Queridinho dos brasileiros, o Gol não está no topo do ranking de vendas há quase três décadas à toa. A favor do Volkswagen está a fama de confiável, robusto e barato de manter, que desafia novatos e veteranos no segmento.
Em 2008, o hatch entrou em uma nova fase, com a estreia da terceira geração. A mudança acompanhou uma transição no mercado de modelos de entrada, com a chegada de mais concorrentes e a melhoria do nível de tecnologia.
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Com o lançamento do Up!, no início deste ano, o Gol deixou de ser o carro mais barato da Volks. Para brigar em vários subsegmentos, o compacto conta com uma ampla gama de versões – da mais em conta para a de topo a diferença de tabela beira os R$ 25 mil.
Na linha 2015, o líder de vendas traz, como novidades, mudanças no nome de algumas versões e mais equipamentos. Ainda assim, faltam itens disponíveis em rivais, como tela sensível ao toque, por exemplo, que está no “irmão” Up!.
EQUILÍBRIO
Um dos trunfos do Gol é o conjunto bem acertado e eficiente. Sem exageros e luxos, o hatch consegue agradar quem procura por um carro simples e, ao mesmo tempo, funcional.
Com duas portas e motor 1.0, o VW parte de R$ 32.140 na versão Trendline. Com quatro portas, a tabela passa a R$ 34.050.
Os que querem mais potência e equipamentos podem optar pelas configurações 1.6. A Highline, por exemplo, tabelada a R$ 47.750, inclui rodas de liga leve de 16 polegadas, ar-condicionado, som com comandos no volante e por aí vai.
Na prática, essa versão é como um feijão com arroz muito bem feito. Não surpreende, mas entrega o que promete.
O motor 1.6, flexível e com cabeçote de oito válvulas, gera até 104 cv e dá ao hatch desempenho satisfatório, com boa oferta de potência e torque em baixas rotações. O câmbio tem escalonamento adequado, engates curtos e precisos.
Há uma versão 16V, mas, por ora, está disponível apenas para a opção aventureira Rallye.
CONCORRÊNCIA ACIRRADA
A geração atual trouxe grande evolução à linha Gol. Até 2008, o VW concorria com modelos antigos, como o então Fiat Palio, Peugeot 207 (derivado do 206) e o Chevrolet Corsa, que não é mais produzido.
De lá para cá, muita coisa mudou. A Chevrolet, por exemplo, deu uma bela tacada ao substituir seu hatch moribundo pelo Onix, a Hyundai lançou o nacional HB20 e a Toyota começou a fazer em Sorocaba (SP) o compacto Etios.
Nesse meio tempo, a Fiat também investiu pesado em atualizações. Apresentou o novo Uno (2011) e a segunda geração do Palio, historicamente o maior rival do Gol.
Mas o avanço da concorrência não foi capaz de derrubar o VW do topo do ranking de emplacamentos. Por outro lado, afetou, e muito, sua participação nas vendas do segmento.
E vem mais por aí. A Renault prepara o lançamento de um renovado Sandero para julho, enquanto a Ford faz os últimos ajustes para a estreia do novo Ka, que deve chegar em agosto.
E, em breve, um amplo redesenho deve elevar o status do Fox. Com isso, a VW pretende diminuir a concorrência que afeta o Gol até dentro de casa.