Faz alguns meses, o Jornal do Carro publicou um estudo que apontou que só 16% dos veículos em circulação no País têm cobertura de seguro. Mas, em agosto de 2021, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) alterou as regras do serviço, e as mudanças ampliaram a oferta e o acesso às apólices. Assim, os novos tipos de cobertura podem ser uma boa alternativa, sobretudo aos modelos que estão em alta no mercado.
Nessa linha, a Youse, plataforma digital de seguros, cotou as apólices dos 10 carros mais vendidos do Brasil em 2021. Mas, vale dizer que a relação não incluiu as picapes. Ou seja, a líder Fiat Strada ficou de fora. Contudo, traz modelos que, em março de 2021, lideravam o índice de roubos e furtos. São os casos de Hyundai HB20, Chevrolet Onix e Jeep Renegade.
A simulação dos valores foi feita a partir do perfil de um homem solteiro, de 38 anos, morador da cidade de São Paulo e que faça uso particular do veículo. Nesse contexto, indica um plano que cobre roubos, furtos, incêndio, alagamento, colisões de qualquer natureza e até perda total. Além disso, o contrato contempla danos materiais a terceiros e guincho.
Parcelas começam em R$ 92
Entre os modelos selecionados, as apólices mais baratas são da dupla Chevrolet Onix. Para o sedã, o valor mínimo da parcela é de R$ 92,73 por mês, atingindo um valor anual de R$1.112,76. No caso do hatch, a mensalidade começa em R$ 93,19, e, assim, tem valor anual de R$ 1.118,28. Em contrapartida, o Volkswagen Gol, que também está no levantamento, tem um custo mensal de R$ 124,23 com o seguro.
A lista também traz carros mais caros, como o Jeep Compass, que tem parcela mensal a partir de R$ 314,72. No plano anual, o seguro do SUV médio custa R$ 3.776,64. Em seguida, vem o Volkswagen T-Cross, um dos utilitários mais vendidos de 2021, com mensalidades de R$ 198,92 e apólice anual de R$ 2.387,04. Veja abaixo modelos e valores mensais e anuais:
- HB20 Vision 1.6 16V flex AT – R$ 128,16 (R$ 1.537,92)
- Argo 1.0 6V flex MT – R$ 114,77 (R$ 1.377,24)
- Renegade Longitude 1.8 flex AT – R$ 131,96 (R$ 1.583,52)
- Onix hatch 1.0 turbo flex AT – R$ 93,19 (R$ 1.118,28)
- Compass Limited 2.0 flex AT – R$ 314,72 (R$ 3.776,64)
- Gol 1.6 MSI flex AT – R$ 124,23 (R$ 1.490,76)
- Mobi Like 1.0 Fire flex MT – R$ 101,86 (R$ 1.222,32)
- Creta Attitude 1.6 flex AT – R$ 122,30 (R$ 1.467,60)
- T-Cross 1.0 turbo flex AT – R$ 198,92 (R$ 2.387,04)
- Onix Plus LT 1.0 flex MT – R$ 92,73 (R$ 1.112,76)
Novas regras de seguro
Elaborados pela Susep, os novos critérios para a oferta de seguros de automóveis foram publicados no Diário Oficial da União no dia 13 de agosto de 2021. Dessa forma, elas visam desenvolver o mercado com mais liberdade de escolha e personalização de apólices. Então, o consumidor pode pagar menos. Na prática, isso viabiliza a contratação de coberturas.
De acordo com a entidade, uma das principais novidades é a possibilidade de contratar o seguro sem identificar o veículo. Dessa forma, a apólice fica atrelada ao condutor, e não ao carro. Como visto no mercado internacional, a medida facilita, assim, a vida de quem aluga carros ou faz assinatura. Isso pode aliviar o bolso dos motoristas de aplicativos, por exemplo, que adotam o compartilhamento de automóveis.
“O consumidor terá mais opções. E poderá pagar menos pelo seguro. Sem contar a flexibilidade extra para encontrar produtos que atendam seus interesses específicos. A opção de ter o seguro ligado ao condutor (e não ao veículo) pode ser conveniente para diversos consumidores”, argumenta Rafael Scherre, diretor da Susep.
Personalização
Além disso, as novas regras permitem, ainda, que o interessado monte a sua própria cobertura. De acordo com Scherre, o cliente pode escolher entre diferentes opções, mais ou menos abrangentes. Ou seja, tal como apólices com cobertura parcial, ou as que dispensam aplicação de franquia em caso de indenização integral. E essa liberdade já praticada por algumas seguradoras, reflete diretamente no custo final.
Outra mudança é que o seguro fica passível de ativação/desativação pelo contratante durante o uso do veículo. Então, isso também reduzirá os custos. “Esperamos um crescimento significativo do mercado com a ampliação de cobertura, inclusão e, principalmente, inovação”, argumenta Scherre. Para o diretor da Susep, agora há base para um ambiente favorável à concorrência e aos novos negócios. Ou seja, com menos restrições regulatórias.