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Rebecca Cook/Reuters

Honda recompra unidades do Civic equipadas com airbags Takata

Honda confirma que cogita recomprar unidades do Civic no Brasil por causa do recall dos airbags mortais, mas sem revelar número e valores

Por Vagner Aquino 16 de jul, 2021 · 6m de leitura.

Em 2013, teve início o maior recall da história da indústria de carros, com os “airbags mortais” da Takata. No total, mais de 100 milhões de veículos foram afetados em todo o mundo. No Brasil, só a Honda tem quase 1 milhão de modelos (importados e nacionais) que possuem o equipamento. Por isso, vem dando o que falar até hoje. Inclusive, a marca pensa em recomprar alguns desses modelos para resolver a questão.

Ao Jornal do Carro, a fabricante japonesa confirmou a informação. Afinal, no Brasil, a Honda é a marca que teve mais dores de cabeça ultimamente. “A empresa realiza tratativas individualizadas com consumidores. E pode realizar a recompra em casos pontuais”, afirma a Honda, em nota.

Nesse sentido, há exatamente um ano, a marca iniciou campanha para substituição dos airbags de 34.937 unidades de Civic, Accord, CR-V e Odissey no Brasil. Todos os exemplares feitos entre 1996 e 2000.


Em fevereiro de 2020, contudo, a Honda confirmou a morte de um motorista – na Bahia – que guiava um New Civic LXS. No modelo fabricado em 2008, constava o defeito no airbag produzido pela Takata. Neste caso, no entanto, o proprietário não havia feito o reparo necessário.

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Honda/Divulgação

Unidades e valores

A Honda não especifica o motivo pelo qual optou pelo incomum caminho da recompra. Entretanto, o site Autos Segredos afirma que a ação se deve a um problema no procedimento de reparo dos airbags. De acordo com a publicação, o protocolo das fabricantes prevê a desativação do componente (lado do motorista), o que pode ter ocasionado danos irreparáveis para donos de Civic.


Sobre a informação que circula na mídia, de que a Honda já teria recomprado cerca de 300 Civics, e que cada unidade teria custado cerca de R$ 15 mil, a fabricante nega. “A Honda não divulga quantos modelos foram recomprados e nem os valores envolvidos na negociação”.

Confira abaixo a nota da Honda na íntegra

A Honda, pautada pelo princípio de respeito aos clientes, informa que o atendimento para o reparo de insufladores de airbag segue vigente. E reforça que esse procedimento pode ser realizado mesmo quando, previamente, houve o corte da fiação do componente, uma vez que a peça é substituída por completo.

A empresa realiza tratativas individualizadas com os consumidores e pode realizar a recompra em casos pontuais. Mas não confirma a informação de que 300 veículos já foram readquiridos. A Honda não divulga quantos modelos foram recomprados. E nem os valores envolvidos na negociação.


Há 906.267 veículos com necessidade de recall num total de 1.611.187 insufladores de airbags Takata a serem substituídos. Destes, 1.205.077 insufladores de airbags Takata já foram reparados, atingindo um índice de atendimento de 74,8%.

Até o momento, a Honda possui o registro de 49 casos confirmados de ruptura anormal do insuflador de airbag Takata, sendo 18 deles com ferimento, 1 fatalidade e 30 sem lesão.

A Honda Automóveis possui um criterioso processo de controle de qualidade em sua linha de produção e executa, de forma constante, o monitoramento das unidades já vendidas como forma de assegurar que os seus produtos atendam aos mais rigorosos padrões de qualidade e segurança.


Além de airbags, agora, cintos de segurança

A fabricante de peças automotivas, Joyson Safety Systems (JSS) – que comprou a Takata após falência da empresa, em 2018 – afirmou que, após investigação de relatórios feitos pela empresa responsável pelos “air bags mortais”, constatou falsificação de testes.

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Mas não é só. Durante 20 anos, a Takata pode ter produzido 9 milhões de cintos de segurança falhos. É o que apontam, portanto, os documentos dos testes de correia das respectivas peças. Nesse sentido, acredita-se que em cerca de 1.000 casos, os acessórios de segurança foram falsificados.


Entretanto, mesmo que os resultados não correspondam às exigências, a JSS nega necessidade de recall.

Cabe lembrar que a JSS detém 30% do mercado mundial de cintos de segurança. Contudo, os maiores compradores dos produtos da marca são as montadoras japonesas, que abastecem o mercado doméstico. Entre elas, inclusive, está a Honda.

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