A Mercedes finalmente apresentou a nova geração do Classe C. Nas carrocerias de sedã e perua, o modelo adota integralmente motores eletrificados juntos de unidades quatro-cilindros, aposenta o V6 e V8 da versão AMG e herda o luxuoso visual do Classe S. Desta vez, o sedã virá ao Brasil importado da Alemanha.
Sob o codinome de W206, o novo Classe C é construído na nova plataforma MRA, arquitetura voltada a veículos eletrificados desde suas prospecções.
Dessa forma, ele mede 4,75 metros de comprimento na carroceria sedã, isto é 6,5 cm a mais do que a antiga geração. O entre-eixos de 2,86 m cresceu 2,5 cm, enquanto a largura de 1,82 m aumentou 1 cm.
Embora a conservadora identidade visual da Mercedes não permitisse grandes alterações no design, o carro-chefe de vendas conseguiu ficar mais sofisticado.
Fazendo alusões a seus irmãos como o Classe E e Classe S, ele adota novos faróis full LED mais angulares e uma grade mais larga. Como tradição, o logotipo da marca vai bem ao centro da grade, no entanto, algumas versões não terão o símbolo estampado no capô.
Na traseira, as lanternas agora ficam na orientação horizontal, invadem a tampa do porta-malas e chegam perto da placa. Desta vez, a linha de teto demonstra uma inclinação mais sutil até o porta-malas.
As rodas também são novas e variam de 17, 18 ou 19 polegadas, conforme a versão.
Interior luxuoso
A grande diferença está, portanto, no interior do veículo. A fim de deixá-lo em outro patamar no quesito sofisticação, o painel herda várias características do Classe S. Em primeiro lugar, o painel inclinado em forma de cascata se une ao console central. É lá que se encontra a tela de entretenimento em formato vertical de 11,9″ ou 9,5″, dependendo da versão.
O sistema de infotainment traz o sistema MBUX de segunda geração, que dispõe, por exemplo, do assistente de voz mais aguçado capaz de distinguir as vozes dos ocupantes e se conectar com outros dispositivos eletrônicos da própria casa, pela função Smart Home. Desse modo, é possível controlar alguns comandos da casa, como apagar as luzes, desligar o ar-condicionado e até conferir quem está na residência.
O painel de instrumentos de 10,25″ ou 12,3″ conta com recursos 3D e de realidade aumentada. Assim, ele consegue projetar a informação do que está a cerca de 4,5 metros à frente do modelo. Ele também dispõe de comando por voz e oferece três estilos de arranjo – Discreto, Sport e Classic.
Pagando mais, o motorista ainda consegue levar o modelo com bancos dianteiros massageadores e aquecidos. A iluminação consegue deixar toda a cabine em uma só cor.
Motores
De série, todos os motores serão de quatro cilindros. Sem mais V6 ou V8, afinal, o foco não é mais esse. Na nova linha, todas as versões adotam o sistema híbrido leve EQBoost, já conhecido pelos brasileiros.
Ele consegue recuperar a energia durante as frenagens e consegue desenvolver até 20 cv a mais para o motor a combustão. Para as configurações C180 e C200 há o motor 1.5 turbo a gasolina que gera até 170 cv e 25,5 mkgf na versão de entrada e 204 cv e 30,5 mkgf na versão intermediária.
Para a C300, o trem de força é o 2.0 turbo a gasolina de 255 cv de potência. Embora a potência seja a mesma do modelo antigo, o torque é revisto e sobe para 40,7 mkfg. O câmbio para toda a linha é o automático de 9 marchas. A tração integral 4Matic vira opcional. Por enquanto, essa é a versão mais rápida do sedã e acelera de 0 a 100 km/h em menos de 6 segundos.
Embora seja o fim dos motorzões, as variantes a diesel seguem no catálogo em três configurações, que são: C200d, C220d e C300d. Todas são equipadas pelo motor 2.0 com várias potências que vão de 163 cv a até 265 cv.
Versão híbrida plug-in
Posteriormente, a montadora incluirá uma versão híbrida do tipo plug-in na gama. O C300e contará com um motor 2.0 e 204 cv combinado ao motor elétrico de 129 cv. Juntos, fornecem 313 cv de potência e 56 mkgf de torque.
De acordo com a Mercedes, o três volumes conseguirá rodar cerca de 100 km somente no modo elétrico. Nesta opção, a velocidade máxima não passa dos 140 km/h. Para recarregar a bateria de 25,4 kWh, basta plugar o veículo em um carregador de 55 kWh e esperar por 30 minutos. Além disso, ele pode se auto carregar em momentos de frenagem ou desaceleração.
A fim de compensar o peso extra, a configuração híbrida plug-in receberá um suspensão pneumática na parte traseira. De série, o sedã adota uma nova suspensão do tipo multilink independente na traseira como na dianteira.
No momento, a fabricante não revelou sobre o futuro dos modelos AMG. Decerto que não virão com o grandioso V8, mas isso não é motivo para desânimo. Ele terá duas versões com motores híbridos de 2,0 litros que prometem alcançar potências acima dos 500 cv.
Os europeus poderão começar a reservar o modelo já no próximo mês e devem recebê-lo em meados de 2021. Para o Brasil, ainda não há previsão do sedã chegar às concessionárias. Assim como nos EUA, o Classe C deve chegar no final deste ano ou só no ano que vem. Pela primeira vez desde 2018, ele virá ao Brasil importado da Alemanha.