O cenário mudou em alguns postos de combustíveis de São Paulo depois que o Jornal do Carro alertou para o golpe da gasolina barata. Recentemente, alguns estabelecimentos passaram a informar o preço do combustível com desconto obtido por aplicativo no celular ou em programa de vantagens. O problema é que o preço menor é propaganda enganosa e induz o consumidor a abastecer o veículo sem saber o valor real na bomba.

Assim, tem-se a ideia de que se gastará menos no abastecimento. Mas o problema logo se revela no momento de pagar a conta: em vez do valor estampado em números enormes nos anúncios, o preço real é bem maior. Contudo, uma volta pela capital paulista já permite encontrar locais que, agora, destacam os dois preços para os consumidores.

Isso evita que os menos atentos descubram o valor até 35% maior após abastecer. Antes, alguns clientes notavam que o preço menor da gasolina e do etanol era para cadastrados em programa de “cashback” só na hora de passar o cartão. Por exemplo, é o que acontecia com motoristas nos postos da Av. Juscelino Kubitschek (foto principal), na zona Sul da capital.

Como funcionam os descontos nos apps?

Os apps de desconto, em geral, funcionam como programas de vantagens. Ou seja, por meio do acúmulo de pontos o cliente pode obter benefícios, como descontos no combustível ou troca por brindes e produtos à venda nos estabelecimentos. Quanto mais abastecer, mais ganha. Mas, para isso, o cliente precisa se fidelizar à respectiva bandeira.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é direito “a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços”, conforme o artigo 6º. Portanto, a prática de anunciar combustível com preço de app é ilegal.

Postos colocam combustível aditivado no lugar do comum

Mas a criatividade nas trapaças tem outras armadilhas. Há casos, por exemplo, de postos em que o motorista pede abastecimento com combustível comum e, na hora de pagar, descobre que o tanque recebeu etanol ou gasolina aditivados – e bem mais caros.

Na via lateral da Marginal Pinheiros, no sentido de Santo Amaro, houve um estabelecimento que se tornou até famoso por praticar esse tipo de golpe. Atualmente está fechado, cercado por alambrado, e com dois reboques do tipo tanque engaiolados lá dentro.

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