A Volkswagen fechou um acordo para indenizar ex-funcionários da filial brasileira que foram perseguidos durante a ditadura militar. O valor total é de pouco mais de R$ 36 milhões. Ele será distribuído para mais de 60 funcionários do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985 e diversas instituições.
Uma comissão criada no governo FHC para investigar abusos durante a época da ditadura encontrou evidências que várias companhias, incluindo a Volkswagen, secretamente ajudaram militares a identificar pessoas consideradas “subversivas” e ativistas sindicais em suas folhas de pagamento. Vários funcionários foram demitidos, detidos ou ameaçados pela polícia e não conseguiram encontrar empregos por anos após os ocorridos, segundo uma investigação criada pela Reuters mostrou em 2014.
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Inscreva-seHiltrud Werner, membro do Conselho de Administração da Volkswagen AG por Integridade e Assuntos Jurídicos, disse: “Lamentamos as violações que ocorreram no passado. Estamos cientes de que é responsabilidade conjunta de todos os atores econômicos e da sociedade respeitar os direitos humanos e promover sua observância. Para a Volkswagen AG, é importante lidar com responsabilidade com esse capítulo negativo da história do Brasil e promover a transparência”.
Divisão do dinheiro
O acordo teve a participação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual e a Procuradoria do Trabalho (SBC). Os R$ 36,3 milhões serão divididos. R$ 16 milhões serão direcionados à Associação dos Trabalhadores da Volkswagen – Associação Henrich Plagge. Esse valor será destinado a ex-funcionários, dependentes ou herdeiros.
Outros R$ 9 milhões vão para o Fundos Federal e Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos (FDD). R$ 10,5 milhões serão destinados projetos de promoção da memória e da verdade em relação às violações de direitos humanos ocorridas no Brasil durante a ditadura militar.
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Desses R$ 10 mi, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) irá receber R$ 4,5 milhões. Disso, R$ 2,5 milhões vão ao centro de antropologia e arqueologia forense; será usado para ajudar a identificar vítimas enterradas em valas comuns. Os outros R$ 2 milhões ao desenvolvimento de novas pesquisas para apurar a cumplicidade de empresas durante a ditadura.
O Memorial da Luta pela Justiça (OAB-SP) e o Centro de Preservação da Memória Política (NPMP) vão receber outros R$ 6 milhões. Este memorial está sendo criado onde era a sede da Auditoria Militar de São Paulo.