Na atual rotina da população mundial, o “novo normal”, imposto pela pandemia do coronavírus, obriga diferentes hábitos e ações em sociedade. No mundo automotivo, este novo normal se desenha para uma frota circulante de carros elétricos cada vez maior. O mais novo integrante dessa mudança de paradigma a chegar no Brasil é o Mercedes-Benz 400.
O SUV médio elétrico vem importado da Alemanha por R$ 575 mil. O preço é quase R$ 100 mil superior aos R$ 477.900 anunciados em fevereiro. Vale lembrar que, na época, a cotação do dólar em relação ao real era mais vantajosa.
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EQC 400 é derivado do GLC
Sem uma plataforma só para elétricos, a empresa apostou na base do GLC para acelerar o desenvolvimento do EQC. Por isso, o design dele parece conhecido ao primeiro olhar. Embora seja 70% diferente do GLC em termos de componentes. Foram mudados eixos, que têm a aplicação para colocar as baterias de íons de lítio no assoalho, módulos elétricos no lugar do motor, entre outras.
No design, grade, faróis e lanternas são completamente diferentes. Na dianteira, grade e faróis se fundem em uma peça com uma máscara negra que dá o tom que estará em todos os carros elétricos da família de elétricos EQ. No caso da traseira, as lanternas separadas se tornam uma peça única em formato de barra cortando a traseira. No mais, detalhes azuis nas rodas, painéis laterais e nos logotipos mostram que o modelo é energizado.
O EQC 400 tem 4,76 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,62 m de altura e 2,87 m de entre-eixos. No caso do GLC, de quem herda a base, são 4,66 m, 1,89 m, 1,64 m e a mesma distância entre os eixos. O porta-malas é de bons 500 litros no EQC contra 550 litros no GLC.
Por dentro, o carro é confortável e tem a mesma qualidade que é encontrada em outros Mercedes. Acabamento de couro, alumínio escovado e iluminação personalizável nas portas, painel e outras áreas.
O espaço é bom para quatro adultos. Como o carro é derivado do GLC normal, o túnel central alto para receber o eixo cardã das versões com tração integral continuou ali e atrapalha o quinto ocupante.
A posição de guiar é boa. Os bancos dianteiros têm vários ajustes elétricos e prolongador para as pernas, assim como a coluna de direção, para altura e profundidade. O senão é o banco dianteiro muito estreito, que deixa o quadril sobrando nas laterais.
Motorização
“Sob o capô”, o EQC traz dois motores elétricos, um em cada eixo. Juntos entregam 408 cv e 77,5 mkgf. O motor é alimentado por um conjunto de baterias de íons de lítio com capacidade de 80 kWh e 384 células. O EQC é capaz de atingir até 180 km/h de velocidade máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos. Diz a marca que restringiu a capacidade de aceleração, apesar do enorme torque, para garantir uma maior autonomia.
Com 100% da carga, a Mercedes-Benz divulga que o EQC tem autonomia de até 417 km. Isso já usando o ciclo de medição europeu WLTP, que faz testes em situações de vida real e não de laboratório.
O EQC traz de série um carregador convencional, para tomada de casa, que leva cerca de 40 horas para fazer a carga completa. Ele têm ainda um cabo extra para wallbox públicos, que levam cerca de 8h para encher a bateria. Por fim, ele aceita ainda carregadores rápidos, que oferecem até 80% da carga em 40 minutos.
A bateria tem 8 anos de garantia ou 160 mil km. Segundo a Mercedes-Benz, a avaliação com donos de outros carros elétricos garante que, em geral, eles rodam não mais de 20 km por dia, o que, apesar de parecer baixa a quilometragem, faz o dado ser suficiente para o período da garantia.
Em movimento
Com ausência de motor a combustão, o silêncio reina no interior do carro. O som do contato dos pneus com o solo é o que sobressai ao rodar. Além disso, a suspensão de ajuste “europeu” fica batendo e também se faz ouvir bastante no piso brasileiro mal cuidado, mas ainda com conforto.
A dirigibilidade é boa e a resposta do conjunto mecânico varia conforme os quatro modos de condução: eco, conforto, sport e individual. Eles alteram a rigidez da suspensão e direção, intervenção do controle de estabilidade e a resposta do acelerador.
Os 408 cv são entregues nas quatro rodas, mas não o tempo todo. A entrega é associada à pressão no acelerador. Segundo a Mercedes, saídas da imobilidade de modo comedido fazem o EQC 400 ser um tração dianteira.
Quando está rodando na estrada, já em velocidade de cruzeiro, por exemplo, a tração fica apenas traseira. E quando exigido, seja qual foi a situação ou em caso de falta de tração, a entrega ocorre nas quatro rodas.
No modo sport, as respostas são ágeis na aceleração, ainda que a Mercedes tenha “segurado a onda” do EQC. No modo Eco o carro fica “bobo” e é preciso ser firme no acelerador. O conforto é o meio termo adequado.
Para melhorar a regeneração da força nas frenagens, as aletas atrás do volante, que antes serviam para trocar marchas, agora servem para aumentar ou reduzir a força de regeneração.
Equipamentos
Oferecido em versão única, o EQC 400 traz de série o sistema MBUX com painel de instrumentos virtual e central multimídia com telas integradas. Há três opções de visualização para o painel, além de três temas para a central multimídia.
Isso altera a prioridade do que é apresentado na tela. O volante multifuncional tem pequenos “mouse pads”, um em cada lado. De início parece estranho o uso, mas após alguns minutos fica bastante funcional e prático usar com os dedões para praticamente qualquer funcionalidade.
O EQC 400 traz ainda sete air bags, controles de tração e estabilidade, câmera 360º, sensores de obstáculos, sistema de som premium Burmester, faróis de LEDs, head-up display e integração a smartphones com Android Auto e Apple CarPlay. Há ainda assistente de partida em rampa, entre outros.
A Mercedes vai oferecer aos compradores a instalação do wallbox que vai acompanhar o carro, um ano de bônus de energia elétrica e três anos de manutenção e de garantia total do veículo.
FICHA TÉCNICA – EQC 400
PREÇO: R$ 575.000
MOTOR: Dois, elétricos, assíncronos
POTÊNCIA: 408 cv
TORQUE: 77,5 mkgf
CÂMBIO: Automático, uma marcha
PESO: 2.495 kg