Com uma fábrica inteira só sua em São José dos Pinhais, no Paraná, o Volkswagen T-Cross vem liderando as vendas de SUVs no Brasil. O modelo puxa os números do segmento no País (veja o ranking) mesmo com a avalanche de lançamentos nos últimos anos, como, por exemplo, as novas gerações de Chevrolet Tracker, Honda HR-V e Hyundai Creta.
Entretanto, com o atual patamar de preços dos SUVs compactos, chegou a hora de renovar o modelo, à venda aqui desde abril de 2019. A reestilização chega após cinco anos bem-sucedidos, com mais de 320 mil unidades produzidas, e traz mudanças pontuais, porém importantes. O T-Cross sempre foi um dos mais completos, mas faltava, talvez, um capricho a mais.
Pois é justamente este o principal ponto de mudança na plástica da linha 2025. O novo T-Cross traz um requinte visual frente ao anterior, sobretudo na versão Highline, de topo, avaliada pelo Jornal do Carro. Por exemplo, os faróis e lanternas agora são Full LEDs. Na dianteira, o conjunto óptico perdeu os projetores, mas a iluminação é melhor e tem assinatura mais marcante de dia e de noite.
Atrás, o destaque são as novas lanternas, também com iluminação 100% de LEDs e com uma faixa de luz que interliga a peça. O conjunto tem efeito tridimensional e deixa o SUV com aspecto bem mais moderno. Além disso, a VW optou por fazer um desenho diferente do T-Cross europeu, que tem assinatura de luzes em formato de “X”. Cá entre nós, o brasileiro ficou mais interessante.
T-Cross ganha refino interior
O SUV compacto da Volkswagen já tinha conteúdos modernos na lista de equipamentos, alguns deles antes de serem tendência, como o quadro de instrumentos digital e personalizável de 10,25 polegadas. Ou o multimídia VW Play, com tela de 10,1″ e conexão sem fio com celulares Android e Apple. Mas faltava um toque mais sofisticado na cabine do SUV, que era inteira coberta de plásticos.
A linha 2025 chega para corrigir isso e trazer um requinte à cabine. Para isso, o painel foi redesenhado e ganhou revestimento na parte central e no interior das portas, adicionando superfícies suaves ao toque. Além disso, o multimídia foi deslocado mais para frente, emergindo do painel e ganhando formato semi-flutuante. Assim, está mais destacado e apresenta melhor leitura e manuseio para o motorista.
Mas vale dizer que a reestilização ainda ficou devendo algumas coisas. Por exemplo, o T-Cross continua sem chip de internet para atualizações remotas e uso de aplicativos sem a conexão do smartphone. Não há bancos dianteiros com ajustes elétricos. E o SUV mantém o freio de estacionamento por alavanca – alguns rivais, como Fiat Fastback, Creta e HR-V já oferecem o freio eletrônico por botão.
Por falar nisso, o T-Cross Highline 2025 tem a maioria dos botões sensível ao toque. É algo que pode desagradar e requer costume. Tudo é “touch”: é preciso deslizar o dedo na tela e nos comandos do ar-condicionado para ajustar a temperatura ou o volume do som. Também é por toque a seleção dos modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual) e do assistente de baliza, que estaciona o carro sozinho.
SUV compacto com preço de médio
Para compensar eventuais desagrados, o VW T-Cross Highline mantém um dos melhores desempenhos da categoria. É sólido em movimento e forte nas acelerações. O veterano motor 1.4 turboflex de quatro cilindros dá conta do recado com sobra, e entrega respostas rápidas no SUV. São 150 cv de potência e um torque máximo de 25,5 mkgf a partir de 1.400 rpm com gasolina ou etanol. O 0 a 100 km/h leva 8,6 segundos e velocidade máxima de 198 km/h.
O câmbio automático de seis marchas mantém os paddle-shifts no volante, o que é sempre ótimo para quem gosta de acelerar. Com esse conjunto e a tração dianteira, o T-Cross é um dos SUVs compactos mais rápidos, o que o faz alcançar o valor de R$ 190.340 como no exemplar avaliado, que tinha todos os opcionais. Entre eles, por exemplo, teto solar panorâmico (R$ 7.360) e o pacote Dark (R$ 2.600), com rodas de 17″ pintadas de preto.
A unidade avaliada também estava com o pacote ADAS (R$ 3.490), que adiciona assistente ativo de manutenção de faixa (corrige o volante), assistente de baliza, câmera multifunções e alerta de ponto cego. Mas, mesmo sem esses itens, o T-Cross já vem com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem automática de emergência e seis airbags, entre outros itens.
Por tudo isso, o T-Cross Highline 2025 pode assustar no preço. O modelo invade a faixa dos SUVs médios e, completo, é mais caro que as versões de entrada de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Por outro lado, tem desempenho, conteúdos e, agora, visual bem mais moderno. Além disso, tem o maior entre-eixos entre os SUVs compactos, com 2,65 metros, e um porta-malas de 373 litros, expansível a 420 litros.
Versão híbrida fica para depois
Já em relação ao consumo, os números do SUV no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro são razoáveis. O T-Cross 2025 com motor 1.4 turboflex faz média de 8,1 km/l na cidade e de 9,8 km/l na estrada com etanol, e de 11,7 km/l e até 14 km/l com gasolina, respectivamente. Tais marcas só vão melhorar quando o SUV ganhar a tecnologia híbrida flex da Volkswagen, o que deve acontecer daqui a um ano, na linha 2026.
Siga o Jornal do Carro no Instagram!