Ao retirar o BYD Song Plus para esta avaliação, a tela do quadro de instrumentos marcava 1.080 km de autonomia total. Um alcance e tanto, bem maior que o de picapes a diesel, por exemplo. A tecnologia da fabricante chinesa é referência neste novo mercado de híbridos plug-in. São veículos que combinam motores a combustão e elétricos, e têm baterias maiores que podem ser recarregadas em fonte externa, como tomadas e eletropostos.
O Song Plus chegou no fim de 2022 como o SUV plug-in mais acessível do Brasil. O utilitário estreou com preço equivalente ao do Jeep Compass Trailhawk com motor 2.0 turbodiesel, mas com um conjunto híbrido mais moderno que o do Compass 4xe. O modelo da BYD teve o consumo aferido pelo Inmetro, no padrão do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). E comprovou sua eficiência: é um dos carros mais econômicos à venda no País.
O BYD Song Plus faz simplesmente 38,4 km/l em ciclo urbano. É um consumo de motos e scooters de baixa cilindrada e muito próximo do de carros elétricos. Na estrada, a média alcança 28,1 km/l. Ou seja, até o seu pior consumo supera com folga o Compass 4xe, que tem média de 25,4 km/l. Dessa forma, o Song Plus recebeu nota A na tabela do PBEV. O SUV híbrido plug-in é referência em autonomia e supera os 1.000 km com o tanque de combustível e a bateria cheios.

Como funciona o sistema híbrido do BYD Song Plus
O BYD Song Plus conta com um motor 1.5 a gasolina de 110 cv e outro elétrico com potência equivalente a 179 cv. Juntos, geram 235 cv de força e um torque máximo de 40,8 mkgf. Com este desempenho, o SUV, que tem tração dianteira, acelera de zero a 100 km/h em 8,5 segundos. De acordo com a marca chinesa, o motor a combustão serve para impulsionar as rodas, bem como alimenta o elétrico. Além disso, a bateria tem capacidade de 8,3 kWh.
Na prática, o BYD Song Plus opera tudo isso o sistema sozinho. Ao condutor, basta colocar a alavanca do câmbio na posição “P” e acelerar e frear. No console entre os bancos, próximo da alavanca, há vários botões que permitem selecionar os modos de funcionamento e de condução. Por exemplo, é possível escolher o modo “EV” 100% elétrico, e rodar exclusivamente com eletricidade. Nesta condição, o SUV tem uma autonomia de cerca de 50 km.

Já no modo “HEV”, o sistema da BYD alterna o uso dos motores e os modos elétrico e híbrido de forma a entregar o melhor consumo. Por exemplo, no trânsito urbano, o Song Plus usa o modo elétrico no meio do trânsito e, dessa forma, alcança o consumo impressionante de 38,4 km/l no Inmetro. Mas o consumo vai depender da maneira como o condutor dirige. Aliás, o modelo tem ainda outros três ajustes com os modos de condução Eco, Normal e Sport.

Ao volante do BYD Song Plus
Há vários tipos de carros híbridos no mercado brasileiro atualmente. E muitos outros surgirão nos próximos anos, afinal, a tecnologia híbrida flex será largamente adotada no País a partir de 2025, para que as montadoras consigam cumprir a próxima etapa da lei de emissões (Proconve L8). Seja como for, o Song Plus já oferece o melhor que o híbrido pode proporcionar hoje. Há um modo puramente elétrico, que entrega a experiência do carro a bateria. E há o modo híbrido, que aciona o motor 1.5 a gasolina junto com o elétrico.
Dessa forma, em um congestionamento, o Song Plus funcionará em modo elétrico a maior parte do tempo, reduzindo o consumo de gasolina e as emissões. Caso a bateria descarregue, o sistema usa o motor 1.5, que funciona também como gerador. Para o motorista, o SUV entrega respostas poderosas, com aceleração rápida. Mas não é esportivo e tem ajuste mais macio, com foco no conforto. Por isso, inclina em curvas e “mergulha” nas frenagens.

No dia a dia, o Song Plus é ágil e silencioso no trânsito. Dessa forma, oferece passeios agradáveis e transmite sensação de modernidade ao condutor e aos passageiros. Esse é um ponto que certamente está ajudando o SUV híbrido da BYD a crescer nas vendas. Em setembro, o utilitário importado da China vendeu mais que o Toyota Corolla sedã na versão híbrida, que é feito em Indaiatuba (SP). E não está muito atrás do Corolla Cross hybrid.
SUV híbrido é moderno e sóbrio a bordo
Na cabine, o Song Plus consegue impressionar, embora não seja luxuoso. O SUV tem acabamento bem feito, com revestimentos de couro ecológico em duas cores (cinza petróleo e bege) e detalhes na cor laranja. O painel também é bicolor, com detalhes metálicos e uma moldura preto brilhante que é contornada por uma barra de LED. A iluminação interna tem múltiplas cores que podem ser selecionadas na tela central de 12,8 polegadas.

No fim, como em todos os modelos da BYD, o display do multimídia é giratório e pode ficar também na posição vertical. Dessa forma, é sempre uma atração a bordo. Como ponto alto, o sistema da fabricante chinesa é rápido e fácil de mexer. O seu menu de configurações, aliás, é bastante completo e permite mexer em diversos sistemas, desde o sistema do ar-condicionado até ajustes de assistentes de condução semiautônoma.
O sistema só fica devendo melhor conectividade com iPhone. Isso porque a conexão com Apple Carplay requer o uso de cabo USB. Já para Android Auto há conexão sem fio. Em nossa avaliação, o SUV não tinha chip de internet, o que inutilizou alguns recursos da tela, como o navegador por GPS. Mas a BYD já oferece o modelo com chip e fornece atualizações remotas para o carro, inclusive para as unidades que não dispunham desses recursos.

Para além da tecnologia, o Song Plus tem como ponto forte o espaço interno. Com 4,70 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,68 m de altura e uma distância entre-eixos de 2,76 m, o SUV chinês tem espaço de sobra a bordo para cinco adultos. Ajuda muito o assoalho plano no banco traseiro. Além disso, o porta-malas tem 574 litros de volume. É bastante.

Song Plus híbrido flex e nacional em 2025
O momento do Song Plus e da BYD são excelentes no Brasil. A chinesa vem se destacando nas vendas de híbridos e de elétricos (com o Dolphin EV), e lançou a pedra fundamental da fábrica de Camaçari, na Bahia, mesmo local que foi da Ford por mais de duas décadas. Pois o SUV híbrido esteve na cerimônia e é fortíssimo candidato a ganhar produção nacional a partir de 2025, inclusive com tecnologia híbrida flex, em desenvolvimento no País.

Com a recente tabela de R$ 229.800, o BYD Song Plus ficou mais competitivo e deve acirrar a disputa com o Haval H6. O modelo da conterrânea GWM vem liderando as vendas de híbridos nos últimos meses. Muito desse sucesso veio com o posicionamento de preços combinado à tecnologia híbrida chinesa. Para comparação, o Jeep Compass 4xe sai por R$ 347.300. Já o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid, que tem sete lugares, custa R$ 239.990.
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