RAFAELA BORGES
FOTOS: SÉRGIO CASTRO/AE
A beleza vem acompanhada por um ronco de arrepiar. Impossível ficar indiferente. Mas o Rapide não foi feito só para ser visto. À venda no Brasil a partir de R$ 965 mil, o único Aston Martin de quatro portas pode até desagradar os puristas, mas cumpre o papel de unir esportividade com conforto. Trata-se de um carro ideal para viagens familiares com alta dose de emoção.
É fato que quem mais se divertirá é o papai, ou a mamãe, ao volante. E como estamos falando da Aston Martin, fabricante de belos e tradicionais cupês ingleses, vamos primeiro à esportividade. O ronco do motor 6.0 V12 de 470 cv e 61,2 mkgf, é incessante, mesmo em baixa rotação. Quando a pressão no pedal do acelerador aumenta, o barulho parece o de uma turbina, embora o propulsor seja aspirado.
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E por falar em aceleração, o cupê grandalhão, que tem mais de 5 metros de comprimento, vai de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos, conforme dados da Aston Martin. Esse tempo é próximo ao de alguns superesportivos.
O pacote que dá vida a esse desempenho passa pela estrutura do carro, que inclui liga de magnésio e alumínio. Esses compostos leves ajudaram a deixar o peso do Rapide abaixo das 2 toneladas.
O acionamento do câmbio – automático de seis marchas – é incomum, mas está presente em todos os carros da safra atual da Aston. Ele é feito por meio de teclas no painel central. Entre elas está o miolo da ignição, acionada por uma chave no mínimo peculiar: tem detalhes de cristal.
Voltando ao câmbio, quem quiser grudar no banco na hora de acelerar pode utilizar as aletas atrás do volante. É garantia de emoção. O motor grita, o conta-giros vai às alturas – as marchas mudam sem intervenção apenas no limite de giro – e os efeitos da velocidade tomam conta do corpo.
A vocação esportiva do Rapide é reforçada por um recurso que deixa mais apimentadas as respostas de câmbio, acelerador e até freios. É o que proporciona a função Sport, acionada por meio de uma tecla no painel central.
Mas guiar esse inglês na cidade pode ser bem agradável. Apesar do ronco incessante, o V12 do Rapide também sabe mostrar um lado doce. Rodando a 90 km/h na Marginal do Pinheiros, a rotação fica baixinha e o carro até se disfarça de comportado. Motorista e três passageiros conseguem se esquecer que há 12 cilindros sob o capô para curtir toda a potência e qualidade do sistema de áudio da marca Bang & Olufsen.
Não dá para dizer que o Rapide desliza como um sedã de luxo, mas os ocupantes sentem pouco o contato com pisos imperfeitos.
