O ano de 2022 teve dezenas de lançamentos de novos carros no Brasil. Com o avanço da vacinação e o recuo da pandemia, os grandes eventos presenciais voltaram à agenda, o time do Jornal do Carro acelerou todas as novidades que chegaram ao País. Assim, contou cada detalhe aqui no site, no impresso encartado às quartas-feiras no Estadão e nas redes sociais.
No início de dezembro, reconhecemos os melhores veículos do ano no Prêmio Mobilidade Estadão 2023, com os finalistas divididos em nove categorias. Agora, é a vez da redação do JC revelar os seus modelos favoritos de 2022. Cada jornalista da equipe escolheu o carro que mais marcou a temporada, sobretudo ao volante. Confira a seguir.
Tião Oliveira, editor: Kwid E-Tech e iCar
Após um período complicado pela pandemia, sem grandes lançamentos de carros, 2022 foi marcado por importantes estreias no Brasil. Entre os destaques, há os renovados Citroën C3, Jeep Renegade 1.3 turbo, Land Rover Range Rover e Nissan Frontier. Bem como os inéditos BYD Han, BMW iX, Fiat Fastback e Mercedes AMG EQS 53, para citar alguns.
Mas duas das novidades me agradaram bastante. Uma é o Caoa Chery iCar, outra o Renault Kwid E-Tech. Ou seja, ambos são compactos, para o uso urbano e 100% elétricos. Em comum, além de disputar o posto de carro elétrico mais barato do País, iCar e Kwid são fáceis de estacionar, econômicos, espertos nas respostas ao acelerador e com espaço relativamente bom para quatro pessoas.
Nesse caso, o Kwid é melhor, por ter quatro portas. O iCar responde com deslocamento elétrico do banco dianteiro esquerdo, para facilitar a entrada atrás. Além disso, o carrinho chinês tem teto de vidro, carregador de celular por indução e câmera na traseira. Em São Paulo, os dois estão liberados do rodízio municipal. O que pega são os preços, em torno dos R$ 150 mil. Quando baixar para R$ 100 mil ou menos, vou considerar a compra.
Diogo de Oliveira, editor-assistente: Novo Ranger Rover
É um desafio escolher apenas um dentre tantos carros incríveis que chegaram às ruas brasileiras neste ano. Os números de vendas de 2022 revelam que o Brasil entrou de vez na rota da eletrificação, com dezenas de lançamentos de modelos 100% elétricos e híbridos. O ano teve até estreia de marcas chinesas novatas no País, como BYD e Great Wall Motors. Mas o meu escolhido é um clássico e, de certa forma, faço minha homenagem à rainha Elizabeth II, morta em setembro.
Em abril, estive na Califórnia (EUA) para conhecer, em primeira mão, o novo Range Rover. Participei do “media drive global”, ou seja, fui um dos primeiros jornalistas no mundo a acelerar o SUV mais caro da marca inglesa – e também um dos favoritos da rainha Elizabeth II. Nesta 5ª geração, o utilitário traz toques de modernidade ao estilo mais tradicional e, sobretudo, aposta no alto luxo a bordo, com direito a versão com peças de porcelana na cabine.
O desempenho, claro, é compatível com o posicionamento do SUV (a partir de R$ 1,1 milhão). Principalmente na versão First Edition P530 com motor 4.4 V8 biturbo a gasolina. Ele gera 530 cv e 76,5 mkgf combinado ao mesmo câmbio de oito marchas. A tração é 4×4 e a aceleração de zero a 100 km/h leva só 4,6 segundos.
Porém, é o nível tecnológico do novo Range Rover que mais impressiona. Por exemplo, o painel traz um novo multimídia bastante simples de operar com uma tela enorme de 13,1 polegadas. Da mesma forma, o quadro de instrumentos é digital e personalizável. Há poucos botões, aliás, e muito capricho no acabamento. E tem versão com entre-eixos alongado e bancos traseiros que reclinam, como na classe executiva dos aviões. O SUV da rainha é um suprassumo.
Jady Peroni, repórter: Peugeot e-2008
O Peugeot e-2008 estreou em novembro e é o terceiro elétrico da marca no Brasil. Um dos pontos que mais chama atenção, com certeza, é o visual. O SUV é moderno e traz as famosas características da Peugeot, caso das presas e garras do leão. Destaque também para os acabamentos cromados, para os faróis Full LEDs e a grade com detalhes na cor da carroceria. Por falar nisso, a cor Laranja Sunset – única gratuita – distingue ainda mais o SUV.
Ao volante, o e-2008 é agradável de dirigir com seus 136 cv e 26,5 mkgf de torque imediatos. A autonomia de 345 km também se revelou suficiente. Por dentro, oferece conforto com ótimo espaço para as pernas (principalmente no banco traseiro), bem como diversos compartimentos e porta-objetos. Eu particularmente gosto de teto solar – que tem abertura panorâmica. E o acabamento é caprichado. Por fim, o porta-malas tem bons 434 litros.
Na cabine, o visual continua moderno. Os itens que mais curti foram o volante com design esportivo, o quadro de instrumentos digital com efeito 3D e o multimídia com tela de 10″. Por R$ 259.990 (um dos SUVs elétricos mais barato do País), o Peugeot e-2008 vem com o pacote ADAS de condução semiautônoma. Assim, é completo, com frenagem automática de emergência, reconhecimento de placas, entre outros. Por fim, tem 6 airbags e carregador por indução.
Vagner Aquino, repórter: Volvo C40 Recharge
Sou do tipo que torce o nariz para os chamados SUVs cupês, que nunca foram tão falados (e vendidos) como em 2022. Desde o BMW X6, lançado em 2008, sempre achei cafona esse estilo de carro. Ou é SUV ou é cupê. Os dois estilos, para mim, não cabem no mesmo projeto. Mas, vou confessar que o carro mais legal que tive contato neste ano foi o Volvo C40.
Por fotos, não me rendi aos encantos do SUV cupê da marca sueco. Porém, o trabalho me exigiu contato direto com o modelo. E já nos primeiros minutos ao volante do C40, fiquei surpreso com a tecnologia a bordo. E também com o desempenho do seu conjunto elétrico. Ainda sinto falta de infraestrutura de recarga, e me incomoda saber que preciso gastar mais de meia hora do meu dia, ali, parado, à espera do carregamento da bateria.
Pois foi justamente esse “preconceito” que o C40 derrubou na avaliação. Em uma semana de convívio, eu sequer precisei encostar em um eletroposto. Mérito do pacote de baterias de íons de lítio, que fica sob o assoalho e rende autonomia de quase 450 km. O C40 Recharge une dois motores elétricos (um em cada eixo) que geram 408 cv de potência combinada. O torque é de 67,3 mkgf e, como em todo elétrico, é instantâneo.
A aceleração de zero e 100 km/h leva 4,7 segundos. Em síntese, além de bonito, tem tocada excelente que permite deslocamento por São Paulo em qualquer condição de tráfego sem preocupação com recarga. Por dentro, o painel é limpo – quase sem botões – e tem tela de 9″ em posição vertical. O quadro de instrumentos digital tem 12,3″. Tudo é ligado ao sistema do Google. E tem conexão nativa de internet. Eu compro, só me restam os R$ 429.950.
Eugênio Augusto Brito, repórter: Novo Kia Sportage
A temporada automotiva de 2022 teve boas surpresas, mas o meu carro preferido é conhecido por poucos, infelizmente, por causa da baixa abrangência no mercado brasileiro da sul-coreana Kia. Falo da quinta geração do Kia Sportage. Agora o SUV é híbrido leve e combina o motor 1.6 turbo a uma bateria de 48V e um inversor mais parrudo. São 180 cavalos a 5.500 rpm e 27 mkgf de 1.500 rpm a 4.500 rpm. O câmbio é de dupla embreagem e sete marchas.
Na minha opinião, o modelo tem o visual mais instigante do segmento, bem como um nível de tecnologia incrível. São duas telas de 12 polegadas integradas no topo do painel, que podem ser customizadas. E chama a atenção a dirigibilidade: as respostas são rápidas ao acelerador e convivem com o silêncio e o baixo consumo em velocidade de cruzeiro. Tudo por conta do reforço elétrico, que permite ao motor desacoplar por alguns instantes.
Além disso, a suspensão flerta com modelos de Audi e BMW, por exemplo. Assim, preza pelo equilíbrio dinâmico em vez da maciez. Vale lembrar que o novo Kia Sportage MHEV está na faixa do campeão dos SUVs médios, o Jeep Compass. Os preços são de R$ 225 mil (versão EX) e de R$ 265 mil (EX Prestige), mais R$ 2.800 de pintura metálica ou perolizada.