros com esse tipo de propulsor por causa do preço mais baixo. Agora, tudo está mudando.

A nova geração dos 1.0 trouxe primeiramente os propulsores de três cilindros. O passo seguinte foi o uso de turbocompressor. Com ele, veículos com motor de 1 litro superam até automóveis 1.6. O efeito colateral é o preço: carros 1.0 turbinados são rápidos, mas estão muito longe de serem baratos.


O melhor exemplo é o Fiesta 1.0 Ecoboost. O hatch da Ford tem o 1.0 mais potente do País: são 125 cv, bem acima da potência do Up! TSI (105 cv) e um pouco além dos 122 cv do Peugeot 208 1.6 (etanol).

E não se trata apenas de uma questão de números frios. Basta pisar de leve no acelerador do Fiesta para respostas instantâneas, resultado do torque (17,3 mkgf) disponível a apenas 1.400 rpm. Como a turbina enche rapidamente, melhora muito o comportamento do hatch compacto, já que o motor “respira” a plenos pulmões mesmo em baixas rotações.


No caso do 208 1.6, o torque, além de menor (16,4 mkgf, com etanol), aparece em rotação bem maior, a 4.000 rpm. Isso significa que o Fiesta está sempre mais “pronto” para responder às vontades do motorista, que não precisa mais do que um leve toque no acelerador para o carro mostrar agilidade.

Como resultado, o Ford anda muito mais e gasta menos. De acordo com a montadora, o modelo precisa de apenas 9,6 segundos para ir de 0 a 100 km/h, enquanto o 208 cumpre a prova em 10,7 segundos (também conforme a fabricante).

Quanto ao consumo, o Ford faz média de 12,2 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada e o 208 registra 10,6 km/l e 12,9 km/l, respectivamente (gasolina) – de acordo com as montadoras.


Outra qualidade do Ecoboost é a injeção direta de combustível. O sistema é muito mais preciso que o indireto – da maioria dos propulsores, inclusive o do 208. Com ela, o consumo melhora, porque a qualidade da queima é muito mais eficiente.

O fato negativo é que o Ecoboost, importado da Romênia, “bebe” apenas gasolina.


Deixe sua opinião