Desde setembro de 2020, a Volkswagen anuncia o seu próximo lançamento no Brasil: o SUV Taos. O novo utilitário médio, que chegará em maio importado da Argentina, ficará posicionado entre o compacto T-Cross e o Tiguan Allspace, de 7 lugares. Assim, vai brigar diretamente com o Jeep Compass, lançado em 2016 e que também vai receber uma renovação.
A Volkswagen vai chegar um tanto atrasada na disputa. Desde a estreia, o Compass é um dos SUVs mais vendidos do país. O modelo chegou a fazer dobradinha em 2017 e 2018, quando foi o utilitário mais emplacado. O sucesso do Jeep, portanto, levou a Volkswagen a criar o Taos. Contudo, os dois modelos terão propostas um pouco diferentes também.
Como é o Taos ao vivo
A Volkswagen convidou o Jornal do Carro para ir até a fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), conhecer o Taos. A primeira visão que tive foi lateral: rodas aro 18 com acabamento diamantado, caixas de rodas com formato mais retangular e emolduradas, e chassi comprido. A altura é quase a mesma do Compass, mas o Taos parece maior.
E é. O novo SUV da Volkswagen tem 4,46 metros de comprimento por 1,84 m de largura. Dessa forma, é alguns centímetros mais comprido e largo que o Jeep, que tem 4,41 m, 1,82 m, respectivamente. Em altura, os modelos são quase idênticos, com 1,62 m (Taos) e 1,63 m (Compass). A maior diferença é no entre-eixos: são 2,68 m no VW contra 2,63 m no arquirrival.
Porta-malas de quase 500 litros
Esses 5 centímetros a mais de entre-eixos são facilmente notados do lado de fora. E também por dentro. O espaço para as pernas no banco traseiro é realmente amplo, bem como o espaço vertical. E o porta-malas de 498 litros (segundo a montadora) é um verdadeiro trunfo. Só a título de comparação, o Jeep Compass acomoda 410 litros no bagageiro. São 88 litros a menos.
No banco traseiro, há saídas de ventilação, além de uma entrada USB do tipo C, que, curiosamente, será a única forma de conexão no Taos — há outras duas entradas do tipo C na frente. Além da fartura de espaço, a Volkswagen caprichou no acabamento a bordo. O Taos é bem mais requintado que o T-Cross, embora ainda traga muitas peças de plástico.
A unidade que vimos é da série especial de lançamento Launch Edition, que é feita sobre a topo de linha Highline e, portanto, vem com tudo e mais um pouco. Os bancos são cobertos com couro perfurado, e as portas dianteiras trazem partes macias ao toque. Outro destaque é a faixa (também forrada em couro) que divide o painel em dois níveis.
O volante é o mesmo do crossover compacto Nivus, já com o escudo reestilizado da Volkswagen. Há muitos botões para controlar os diversos sistemas embarcados no modelo. São duas telas de dez polegadas, uma para o quadro de instrumentos Active Info Display, outra para a multimídia VW Play, que foi feita no Brasil e tem uma loja de apps, além de HD interno.
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Inscreva-seFaróis inteligentes e muita eletrônica
Uma das principais atrações do Taos é o sistema IQ Light dos faróis. Além da iluminação 100% em LED, que será padrão em todas as versões, o SUV tem luzes inteligentes na versão mais cara. O sistema usa LEDs matriciais que controlam sozinhos os fachos alto e baixo, e são capazes ajustar a direção das luzes para não ofuscar a visão de quem vem na direção oposta.
Assim, quando equipado com os faróis IQ Light, o Taos descarta as luzes de neblina. A tecnologia trabalha em conjunto com um radar que fica no escudo da grade. É por meio dele que operam vários outros recursos, como o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) com a função Stop&Go, em que o veículo acelera e freia sozinho, acompanhando o tráfego à frente.
O radar frontal também é o responsável por acionar o assistente de frenagem automática de emergência, que aciona os freios se perceber risco iminente de colisão. O dispositivo é capaz ainda de reconhecer animais e pedestres. Entretanto, o sistema do Taos não traz a câmera frontal que, nos últimos anos, tornou-se um importante complemento à leitura do radar.
Sem 4×4, mas com motor turbo flex
Embora tenha o Jeep Compass como “meta”, o Volkswagen Taos não terá a conexão do rival com o mundo 4×4. O SUV da marca alemã vai buscar o público urbano, com tração dianteira e suspensão calibrada para encarar estradas de terra mais leves. O modelo oferecerá ajustes eletrônicos com diferentes modos, mas não contará com motor diesel e tração integral.
Dessa maneira, o Taos brigará com o Compass só nas versões flex. O SUV utilizará o motor 1.4 FSI turbo flexível com 150 cv de potência máxima e 25,5 mkgf de torque, que é feito em São Carlos (SP). Segundo a montadora, a aceleração de zero a 100 km/h leva 9,3 segundos, boa marca para o SUV de 1.420 kg. O câmbio é o automático sequencial de seis marchas.
Trata-se do mesmo conjunto que equipava o Golf e está presente no sedã Jetta, no T-Cross mais caro, e nas versões de base do Tiguan. Em potência, o 1.4 FSI perde para o 2.0 flex de 166 cv do Compass, mas se sobressai no torque, que é de 20,5 mkgf no Jeep (ambos os desempenhos com etanol). Além disso, o motor turbo entrega o torque máximo logo a 1.500 rotações.
Lançamento será em maio
Por enquanto, não pudemos acelerar o Taos. Vimos apenas o modelo estático dentro da fábrica da montadora. Mas é certo que o SUV da Volkswagen vai levar alguma vantagem em aceleração e também no consumo, que tende a ser menor do que o do motor 2.0 flex aspirado do Jeep Compass. O lançamento será em maio, quando chegam as primeiras unidades da Argentina.
Mas antes do Taos, a Toyota vai apresentar a sua novidade. Após mais de um ano de especulações, a japonesa finalmente confirmou o Corolla Cross no Brasil. O SUV será produzido na fábrica de Sorocaba (SP), ao lado da linha Yaris, e estreia no dia 11 de março. No entanto, diferente do Taos, o Corolla Cross vai para cima do Compass com uma versão híbrida flex.