A época de pagamento do IPVA bate à porta e, tal como antecipado pelo Jornal do Carro, o imposto em 2022 será bem mais caro. Assim, a Secretaria Estadual da Fazenda e Planejamento de São Paulo divulgou a nova tabela, bem como apresentou a relação dos modelos que pagarão os maiores tributos no ano que vem. E esse número alcança nada menos que R$ 527.493,20. Pois é, mais de meio milhão de reais.
Os condutores que terão de desembolsar esse valor salgado são donos das duas únicas unidades, disponíveis em São Paulo, do Porsche 918 Spyder. De acordo com o órgão, o modelo, ano 2015, tem valor avaliado em R$ 13 milhões de reais. Um montante que equivale a aproximadamente sete unidades do Hyundai HB20 – que está na disputa para ser o automóvel mais vendidos do ano – na versão de entrada Sense (R$70.190).
900 exemplares no mundo
O superesportivo, fabricado entre os anos 2013 e 2015, tem apenas 918 exemplares no mundo. Ele é equipado com um conjunto híbrido, portanto, possui um motor V8 4.6 que atua em conjunto com dois propulsores elétricos. Combinados, entregam 887 cv de potência e podem chegar a impressionantes 130,5 mkgf de torque máximo.
Embora o desempenho seja brutal, um ponto que chama bastante atenção é o baixo consumo. Isso porque o esportivo consegue fazer cerca de 100 km com 3,3 litros de gasolina. A velocidade máxima é de 345 km/h e a aceleração de 0 a 100 km é feita em 2,6 segundos.
SUV com IPVA mais caro
Na categoria de SUVs, o modelo com IPVA 2022 mais caro é o Rolls-Royce Cullinan. O utilitário da marca de luxo, ano 2020, tem apenas duas unidades no Estado e possui preço avaliado em R$ 3 milhões e meio. Ou seja, gera um imposto de R$ 137.906,56, segundo a secretaria.
Sob o capô, o SUV é equipado com um motor V12 6.5 biturbo que entrega 571 cv de potência e 86,5 mkgf de torque. Ele vem conectado a um câmbio automático de 8 marchas. Segundo a Rolls-Royce, a aceleração de zero a 100 km é feita em 6 segundos.
IPVA 2022 terá desconto de até 9% em São Paulo
Apesar do aumento nos valores do IPVA, os moradores de São Paulo terão desconto maior para quem quitar o imposto à vista: sobe de 3% para 9%. Mas quem pagar o tributo integralmente em fevereiro, ou preferir parcelar, a redução será de 5%. Já quem tem carro zero, o desconto continua em 3% no pagamento à vista até o quinto dia da emissão da nota fiscal.
Há ainda a possibilidade de parcelamento em cinco vezes, entretanto sem os 3% de abatimento. Por fim, o vencimento da primeira parcela fica para 30 dias da emissão do documento fiscal. O governo paulista, assim, afirma que as medidas objetivam amenizar os efeitos negativos da pandemia e da crise econômica do País.
Mas não se engane: mesmo com o desconto em São Paulo, o IPVA 2022 será bem maior que no ano anterior. O aumento do imposto virá na mesma proporção da inflação que fez os preços dos carros dispararem. Nem mesmo modelos populares escaparão do alíquota maior.
Um exemplo é Renault Kwid, atual carro 0-km mais barato do Brasil. Em novembro de 2020, o hatch (ano/modelo 18/19) custava R$ 34.438 na Tabela Fipe. Pois em novembro de 2021, o mesmo modelo é cotado a R$ 43.932, ou seja, um aumento de quase R$ 10 mil reais na cotação em apenas um ano – o que representa 1/3 do valor do carro.
Dessa forma, quanto mais caro é o veículo, maior será o aumento acumulado. Vejamos, por exemplo, o caso do Jeep Renegade, SUV mais vendido do País em 2021. Em novembro de 2020, um exemplar 19/19 da versão Longitude 4×2 com motor 1.8 flex custava R$ 76.186. Agora, o mesmíssimo modelo custa R$ 91.498 na Fipe.
Alíquota é estadual
Cada Estado tem sua alíquota de IPVA exclusiva. Em São Paulo, por exemplo, a taxa paga é de 4% para os automóveis de passeio a gasolina e flexíveis. Já os modelos que usam exclusivamente álcool, eletricidade ou gás, comprados antes de 15 de janeiro de 2021, têm alíquota de 3%. Veículos com mais de 20 anos de fabricação são isentos.
Cabe ressaltar que a alíquota do IPVA é a mesma para veículos novos e usados. Entretanto, no caso dos 0-km, a base de cálculo é o valor da nota fiscal de compra. Já para os usados, segundo a Sefaz, é considerado o valor de mercado medido pela Tabela Fipe.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a variação dos valores de bens e serviços, os veículos novos aumentaram mais de 20% em um ano – outubro de 2020 até o décimo mês de 2021. O número sobe ainda mais se levar em consideração apenas os modelos usados: 30,25%. Em média, de 12 meses para cá, o consumidor paga 25% a mais na compra de um carro.
Cinco parcelas
Entre as novidades divulgadas pelo Governo de São Paulo para 2022, está o pagamento em até cinco vezes sem juros – começa a contar em fevereiro. Antes, o valor podia ter parcelamento de, no máximo, três vezes.
O calendário começa no dia 10 de janeiro. Mas fique preparado, afinal, indo na contramão do que acontece há mais de 20 anos no País, o valor venal dos veículos subiu muitíssimo em 2021. A inflação média dos carros foi de 22,5%, de acordo com pesquisa anual feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).