Carros de baixa cilindrada com motores a diesel são tradicionais na Europa, mas, no que depender da Volkswagen (maior montadora do continente), isso pode começar a mudar nos próximos anos.
Os esforços da empresa alemã no sentido de produzir automóveis mais “limpos” estão adiantados. Na Europa, a marca decidiu suspender o desenvolvimento de um novo motor 1.5 a diesel, e optou por um sistema híbrido, gasolina e elétrico.
A razão é que os limites de CO2 (dióxido de carbono) e NOx (dióxido de nitrogênio) estão cada vez mais restritos, o que eleva os custos de desenvolvimento. A empresa ainda está sentindo o abalo por causa da fraude nas emissões de diesel, reveladas em 2015.
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Isso explica a opção pelos sistemas híbridos para substituir motores a diesel de baixa cilindrada.
O chefe de pesquisa e desenvolvimento da montadora, Frank Welsch, confirmou à publicação inglesa Autocar que os custos de engenharia no desenvolvimento de propulsores a diesel são muito altos.
Os planos originais previam o lançamento de um novo motor a diesel 1.6 TDI em 2018, para equipar a nova geração do Polo europeu.
No entanto, segundo Welsch, apenas em componentes o sistema de tratamento de gases poderia acrescentar entre 600 e 800 euros (R$ 2.000 a R$ 2.700) no custo do veículo. De acordo com suas declarações à Autocar, “o sistema de tratamento de emissões é tão caro quanto o motor”. E acrescentou que o motor custaria 25% do preço do veículo.
O executivo da Volkswagen disse ainda que “o futuro pertence à hibridização”, por ser a única tecnologia que pode oferecer uma resposta às normas cada vez mais restritas nos limites de emissões.
De acordo com ele, os sistemas híbridos são mais baratos e emitem menos NOx.
Nos próximos anos, a Volkswagen deverá investir em tecnologia híbrida com sistema de recuperação de energia de 48 volts, que proporciona melhor aproveitamento de energia.