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Stellantis só fará carros elétricos no Brasil com apoio do governo
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Stellantis só fará carros elétricos no Brasil com apoio do governo

Plano da Stellantis envolve focar em veículos a combustão no Brasil e na América Latina enquanto não há incentivos do governo para viabilizar produção

Emily Nery, para o Jornal do Carro

28 de jan, 2021 · 6 minutos de leitura.

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Fiat 500 elétrico Stellantis
Fiat 500 elétrico
Crédito:Fiat/Divulgação

Não é novidade que as fabricantes de veículos no Brasil consideram a eletrificação um plano futuro. Dessa vez, o CEO da Stellantis foi mais enfático e ponderou que a planejamento só terá sucesso se também for interesse do governo.

De acordo com Carlos Tavares, um dos maiores impasses em produzir e trazer toda uma linha de produção de carros eletrificados para países da América Latina é a procura por tais veículos. Como já sabemos, veículos híbridos e elétricos são mais caros. Como consequência, a população da região não tem poder de compra para absorver altos volumes desse segmento que justifique um enorme investimento.

Além disso, Carlos reitera que, em uma época em que montadoras precisam lidar com um cenário economicamente instável, depender da eletrificação é muito arriscado. Por enquanto, é melhor focar na alta produção de veículos rentáveis.

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Biocombustível e motores mais eficientes pode ser uma solução no momento

Uma solução plausível para os mercados latinoamericanos, segundo o executivo é a “a opção de melhorar as emissões com o aperfeiçoamento dos motores a combustão interna e uso de biocombustíveis”. Algo que já ocorre no Brasil.

No entanto, se os governantes quiserem trazer a eletrificação do mesmo modo que ocorre na Europa ou na China, será necessário esforços políticos. “Políticas nacionais também precisam assegurar a liberdade de mobilidade de acordo com as aspirações de seus cidadãos”.


Por enquanto, poucos clientes optam por gastar R$ 150, R$ 200 mil em um carro elétrico. Esse é um dos principais questionamentos de Carlos em nível mundial. Embora o avanço da tecnologia procure baratear a bateria de um carro elétrico, a maioria da população mundial ainda não pode pagar esse alto preço.

208 e-GT
Peugeot 208 e-GT é o único elétrico do grupo vendido no Brasil Peugeot/Divulgação

Escala de produção dependerá do poder de compra do consumidor

“No momento não vejo que essa seja uma tecnologia que pode se espalhar pelo mundo todo de forma tão ampla, porque a maioria da população mundial não tem poder de compra para pagar esses preços por modelos elétricos e híbridos”, opina.


Assim, o CEO segue cauteloso e pretende apostar em plataformas que possam construir veículos térmicos ou eletrificados. Em mercados como a Europa, onde há incentivos governamentais, o grupo Stellantis irá aumentar a produção de eletrificados. Para o Brasil e Argentina, por exemplo, a meta é vender e fabrica veículos somente com motor a combustão.

Vale lembrar que o grupo quer dispor em sua gama 39 modelos híbridos ou elétricos até o fim de 2021. Até 2025, o plano é de fazer uma versão eletrificada para cada novo veículo.

Fiat Fastback stellantis
Protótipo Fiat Fastback revela futuro SUV da Toro José Patrício/Estadão

Ford foi um alerta às montadoras

Em entrevista na última terça-feira, o executivo avaliou que o fim das atividades da Ford no Brasil acendeu um “sinal de alerta” para às montadoras. Segundo ele, “há um limite do que a indústria automotiva consegue encarar diante dos fatores externos”.

Contudo, não há expectativa de bruscas mudanças nas operações da Stellantis na América Latina no momento.

Atualmente, o mercado brasileiro oferece apenas um veículo elétrico da Stellantis, o Peugeot 208 e-GT. Os próximos a desembarcarem no Brasil deverão ser o Jeep Renegade e Compass híbrido, além do Fiat 500 elétrico.




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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.