Pela primeira vez no País desde a “overdose” de lançamentos de utilitários compactos, iniciada em 2015 com o Honda HR-V e o Jeep Renegade, o Chevrolet Tracker se destacou no ranking de vendas. O modelo sempre esteve no rol dos carros rápidos (ao menos, entre os utilitários).
No fim de 2016, ele havia recebido o forte motor 1.4 turbo, de até 153 cv. Desde então, é um dos SUVs compactos mais rápidos do Brasil. Entrou para o clube dos carros rápidos.
Porém, a chegada do motor 1.4 não mudou nada a carreira mercadológica do Tracker. O Chevrolet, que até então ia mal, continuou na mesma: dificilmente passava da oitava posição de seu segmento.
No entanto, algo mudou em janeiro. O Tracker, naquele mês, apareceu com mais de 2 mil unidades vendidas. Surpresa: seria algo momentâneo, fruto de ação de varejo?
Ou seria para valer? O Tracker, finalmente, havia caído no gosto do povo?
Fevereiro chegou para dar a resposta: sim, parece que o brasileiro começou a gostar do Tracker. Como ocorreu em janeiro, ele deve fechar este mês na quinta posição de seu segmento (leia detalhes aqui).
Se isso ocorrer, vai deixar novamente o ex-líder EcoSport para trás.
Mas o que mudou, na linha Tracker, para alavancar as vendas do carro? No fim do ano passado, ele passou a trazer ESP na versão de topo. Essa configuração, aliás, mudou de nome: era LTZ e agora é Premier.
Coincidência ou não, as vendas dispararam logo após essa atualização. Será que o brasileiro considera segurança mais importante que desempenho? Será que os veículos seguros estão ganhando mais relevância que os carros rápidos? Em caso afirmativo, seria uma grata surpresa.
No entanto, ainda é cedo para dizer se foi de fato o ESP que alavancou as vendas do Tracker. A Chevrolet tem feito mais divulgação do carro. Isso é fato.
No entanto, certamente uma boa central multimídia, conforto ao rodar, espaço interno amplo, entre outros itens, são mais considerados pelo brasileiro que a velocidade na hora de definir a compra. Carros confortáveis valem mais que carros rápidos.
Tanto é verdade que o Nissan Kicks, que não anda nada, está vendendo muito. Assim como em janeiro, em fevereiro ele também tem chances de ser o segundo utilitário compacto mais vendido do Brasil.
O Kicks tem todos os fatores citados acima. No entanto, definitivamente, está fora do rol dos carros rápidos.
Crescendo gradualmente, o Nissan evidencia que desempenho não parece ser prioridade para clientes de SUVs compactos.
Esta análise, aliás, é parte do comparativo entre Nissan Kicks e Chevrolet Tracker, publicada hoje no Jornal do Carro. Leia aqui.
VEJA TAMBÉM: CINCO SUVS QUE NÃO ANDAM NADA
1/10
Nissan Kicks
O Nissan Kicks é bonito, espaçoso e tem bom custo-benefício. Não é à toa que está vendendo muito bem. O problema é seu motor 1.6, o mesmo do March, com apenas 116 cv de potência. É pouco para um carro maior e mais pesado que o hatch compacto. Além disso, o lento e confuso câmbio CVT não ajuda na hora de impulsionar a agilidade. Na verdade, ele até atrapalha.
2/10
Nissan Kicks
O Nissan Kicks é bonito, espaçoso e tem bom custo-benefício. Não é à toa que está vendendo muito bem. O problema é seu motor 1.6, o mesmo do March, com apenas 116 cv de potência. É pouco para um carro maior e mais pesado que o hatch compacto. Além disso, o lento e confuso câmbio CVT não ajuda na hora de impulsionar a agilidade. Na verdade, ele até atrapalha.
3/10
SUZUKI JIMNY
O Jimny tem tração nas quatro rodas e até reduzida, que deixam o modelo bem valente no fora de estrada. Mas na hora de pegar o asfalto, o 1.3 de apenas 82 cv sofre para manter o Jimny em velocidade de cruzeiro e pede constantes reduções de marcha.
4/10
SUZUKI JIMNY
O Jimny tem tração nas quatro rodas e até reduzida, que deixam o modelo bem valente no fora de estrada. Mas na hora de pegar o asfalto, o 1.3 de apenas 82 cv sofre para manter o Jimny em velocidade de cruzeiro e pede constantes reduções de marcha.
5/10
RENAULT DUSTER 1.6
Apesar do conjunto interessante, o desempenho não o forte do Duster de entrada. O 1.6 até é novo, com 120 cv, o que deu mais ânimo ao modelo, mas ultrapassagens e retomadas ainda pedem paciência.
6/10
RENAULT DUSTER 1.6
Apesar do conjunto interessante, o desempenho não o forte do Duster de entrada. O 1.6 até é novo, com 120 cv, o que deu mais ânimo ao modelo, mas ultrapassagens e retomadas ainda pedem paciência.
7/10
JEEP RENEGADE 1.8
Principalmente quando equipado com câmbio automático, o Renegade com motor 1.8 flexível até tem bons 139 cv após melhorias recentes, mas ainda precisa de embalo para subidas longas e pede que o motorista não tenha dó de pisar fundo no acelerador para extrair mais força do 1.8.
8/10
JEEP RENEGADE 1.8
Principalmente quando equipado com câmbio automático, o Renegade com motor 1.8 flexível até tem bons 139 cv após melhorias recentes, mas ainda precisa de embalo para subidas longas e pede que o motorista não tenha dó de pisar fundo no acelerador para extrair mais força do 1.8.
9/10
RENAULT CAPTUR 2.0
O Captur de topo até tem um bom 2.0 sob o capô, mas o câmbio automático de quatro marchas limita muito o desempenho do propulsor. Na cidade, ele até vai bem, mas quando o motorista precisa de respostas mais rápidas, a transmissão rateia e as relações longas deixam o modelo bem mais lento do que poderia ser.
10/10
RENAULT CAPTUR 2.0
O Captur de topo até tem um bom 2.0 sob o capô, mas o câmbio automático de quatro marchas limita muito o desempenho do propulsor. Na cidade, ele até vai bem, mas quando o motorista precisa de respostas mais rápidas, a transmissão rateia e as relações longas deixam o modelo bem mais lento do que poderia ser.
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