Os já mundialmente famosos vídeos feitos com câmeras sobre o painel dos carros sugerem que há de fato uma boa parcela de russos que precisa voltar às autoescolas. A falta de habilidade também parece estar presente no parlamento do país, que resolveu levar a perseguição ao movimento LGBT ao extremo, proibindo cidadãos transexuais ou transgêneros de dirigir.
A lei teria sido assinada em 29 de dezembro e publicada em 4 de janeiro, e segundo fontes da Radio Free Europe, propõe que pessoas enquadradas nessas condições não seriam aptas à condução de veículos, já que “sofreriam de uma patologia”.
Publicidade
O texto da lei inclui uma série de outros comportamentos que desqualificam o cidadão de participar do processo para obter a habilitação de motorista, como vício em jogos de azar, cleptomania, crossdressers (pessoas que se vestem com roupas do sexo oposto), exibicionistas e praticantes de fetiche, masoquismo e voyeurismo. Estes últimos estão na mesma lista de pedófilos, comportamento considerado crime na maioria dos países do mundo.
As distorções são tão grandes que despertaram protestos de várias camadas da sociedade, incluindo a associação de direitos humanos de Moscou, que considerou a lei “imoral” e “discriminatória”.
Representante da associação norte-americana Human Rights First, Shawn Gaylord, que defende os direitos civis, foi um dos que se manifestou. “Proibir as pessoas de conduzirem seus carros com base em sua identidade de gênero ou expressão é ridículo e apenas mais um exemplo da intolerância metódica do regime russo aos direitos humanos básicos para os seus cidadãos”. À rede britânica BBC, o governo russo comentou que a intenção é “reforçar os controles médicos e psicológicos dos motoristas, porque há na Rússia muitos acidentes rodoviários”.
