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Senado: carro caro é culpa das montadoras
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Senado: carro caro é culpa das montadoras

Audiência pública coloca em pauta tributos cobrados e margens de lucro das montadoras

26 de fev, 2014 · 5 minutos de leitura.

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 Senado: carro caro é culpa das montadoras

O governo continua a bater na tecla de que os carros vendidos no Brasil são caros demais e a tentar empurrar a culpa para as elevadas margens de lucro das fabricantes.

Ontem (25), uma audiência da Comissão de Assuntos Econômicos, requerida pela senadora Ana Amélia (PP-RS), voltou a discutir o tema a fim de identificar aonde a composição do preço dos carros vendidos no Brasil é diferente de outros países e procurar uma causa para os valores altos.

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Ana Amélia (PP-RS), que levantou a questão ainda em 2013, discursou durante a audiência e destacou que a carga tributária brasileira é semelhante à de outros países e que o Governo ainda deu sucessivos incentivos para a categoria, em uma tentativa de isentar a administração pública do problema.

No entanto, a realidade é que a máxima de que o brasileiro paga muito mais por seus carros nem sempre é mais verdadeira. Na Inglaterra, um Honda CR-V topo custa o equivalente a R$ 124 mil, mais que os R$ 115.900 pedidos por um CR-V EXL com tração integral no Brasil. Um Volkswagen Passat Highline, vendido aqui por R$ 118.150, custa na Alemanha, país de origem do carro, o equivalente a R$ 123 mil na mesma configuração.


Tanto que o presidente da Anfavea, Luiz Moan, presente na audiência, destacou que os carros não são caros no Brasil, nem que as montadoras têm lucros maiores aqui. O executivo afirma que as fabricantes pagam 54% de carga tributária e o lucro médio anual foi de 2,9% entre 2003 e 2011.

Já o presidente da Fenabrave – a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores -, Flávio Meneghetti, reclamou dos altos impostos, mas concorda que as fabricantes ficam com uma parcela pequena do valor pago por cada carro. Tanto é que quando o IPI foi reduzido entre 2012 e 2013, as vendas aumentaram substancialmente.

É bem certo que em países como os Estados Unidos, o valor ainda é de fato menor, principalmente em segmentos mais inferiores, com carros vendidos aqui na faixa dos R$ 65 mil custando pouco mais de US$ 20 mil por lá – caso do Honda Civic. Ou de um Ford Focus Titanium, onde o topo de linha custa por aqui R$ 79.990 e nos Estados Unidos o mesmo carro custa menos de R$ 57 mil.


Além disso, a qualidade dos veículos foi posta em xeque, dado o elevado número de recalls feitos nos últimos meses – a maioria, no entanto, não envolveu somente o Brasil.

Essa disparidade deixa claro que o assunto ainda rende e só prova que a variação dos preços acontece também em função dos impostos cobrados sobre o setor e não apenas da ganância das fabricantes.


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