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Onix e HB20 fazem briga ‘aventureira’
Comparativo

Onix e HB20 fazem briga ‘aventureira’

Modelos mais vendidos do País, hatches da Chevrolet e Hyundai se enfrentam nas versões Activ e X, de visual aventureiro

18 de dez, 2016 · 11 minutos de leitura.

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 Onix e HB20 fazem briga 'aventureira'
Guarnições nas caixas de roda, suspensão mais elevada e rack de teto são comuns aos dois modelos

A Chevrolet demorou para dar ao Onix uma versão com apelo visual off-road, a Activ, que chegou somente após a primeira reestilização do hatch, em junho. Agora, essa nova opção do líder de vendas chama para a briga o HB20X. Trata-se da versão aventureira “de butique” do Hyundai que é o segundo colocado no mesmo ranking.

Os modelos escolhidos para esse comparativo foram os equipados com câmbio automático de seis marchas. O resultado aqui repetiu o do ranking de vendas: o Onix Activ derrotou o Hyundai HB20X, ainda que por uma margem bem apertada (confira no quadro abaixo).

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O Chevrolet se deu melhor por ter melhor relação entre preço e equipamentos de série. Para receber o mesmo conteúdo do rival, o modelo da Hyundai cobra bem mais.

A R$ 62.590, o Onix Activ automático tem ar-condicionado, direção assistida, trio elétrico e a boa central multimídia MyLink, com suporte às plataformas Android Auto e CarPlay, da Apple. Além disso, traz o sistema de monitoramento remoto OnStar, que pode ter até serviço de “concierge” disponível para os usuários do modelo.

O HB20X parte de R$ 62.855, mas, para ter uma central multimídia semelhante à do Onix, só a opção Premium, de topo, pode receber opcionalmente esse sistema. Assim, a conta sobe para R$ 67.855. Por esse valor, o Hyundai até tem ar-condicionado digital e sensor crepuscular, mas esses itens não compensam a diferença.


Nem mesmo a potência extra do 1.6 do Hyundai, que rende até 128 cv, ante 106 do 1.4 do Onix, justifica o valor elevado.

O HB20X ainda pode ganhar bancos de couro, não disponíveis no Chevrolet. Com isso, a tabela fica próxima aos R$ 70 mil. Para completar o pacote de altos custos do modelo da Hyundai, o seguro também custa mais que o do Onix (veja quadro abaixo). Já as peças são um pouco mais baratas.

Confortável. O Onix oferece uma cabine visualmente mais bem elaborada, com partes coloridas especiais da versão Activ e bancos com espuma mais macia, o que entrega mais conforto nas cidades. Na estrada, o fato de os da frente serem curtos acaba cansando o motorista.


É sensível o maior silêncio a bordo do Chevrolet, que isola bem a cabine de ruídos externos, como rolagem de pneus, vento e o do trabalho da suspensão. Na cidade, o HB20X não incomoda, mas chega a ser cansativo na estrada o barulho dos pneus. Em nenhum dos dois o motor gera muito ruído, já que ambos trabalham abaixo dos 3 mil giros em velocidades de cruzeiro, na casa dos 110 km/h.

Visual. Pelo menos o HB20X dá um banho no Onix Activ no quesito desenho da carroceria. O Chevrolet é até bem resolvido, mas o para-choque traseiro tem mais materiais e cores diferentes, que tornam o visual dessa parte poluído.

Com lanternas de LEDs atrás, o Hyundai é dono de um visual que parece pertencer a um carro de categoria superior. Além disso, o HB20X traz detalhes que o diferenciam bastante das versões mais simples do modelo. O Onix também tem personalidade própria, mas pede que o motorista se acostume a vê-lo todos os dias, diferentemente do concorrente.


HB20X é mais potente, mas motor do Onix revela valentia

Se os 22 cv a mais do HB20X em relação ao Onix Activ podem não justificar os R$ 5 mil a mais na hora de fechar o negócio, é inegável que mostram sua força na hora de acelerar.

O 1.6 anda forte e o câmbio automático ajuda, com trocas rápidas e nos momentos certos, tanto que o modo manual raramente se faz necessário. É fácil “pedir” uma redução de marcha apenas “beliscando” o acelerador, fazendo o hatch ganhar disposição e mostrar a que veio.


A direção tem relação bem direta com as rodas e dá agilidade ao modelo, além de também permitir que o motorista coloque as rodas dianteiras exatamente onde deseja. Isso torna o HB20X muito bom de curvas, principalmente nas de alta velocidade, nas quais a suspensão firme (que tira pontos do conforto), dá mais segurança.

O Onix tem acerto bem mais macio, lidando melhor com pisos mal cuidados. Mas mesmo sendo menos potente e afiado que o HB20X, ele mostra muita competência ao rodar.

O 1.4 de 106 cv esbanja valentia, com força em giros mais baixos e vibrações contidas mesmo com a subida das rotações ao longo da escala do conta-giros. A transmissão automática também tem as primeiras marchas bem curtas, o que ajuda em arrancadas e faz o Onix disfarçar bem a potência inferior à do concorrente.


Tanto que o conjunto do Chevrolet acaba sendo mais agradável de guiar, com comandos de acionamento mais suave, mesmo que o desempenho seja um pouco mais limitado.

OPINIÃO: Modelos que têm função estética na paisagem urbana

As versões com apelo visual aventureiro não foram feitas para enfrentar desafios mais duros que o das opções convencionais. A principal proposta desses modelos é mesmo estética. Trata-se de uma forma de fugir do lugar-comum. O Hyundai é notadamente mais bonito, ainda que o Onix não vá assustar nenhuma criancinha pelas ruas. O problema do HB20X é repetir o erro das demais versões, que é reservar às opções de topo itens que já são básicos para quem vai pagar mais de R$ 60 mil por um carro, como uma central multimídia, e cobrando bem caro por isso.


CHEVROLET ONIX ACTIV

PRÓS: EQUIPAMENTOS. Versão é recheada de itens importantes, como central multimídia, câmera de ré, controle de cruzeiro e até sistema de ‘concierge’.

CONTRAS: POSIÇÃO DE DIRIGIR. Bancos são macios, mas assento é curto e força motorista a guiar em posição cansativa em viagens.


HYUNDAI HB20X

PRÓS: DESEMPENHO. Motor 1.6 de 128 cv faz bom casamento com transmissão automática e dá ao HB20X ótimo comportamento em cidade e estrada.

CONTRAS: PREÇO. Versão equipada em equivalência com o Onix Activ beira os R$ 68 mil, elevados para a categoria.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.