A Ford Maverick estreou no Brasil em fevereiro deste ano e está há pouco mais de seis meses no mercado. Até agora, a picape intermediária da marca do oval azul ainda não se destacou nos emplacamentos, o que era esperado, já que o modelo veio muito caro do México. Com preço superior a R$ 230 mil, posiciona-se, portanto, acima da Ranger (parte de R$ 223.390), que tem produção na Argentina.
Entretanto, esse posicionamento vai mudar em 2023 com a vinda da versão de entrada da picape “meio-média” da Ford. Além de mais acessível (importada do México, é isenta de impostos de importação), a configuração tem conjunto híbrido. Ou seja, a Ford Maverick será a primeira picape híbrida da categoria. Já confirmado pela marca, isso pode se tornar um relevante diferencial de vendas, sobretudo na disputa direta com a líder Fiat Toro.
Com lançamento programado para o início do ano que vem, a Maverick Hybrid combina o motor 2.5 a gasolina de quatro cilindros e 162 cv a um motor elétrico de 126 cv. No total, o conjunto gera 191 cv de potência e um torque máximo de 21,4 mkgf. Para completar, tem tração dianteira e câmbio automático do tipo CVT. A suspensão traseira é por eixo de torção.
Conteúdos da versão
Na lista de equipamentos, a Maverick Hybrid conta com freio regenerativo. O item contribui para a eficiência energética das baterias. Ou seja, quanto mais se pisa no freio, mais gera energia que retroalimenta o sistema. “A nova versão Hybrid combina as qualidades já conhecidas da picape com menos emissões e consumo de combustível, características que fizeram do modelo um sucesso no mercado norte-americano. E que, agora, estará disponível também no Brasil”, resume Daniel Justo, presidente da Ford América do Sul.
No mais, o habitáculo não fugirá ao da versão a combustão. Apenas deve adotar elementos com cores mais suaves e exibir os modos de condução na tela. Por falar em tela, a central multimídia não deve mudar – continua, assim, o modelo de 6 polegadas com interfaces Apple CarPlay e Android Auto. O FordPass Connect permite comandar funções pelo smartphone.
Por fim, a lista de segurança deve manter os sete airbags, a frenagem automática com detecção de pedestre (a até 50 km/h), bem como os controles de estabilidade e de tração, o farol automático, a câmera de ré e a frenagem pós-colisão.
Consumo
No mais, o modelo – que se beneficiará de medidas como desconto no IPVA e isenção de rodízio municipal – tem outros predicados. Entre eles, a picape híbrida da Ford se destaca pelo consumo de combustível, conforme apontam os números do órgão regulador dos Estados Unidos – uma espécie de Inmetro norte-americano.
São 17,8 km/l na cidade e média de 14 km/l na estrada. Essa média é diferente porque, em carros eletrificados, o consumo urbano é melhor – justamente por causa do “anda e para” do trânsito. Desse modo, a Maverick híbrida consegue rodar mais de 1.000 km com um tanque de gasolina. Afinal, no reservatório cabem 62,7 litros.
A comercialização do modelo em solo brasileiro faz parte do plano de descarbonização da Ford para a América do Sul. Até 2026, a marca norte-americana vai investir US$ 50 bilhões globalmente em veículos elétricos e baterias para atingir a produção anual de 600 mil veículos até o fim de 2023. Em 2026, o número saltará para 2 milhões.
Mas e o preço?
A expectativa é de que a vinda da Maverick Hybrid acirre a disputa com a rival Fiat Toro. Isso porque o modelo da Ford feito no México tem preço mais acessível que na versão Lariat FX4 à venda venda no Brasil, com motor 2.0 turbo a gasolina. O mais provável é a marca optar pela Maverick XLT Hybrid, que parte de US$ 26.595, o equivalente a R$ 138.600 na conversão direta. Assim, dá para esperar um valor na faixa de R$ 200 mil. Para comparação, a Toro parte atualmente de R$ 140 mil e alcança R$ 217.600 na versão mais completa Ultra 4×4 com motor 2.0 turbo diesel.