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Renault Megane a combustão sai de linha após quase 3 décadas
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Renault Megane a combustão sai de linha após quase 3 décadas

Comercializado na Europa por 29 anos, Megane fez sucesso, atravessou fronteiras, mas perdeu espaço para os SUVs e modelos eletrificados

Vagner Aquino, especial para o Estadão

09 de abr, 2024 · 6 minutos de leitura.

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Megane
Eletrificação e preferência por SUVs tirou modelo de cena na Europa
Crédito:Renault/Divulgação

A Renault não fabrica mais a linha Megane com motor a combustão na Europa. Após 29 anos à venda no Velho Continente, o modelo deixou as linhas de produção e o configurador da marca em alguns mercados, como a Itália, por exemplo. Já na França, por enquanto, hatch e perua permanecem à venda ao lado de outros modelos, como o novo Captur e o crossover movido a baterias Megane E-Tech.

Megane E-Tech
Megane E-Tech chegou ao Brasil no ano passado (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)


A última fornada saiu da fábrica de Palência (Espanha) na sexta-feira (5). No total, foram quatro gerações e até versão esportiva. No Brasil, cabe recordar, saiu de linha no começo da década passada, quando era vendido nas opções sedã e perua. Esta última, concorrente de modelos como Toyota Corolla Fielder, Peugeot 307 SW e Volkswagen Jetta Variant.

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Versão esportiva do Megane nunca esteve à venda no Brasil (Renault/Divulgação)

Por que saiu de linha?

De uns tempos para cá, a realidade é dura para modelos que não seguem a eletrificação. Assim, caso não seja movido por baterias ou empurrado por propulsão híbrida, não há escapatória. Principalmente na Europa, onde as leis anti poluição e ruídos são ainda mais rígidas. Além disso, o modelo, datado de 2016, já é considerado velho e, sobretudo, não passará ileso pelo novo regulamento europeu sobre segurança a bordo, que entra em vigor em julho.

O advento da “SUVização” é outro ponto que atrapalhou a vida do Megane na Europa, afinal, embora os consumidores locais ainda prezem por hatches e peruas, a compra de utilitários vêm atropelando todas as demais categorias. E isso vale para o mundo inteiro. Na gama da marca, o Megane sai de cena e abre espaço para irmãos maiores como Austral, por exemplo, uma opção no segmento médio, mas na categoria de SUVs.


Megane
Megane chegou ao Brasil em 1999 com versões sedã e hatch (Renault/Divulgação)

Trajetória no Brasil

Importado da Argentina (vinha da fábrica de Córdoba) pela primeira vez no fim da década de 1990, o Renault Megane, a princípio, caiu no gosto dos brasileiros. Na Europa, no entanto, onde já circulava desde 1995, nasceu para brigar com modelos do naipe de Ford Escort, Opel Astra, Volkswagen Golf e companhia. Tinha para todos os gostos: hatch, sedã, coupé, cabriolet e station wagon.

No Brasil, no entanto, o modelo de primeira geração – que substituía o Renault 19 – desembarcou apenas nas opções hatch e sedã. As versões RN e RT vinham, respectivamente, com motores 1.6 8V de 90 cv e 2.0 8V de 115 cv. O motor maior também equipava a variante RXE, exclusiva do três-volumes.


Em 2001, a montadora francesa apresentou a primeira reestilização do Megane. Além de um tapa no visual, ganhou nova opção de motor e mais equipamentos de série. A história durou até 2003 para o hatch e se estendeu até 2005 para o sedã.

Megane
Grand Tour ficou em linha até 2011 (Renault/Divulgação)

Com o sucesso batendo à porta, a Renault decidiu iniciar a produção da segunda geração do Megane em São José dos Pinhais (Paraná). De qualquer forma, a marca decidiu continuar com a opção sedã, mas trocou o hatch pela perua Grand Tour. Além de possuírem belo design, os modelos se destacavam pela tecnologia. Um dos pontos altos era a chave em formato de cartão, por exemplo, algo inovador para a época. A motorização se dividia entre 1.6 (115 cv) e 2.0 (138 cv) e havia opção de câmbio manual e automático. Este último, com apenas quatro marchas.


Por fim, em novembro de 2010, o Megane sedã saiu de linha no Brasil. A perua Grand Tour vendeu seus estoques até o fim 2012, mas havia parado a produção em julho daquele ano a fim de adequar a planta paranaense para a produção do novato Renault Duster.

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