Esqueça capacidade de carga ou quantas toneladas ela leva no reboque: essas características são as menores preocupações para quem quer levar para casa a nova Ford Ranger Raptor. Essa é uma picape para quem procura adrenalina, exclusividade e uma performance de tirar o fôlego – seja no asfalto, seja na terra. E ali é o habitat dela.
O nome Raptor tem como inspiração a Corrida Baja 100, no deserto mexicano, mas ele só foi usado na Ranger a partir de 2018. Entretanto, esta é a primeira vez que a versão “braba” desembarca no Brasil, importada da Tailândia.
Mas na verdade ela não é apenas uma versão da Ranger tradicional. Isso porque a Raptor foi concebida com um projeto independente, com um chassi exclusivo e reforços estruturais para aguentar as condições mais extremas no fora de estrada.
Ranger Raptor tem até modo salto
Quando falamos que boa parte da Ranger Raptor é exclusiva, não é exagero. Até o motor foi desenvolvido especialmente para ela. Trata-se do 3.0 V6 biturbo que entrega 397 cv de potência e 59,5 mkgf de torque. O câmbio pode até ser o conhecido automático de 10 marchas de F-150, Mustang e da Ranger V6 a diesel, mas com calibrações próprias para seu alto desempenho. Não é à toa que a picape chegue aos 100 km/h em apenas 5,8 segundos.
Só a suspensão é um case à parte. O conjunto tem estrutura reforçada e o maior curso do segmento, com 256 milímetros na dianteira (32% maior) e 290 mm na traseira (mais 18%). Há ainda amortecedores de competição Fox Live Valve Shocks 2.5, que se adapta às condições do terreno. Eles têm modos de ajuste automático para salto (Jump Mode), enchendo e enrijecendo os pistões para absorver o impacto.
Outro destaque é o diferencial traseiro e dianteiro blocante, que forma um eixo rígido para que as rodas girem ao mesmo tempo, evitando que a picape patine ou atole.
Design e medidas
O visual também se diferencia da Ranger tradicional. O que mais chama a atenção é a grade dianteira preta que traz o nome Ford em letras garrafais em destaque. Os para-choques de aço se integram com os alargadores dos para-lamas e há um grande protetor dianteiro na parte de baixo com ganchos de reboque embutidos.
Por ter a suspensão mais alta, as caixas de rodas são elevadas. As rodas de liga leve na cor preta têm 17 polegadas e trazem pneus de uso misto de perfil alto, com 33” de diâmetro. Por sua vez, a caçamba tem tomadas de 120 V e 12 V, pontos de ancoragem e tampas para a instalação de acessórios. Para finalizar, o nome Raptor aparece estampado nas laterais e na traseira.
Em relação às medidas, a caminhonete é ligeiramente maior que a Ranger comum. Assim, são 5,36 metros de comprimento, 2,21 m de largura e 1,93 m de altura – só o entre-eixos de 3,27 m permanece.
Sua capacidade de imersão espanta e é a maior da categoria: 850 mm. Itens como alternador, entrada de ar e componentes elétricos ficam em posição elevada para proteção contra a entrada de água. Também aumentaram os ângulos de entrada (32°), de saída (27°) e de transposição de rampa (24°). O vão livre do solo agora é de 272 mm.
Interior caprichado
Por dentro, a Ranger Raptor repete algumas soluções do modelo tradicional, mas traz seu toque de esportividade. Estão ali o painel de instrumentos digital de 12,4” e a tela da central multimídia de 12”, mas ambos com gráficos e configurações específicas. Há conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay e sistema de navegação nativo com função off-road. Detalhes laranja no volante, nas molduras das saídas de ar e nos bancos dão uma jovialidade à cabine. Há ainda borboletas de magnésio para as trocas de marcha.
Falando em bancos, eles são esportivos, em formato concha e com revestimento que mistura couro e suede. De acordo com a Ford, são inspirados em aviões de combate e têm estrutura de espuma preparada para absorção de impacto. Também trazem 10 níveis de ajustes elétricos.
Tecnologia e equipamentos
Como não poderia deixar de ser, a Raptor tem uma lista de equipamentos recheada. Fazem parte da lista faróis de LED Matrix inteligentes, carregador por indução, sistema de som da grife Bang & Olufsen e iluminação 360°. Entre as tecnologias de segurança estão controle de cruzeiro adaptativo com stop & go, frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, estacionamento automático, monitoramento de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, reconhecimento de sinais de trânsito, sensores de estacionamento dianteiro, entre outros.
Sete modos de condução estão disponíveis, os conhecidos Normal, Escorregadio, Lama/Terra e Areia, além de três exclusivos da Raptor: Esportivo, Rock Crawl e Baja. Cada um deles traz ajustes específicos de motor, transmissão, freios, ABS, tração, direção, suspensão e escapamento, por exemplo. Por fim, o motorista pode escolher seus parâmetros de suspensão, direção e até o som do escapamento e gravar a combinação preferida.
E o preço?
Conforme antecipado pelo Jornal do Carro, a Ranger Raptor custa na faixa de R$ 450 mil – mais precisamente, R$ 448.600. Dessa forma, ela fica posicionada entre a versão de topo Ranger Limited, tabelada a R$ 339.990, e a de entrada F-150 Lariat, por R$ 479.990.
De acordo com a Ford, a Raptor não tem concorrentes no Brasil, ou mesmo no mundo, já que nenhuma outra picape consegue igualar suas capacidades extremas. Mas pegando a proposta de picape esportiva, o mais próximo que temos em nosso mercado é a Toyota Hilux GR-Sport, também preparada pela divisão de alta performance da marca. Ela custa R$ 372.990, mas tem motor a diesel e aceleração de 0 a 100 km/h bem mais lenta, de 10,7 segundos.
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