Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro

23/07/2021 - 9 minutos de leitura.

Por que a Toyota não quer associar seus carros às Olimpíadas de Tóquio?

Com aumento de casos de Covid-19, Toyota teme desapontar consumidores com apoio aos Jogos; marca não irá veicular comerciais na TV japonesa

Toyota é a patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio Crédito: Toyota/Divulgação

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De início, o plano da Toyota era usar as Olimpíadas de Tóquio 2020 como vitrine para o lançamento de tecnologias de mobilidade. Bem como para a introdução de veículos autônomos e elétricos para o transporte de atletas e demais presentes na capital japonesa (veja o vídeo abaixo). Entretanto, no início de 2020, veio a pandemia da Covid-19. Os Jogos Olímpicos foram atrasados. E a marca simplesmente engavetou a estratégia inicial.

A Toyota continua como patrocinadora oficial das Olimpíadas de Tóquio, mas decidiu não exibir anúncios relacionados ao tema na TV japonesa. A decisão, assim, baseia-se no risco de contágio pela Covid-19. De acordo com os números, os casos da doença aumentaram na última semana. Inclusive, quase 60 atletas e jornalistas já foram contaminados por lá neste mês.

A preocupação da Toyota e de outros patrocinadores japoneses em continuar apoiando as Olimpíadas é a retaliação de parte dos consumidores. Afinal, tem muita gente contrária aos Jogos no país. Ou seja, a decisão é uma resposta à pressão da clientela.

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Sob a visão da montadora

“Existem muitos problemas com os Jogos. Problemas de difícil compreensão”, destacou o diretor de comunicação da Toyota, Jun Nagata. Ele deu a declaração em entrevista coletiva nesta semana.

O presidente-executivo Akio Toyoda, neto do fundador da Toyota, não esteve presente na cerimônia de abertura nesta sexta-feira (23). Da mesma forma, a montadora declarou que não enviará nenhum de seus executivos ao evento esportivo.



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Assim, mesmo como patrocinadora olímpica, a marca japonesa não vai usar os Jogos para fazer marketing. Para a Toyota, nesse momento, qualquer propaganda pode ser vista como uma exposição negativa. E, portanto, pode atrapalhar os seus produtos e tecnologias.

Mas mesmo destacando o momento de dificuldade que envolve o evento no país, a Toyota continuará apoiando os seus atletas. São aproximadamente 200 competidores nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos afiliados à marca japonesa.

Toyota/Divulgação

O acordo

Em 2015, a Toyota Motor Corporation assinou contrato como patrocinador olímpico mundial. Estima-se que o acordo de oito anos teve valor contratual próximo de US$ 1 bilhão (mais de R$ 5,2 bilhões na cotação atual).

Nesse sentido, cabe lembrar que a atual situação era inimaginável. Ninguém poderia prever que, mesmo com um ano de atraso, os Jogos sofreriam com a sombra da pandemia causada pelo coronavírus. Nesse momento, Tóquio se encontra em estado de emergência.

Pesquisa da mídia local aponta que a maioria dos entrevistados (55%) não apoiam a realização dos Jogos Olímpicos por causa da Covid-19. Para eles, a situação é preocupante, já que o Japão receberá, no total, cerca de 11 mil atletas. Isso fora profissionais da imprensa e de outros setores.


Nissan/Divulgação

SUV Kicks estreou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

Com mais sorte que a Toyota, a Nissan foi a principal patrocinadora das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Durante os Jogos anteriores, a marca usou e abusou da exposição na mídia e redes sociais para lançar o SUV Kicks. O modelo é o atual campeão de vendas da marca japonesa no mercado brasileiro.

Além do Kicks, que fez sua estreia mundial no evento, a Nissan também pôs na vitrine o hatch elétrico Leaf, que rodava em testes no Brasil.


Executivos “super sinceros” da Toyota

Nos últimos tempos, os executivos da Toyota estão afeitos a dar declarações sinceras. Recentemente, Masahiko Maeda, diretor de tecnologia, declarou que a empresa não vê a eletrificação total dos carros antes de 2050. Dessa forma, Maeda sinalizou que a montadora não vai correr para lançar carros elétricos e encerrar com a oferta dos modelos a combustão.

A estratégia da Toyota, assim, vai variar por região. No Japão, por exemplo, a marca revelou no início do ano o seu primeiro modelo nascido elétrico, o bZ4X. Entretanto, em mercados como o brasileiro e outros emergentes, a montadora vai apostar na hibridização dos veículos. No Brasil, isso já ocorre com Corolla sedã e o SUV Corolla Cross.

A marca japonesa, inclusive, é a líder de vendas entre os híbridos com a dupla. As vendas crescentes, aliás, fizeram a concorrência correr atrás. Só na última semana, Nissan e Volkswagen anunciaram projetos de eletrificação com base em biocombustíveis. Ou seja, o híbrido flexível a etanol, como é o caso da tecnologia da Toyota brasileira.


Toyota vai apostar em elétricos lá fora

Toyota bZ4X estreou no Salão de Xangai ainda como um conceito. Entretanto, o design revela as linhas finais do modelo de produção. O SUV elétrico será lançado em meados de 2022, de início na China e no Japão. Depois, ganhará escala mundial, tal como foi com o Prius. O utilitário é o primeiro de sete veículos elétricos que a marca vai lançar até 2025.

Assim como o bZ4X, todos os futuros membros da linha bZ (sigla de Beyond Zero ou “além do zero”) utilizarão a plataforma modular e-TNGA. A arquitetura é exclusiva para carros elétricos a bateria (BEVs) e foi feita em parceria com a conterrânea Subaru. Além de sete modelos Toyota bZ, a base vai dar origem a outros oito veículos não detalhados.

Ou seja, o chassi da Toyota e da Subaru terá ao menos 15 modelos a serem lançados até 2025. E o bZ4X será, assim, o primogênito da família.


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