Câmbio manual, comando de abertura e fechamento dos vidros por alavancas e motor a combustão. Assim era o carro do passado. Agora, há recursos como grandes baterias e motor elétrico, que não gera emissões de poluentes ao rodar. Para falar dessas mudanças, a Nissan promoveu a Innovation Week, em que confirmou o lançamento no Brasil do sistema híbrido e-Power e do novo Sentra.
Embora o sedã tenha motor apenas a combustão, teve lugar de destaque no evento. O modelo vai voltar ao mercado brasileiro após dois anos. Segundo informações da marca, a estreia ocorrerá no primeiro semestre de 2023. Porém, os executivos da marca não revelaram a data de lançamento. Bem como as versões e preços. Seja como for, uma das certezas é de que o carro continuará vindo do México.
O que se sabe é que o modelo, que está na oitava geração e foi lançado globalmente em 2019, ganhou nova plataforma plataforma modular. Assim, o novo Nissan Sentra ficou maior, mais largo e baixo. Ou seja, as medidas do carro são 4,64 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,46 m de altura e 2,71 m de distância entre os eixos. A capacidade do porta-malas é de 466 litros.
Segmento reduzido
Vale lembrar que o segmento de sedãs médios está em declínio no mundo todo. Segundo analistas de marcado, os consumidores desse tipo de modelo migraram para os SUVs. Assim, os únicos rivais diretos do novo Nissan Sentra são Chevrolet Cruze, Honda Civic e Toyota Corolla. Seja como for, o visual mais esportivo do modelo deve agradar o público brasileiro.
A marca aposta, por exemplo, na dianteira mais baixa, seguindo a linguagem de estilo batizada pela Nissan de V-Motion. Ela é comum a outros modelos da empresa, como SUV Kicks e o sedã Versa, por exemplo. Além disso, há faróis com LEDs e pintura bicolor, na qual o preto cria a sensação de teto flutuante.
Versão de topo da linha
Na primeira aparição pública do modelo no Brasil, a Nissan mostrou a versão SR Platinum. É a opção de topo da linha vendida no México. Há capa dos retrovisores pintadas de preto e luzes de uso diurno no para-choque dianteiro, por exemplo. Sob o capô, o sedã traz motor 2.0 a gasolina que gera 147 cv de potência e 20 mkgf de torque a 4.000 rpm. A tração é na dianteira e o câmbio, automático do tipo CVT.
Por dentro do novo Nissan
Caso siga a cartilha da versão mexicana, o Nissan Sentra virá ao Brasil com quadro de instrumentos digital de 7 polegadas. Assim como kit multimídia com tela central de 8″. Assim como nos demais modelos da marca, o sistema tem integração com Apple CarPlay e Android Auto, além de navegador GPS, entre outros equipamentos.
Por fim, o Sentra terá pacote com tecnologias eletrônicas de assistência a direção. Entre elas, há sistema de detecção de pedestres, bem como frenagem automática de emergência. Da mesma forma, o sedã traz alerta de tráfego na traseira, farol com ajuste automático de facho. Bem como aviso de risco de colisão frontal e assistente de permanência na faixa de rolagem.
Metas sustentáveis
Segundo a Nissan, todos os seus carros serão eletrificados até 2030. De acordo com Chris Reed, vice-presidente sênior de pesquisa e desenvolvimento da Nissan Américas, isso também vai depende dos clientes. Segundo o executivo, o consumidor vai ter a oportunidade de onde, como e quando carregar o carro. “Por isso, é preciso investimento em infra-estrutura e, não menos importante, no aumento da autonomia do carro.”
Conforme Reed, novas tecnologias de baterias sólidas estão sendo desenvolvidas. Dessa forma, têm maior capacidade de armazenamento de energia. Porém, Reed diz que isso deve ficar “para os próximos 10 ou 20 anos.” Seja como for, a marca aposta no lançamento de novos veículos eletrificados.
E-Power chegará à América do Sul
Nesse sentido, a marca anunciou durante a Innovation Week a vinda da tecnologia e-Power à América do Sul. Contudo, Ricardo Flammini, vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas da Nissan América do Sul não revelou detalhes. “Não vou dizer em qual país e qual modelo virá. Apenas que chega em 2023”. No entanto, tudo leva a crer que trata-se do Kicks. Ou seja, o modelo pode ser fabricado no Brasil.
Em síntese, trata-se de um veículo elétrico com energia produzida por um pequeno motor a combustão. Este último, portanto, funciona como um gerador, e não para tracionar o carro. No Brasil, o modelo deve ter também tecnologia flexível e, portanto, poderá ser abastecido com etanol. Assim, promete zero emissão. Afinal, “o CO2 que sai pelo escapamento é compensado pela cana-de-açúcar”, diz Ricardo Abe.
Ele é gerente sênior de engenharia de desenvolvimento de produto da Nissan do Brasil e de mercado da Nissan América do Sul. De acordo com o executivo, além de bateria pequena, que reduz o peso e o preço do carro, o custo de abastecimento será bem reduzido. De acordo com testes feitos pela empresa, a autonomia com 30 litros de etanol passa dos 600 km. Ou seja, a média é de 20 km/l.
Além disso, a Nissan investe no desenvolvimento de uma célula a combustível a etanol. O sistema, chamado pela marca de SOFC, gera hidrogênio a partir do combustível de origem vegetal. Essa solução foi apresentada pela empresa durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. De acordo com a empresa, as pesquisas continuam a todo vapor.