Quem assistiu “Rush – No Limite da Emoção” sabe que as disputas entre Ferrari e McLaren não são de hoje. O filme mostra a briga pelo título de 1976 da Fórmula 1 entre Niki Lauda, da equipe italiana, e James Hunt, da inglesa. Em 1990, o duelo foi reeditado; na ocasião, a McLaren de Ayrton Senna superou a Ferrari de Alain Prost.
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Mika Hakkinen, na equipe inglesa, ganhou de Michael Schumacher, representando a italiana, os títulos de 1998 e 1999. Em 2007, Kimi Raikkonen, de Ferrari, derrotou, na última corrida, não apenas um, mas dois pilotos da McLaren: Lewis Hamilton e Fernando Alonso.
No ano seguinte, veio a revanche inglesa: Hamilton tirou o ferrarista Felipe Massa o título na última curva da última corrida.
Eu poderia passar horas escrevendo sobre a bela e empolgante rivalidade entre Ferrari e McLaren na Fórmula 1. Mas, no momento, as duas marcas estão meio por fora da briga por títulos da categoria – os últimos anos foram dominados pela Red Bull e a Mercedes agora promete se sobressair por um longo período.
Nos salões automotivos, porém, a briga entre Ferrari e McLaren vem ficando cada vez mais quente – e não há carro da Mercedes que faça frente à magia dos superesportivos das duas marcas. No Salão de Genebra (Suíça), que começa na semana que vem, elas prometem disputar as atenções da imprensa e dos visitantes com suas estreias mundiais.
No “time” italiano, o “piloto” será a 488 GTB. O modelo é uma versão atualizada da 458 Italia. Tem a carroceria do superesportivo mais antigo, mas um novo motor V8 turbo, que tem 661 cv. Com ele, a máquina leva 3 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h (confira mais detalhes aqui).
A equipe inglesa contra-ataca com o “piloto” 675LT, que, ao menos nos números, promete reviver as temporadas de Fórmula 1 1976, 1990, 1998, 1999 e 2008. Assim como a Ferrari 488, o novo McLaren também é derivado de um já existente (o 650S, que por sua vez é uma variação do MP4-12C).
O 675LT tem 675 cv em seu 3.8 V8. De acordo com a montadora, ele é um milésimo de segundo mais rápido que o concorrente na hora de acelerar de 0 a 100 km/h (são 2,9 segundos). Ponto para os ingleses.
O resultado, porém, só sai no 2 de março, quando os dois modelos forem mostrados durante o primeiro dia de prévia do Salão de Genebra. Meu palpite? Vai dá Ferrari. É porque salão sem carro da marca italiana parece que nem é salão. Não tem o mesmo “tempero”.
É louvável, porém, a tentativa da McLaren de reverter o jogo. A mesma coisa aconteceu no mesmo Salão de Genebra, mas em 2013. Ali, enquanto a italiana apresentava sua híbrida LaFerrari, a inglesa contra-atacava com o P1, igualmente equipado com a tecnologia sustentável. Ambos cativaram a atenção do público e da imprensa.
Na briga pelos holofotes, vale tudo. É bem possível que Jenson Button apareça por lá para apresentar o 675LT. Isso porque o inglês é presença confirmada na noite de pré-estreia da Honda, um dia antes da coletiva de imprensa da McLaren. Por lá, ele vai mostrar o Civic Type-R e o NSX (que, na verdade, já foi revelado no Salão de Detroit, mas em Genebra aparecerá com logotipo da Honda, em vez da Acura).
A ideia era levar Fernando Alonso, mas o espanhol está de licença após sofrer acidente na semana passada, em sessão de testes em Barcelona.
E a Ferrari? Será que deixará por isso mesmo ou vai deslocar um de seus dois pilotos, ambos campeões mundiais. Neste caso, a escolha seria o monossilábico e avesso a eventos de patrocinadores Raikkonen, que tem a seu favor o fato de ter sido o último campeão da Ferrari, ou o simpático e falante Sebastian Vettel, cujo trunfo é ser o maior campeão em atividade?
Em tempo: além de Ferrari, McLaren e Honda, a Audi elegeu o Salão de Genebra para revelar um superesportivo. A nova geração do R8 (saiba mais aqui) promete brigar com os outros três pelos holofotes do evento. Isso sem falar na Porsche, que, além do Cayman GT4 (leia mais detalhes), anunciou que levará ao salão suíço um esportivo inédito.
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