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Venda de importados deve cair 40% este ano
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Venda de importados deve cair 40% este ano

Para 2017, associação que representa as importadoras independentes prevê queda de 29,5% nos emplacamentos

13 de dez, 2016 · 5 minutos de leitura.

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 Venda de importados deve cair 40% este ano
Kia Sportage é o modelo importado mais vendido no Brasil no acumulado de janeiro a novembro

O segmento de veículos importados deve fechar este ano em forte redução de vendas, próxima de 40%, com 35.500 unidades comercializadas ante 60.000 em 2015. E para 2017 o panorama não é muito animador: a projeção é de redução na casa de 29,5%, para aproximadamente 25 mil unidades. Os números foram divulgados pela Abeifa, associação que representa as importadoras independentes e algumas marcas que produzem no Brasil, como BMW, Chery, Land Rover e Mini.

Presidente da associação, José Luiz Gandini aponta o regime de cotas de importação do Inovar-Auto, conjunto de leis que regulamenta o setor automotivo no País, como responsável pelos números negativos. Pelas normas vigentes, marcas sem fábrica no Brasil podem importar no máximo 4.800 veículos por ano — acima disso, há uma taxa adicional de 30 pontos porcentuais de IPI para cada carro importado.

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“Quando o dólar estava mais baixo, muitas empresas importavam veículos além da sua cota, pois compensava na conta geral. Agora, com a cotação acima de R$ 3, não compensa mais. O mercado de importados ficou limitado pelo teto das cotas”, afirma Gandini.

O executivo, que também é presidente da filial brasileira da Kia Motors, cita um exemplo prático: “Trouxemos mil unidades do novo Cerato, mas como a cota da Kia para 2016 já estourou, teríamos de pagar o IPI adicional, o que significaria um prejuízo de R$ 12 mil por carro vendido. Por isso, estamos esperando a virada do ano para zerar a cota e colocar esses carros à venda.”

Para o consumidor isso significa acesso mais restrito a veículos que não são fabricados no País. “Sobram clientes interessados em modelos como o Picanto e o Sportage, mas não temos produto para entregar”, diz Gandini.


Para contornar essa situação, a Abeifa pediu ao governo federal a redistribuição de cotas que não foram utilizadas por algumas empresas que encerraram as atividades no Brasil, como a chinesa Geely, ou que foram descredenciadas do Inovar-Auto como fabricantes, caso da Jac Motors. Isso ampliaria a oferta de importados em cerca de 20 mil unidades no ano que vem, de acordo com Gandini. Ele afirma que o pedido foi bem-recebido, mas nada foi feito até agora e não há previsão para que isso ocorra.

Resultados. De janeiro a novembro, foram vendidos 32.516 veículos importados pelas marcas representadas pela Abeifa ­- houve queda de 40,9% na comparação com o mesmo período de 2015. No mês passado, foram emplacadas 2.650 unidades, queda de 33,4% ante novembro do ano passado e alta de 0,4% em relação a outubro de 2016.

O importado mais vendido das marcas da Abeifa no ano até novembro foi o Kia Sportage, com 4.001 emplacamentos, seguido pelo Land Rover Discovery Sport, com 2.959, e pelo Volvo XC60, com 1.915 — três utilitários-esportivos nas primeiras posições, portanto.


Por marca, a líder em vendas é a Kia Motors, com 9.809 unidades. A Land Rover aparece na segunda posição, com 5.732 veículos e a Volvo fecha o pódio com 3.123 emplacamentos no acumulado de janeiro a novembro.

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