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Mercedes-Benz apresenta ônibus autônomo
Tecnologia

Mercedes-Benz apresenta ônibus autônomo

Protótipo em testes na Holanda antecipa tecnologia que deverá estar nas ruas europeias em 2020

20 de jul, 2016 · 9 minutos de leitura.

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 Mercedes-Benz apresenta ônibus autônomo
Future Bus usa radares, sensores e GPS para rodar sem intervenção

Em Inteligência Artificial, filme de 2001 dirigido por Steven Spielberg, os personagens iam de um lado para o outro levador por carros sem motorista. O que parecia pura ficção, está cada vez mais perto de se tornar realidade e passa a incluir o transporte público com a apresntação do Future Bus, protótipo apresentado hoje em Amsterdã, na Holanda, pela Mercedes-Benz.

Embora ainda seja um veículo experimental e funcione de forma semi-autônoma, o modelo da marca alemã mostrou-se 100% operacional. A versão de produção deverá ser lançada na Europa em cerca de quatro anos – o sistema deverá chegar primeiro aos caminhões do Grupo Daimler.

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Durante a demonstração, feita no corredor exclusivo mais antigo da Europa, entre o aeroporto e a capital holandesa, o Future Bus parou em plataformas para passageiros (a até 5 cm de distância), abriu e fechou as portas, arrancou, acelerou e freou sem intervenção do motorista, que estava em seu posto, mas para atuar apenas como uma espécie de supervisor do sistema eletrônico.

Batizada de CityPilot, essa solução utiliza câmeras de vídeo na dianteira e laterais do veículo, além de GPS e radares, para permitir ao veículo rodar sozinho. O dispositivo é capaz de “enxergar” as faixas pintadas na pista, identificar cruzamentos e “obedecer” os sinais dos semáforos. O Future Bus pode rodar no modo autônomo a até 70 km/h, inclusive em túneis onde não há sinal de GPS – por meio da leitura da sinalização viária. O ônibus também mantém distância de eventuais veículos à frente. Nesse caso, dá para programar intervalos de até 200 metros.


De acordo com informações da fabricante, como o veículo funciona de forma suave e regular, sem acelerações e frenagens bruscas, por exemplo, há redução do consumo de combustivel e, consequentemente, dos níveis de emissões – os números não foram divulgados. Sensores instalados nas portas indicam se há passageiros entrando e/ou saindo e só liberam o fechamento das portas quando a operação de embarque e desembarque estiver concluída.

O CityPilot também pode identificar objetos e pessoas na via e proximidade. Se estiver saindo do ponto e alguém cruzar sua frente, por exemplo, o Future Bus para automaticamente. O sistema semi-autônomo não faz frenagens de forma independente em situações de emergência. A marca informa que, nesses casos, o motorista pode avaliar o tipo de reação mais adequado, de modo a evitar paradas bruscas em que há risco de lesões aos passageiros, por exemplo.

Com desenho futurista, o protótipo chama a atenção também por causa dos faróis dianteiros, de full-LEDs, e pela iluminação da grade, que pode ser branca, para indicar quando a condução está sendo feita pelo motorista, ou azul, quando o sistema autônomo está ativado. O mesmo tipo de sinalização é utilizado no interior do veículo. Dividido em três áreas – Lounge (traseira), Express (central) e Service (dianteira), o veículo tem acabamento muito funcional e assentos dispostos em várias direções diferentes.


O protótipo traz apenas sete bancos, que podem acomodar 15 pessoas. Por ser experimental, o Future Bus tem lotação limitada a 23 passageiros.

Mecânica. O ônibus tem motor turbodiesel de seis cilindros em linha de 300 cv e câmbio automático de oito marchas. De acordo com informações da Mercedes -Benz, a escolha desse trem de força convencional se deve ao fato de que o foco do protótipo é mostrar suluções de condução autônoma.


Em 2018, será lançada uma versão elétrica do modelo conceitual. Esse sistema de propulsão, aliás, deverá ser oferecido inclusive na linha de produtos da marca vendida no Brasil. Segundo o diretor mundial da divisão de ônibus da Daimler, Hartmut Schick, em 2030 70% dos ônibus vendidos no mundo serão movidos a eletricidade. Ele afirma que os propulsores elétricos deverão equipar dois de cada dez ônibus vendidos pela empresa já em 2018.

Mercado prioritário. Com vendas médias de cerca de 25 mil unidades por ano, o Brasil é o terceiro maior consumidor de ônibus do mundo. O primeiro é a China, com 120 mil, seguido pela Índia, com 50 mil. Schick acredita que os emplacamentos do setor poderão crescer até 50% em menos de dez anos.

“O Brasil é muito importante para nós”, afirma o executivo. “Vamos esquecer as vendas deste ano”, diz ele, lembrando que em 2011 os emplacamentos desse tipo de veículo no País somaram 32 mil unidades. De acordo com Schick, em períodos “normais” os números do mercado brasileiro se equiparam à soma de todos os países da Comunidade Europeia.


Viagem feita a convite da Mercedes-Benz

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.