Alguns já fizeram muito sucesso. Outros nem chegaram a decolar. Na lista dos carros decadentes do mercado brasileiro, tem de tudo.
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Tem hatch veterano e hatch mais novo. Tem SUV compacto e utilitário de luxo. Tem sedã que já deveria ter ido embora, mas insiste em ficar.
Em comum? Vendas muito baixas. Ou, ao menos, baixas para o segmento em que atuam. Ou, também, quase insignificantes, perto do que já venderam no passado.
Um dos reis da lista de carros decadentes é o Fiesta Sedan. A Ford até chegou a tirar o carro de linha, mas voltou atrás. Oficialmente, ele ainda está sendo vendido no País.
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No mês passado, o Fiesta Sedan teve apenas 63 unidades vendidas.
Só não dá para dizer que ele é o mais decadente de todos porque, na verdade, esse Fiesta Sedan nunca foi um absoluto sucesso. Ao menos, não nesta geração.
A Ford optou por trazê-la do México – enquanto o hatch é feito no Brasil. E não investiu muito no sucesso desse três-volumes. Porém, ele já vendeu muito mais que agora.
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Ford com câmbio automatizado Powershift
A transmissão de dupla embreagem Powershift deu e dá tantos problemas que está muito longe de ser uma boa opção de compra no mercado de usados, nem levando-se em conta que a Ford estendeu para dez anos a garantia do sistema. A montadora está abandonando esse tipo de câmbio, tanto que o novo EcoSport passou a empregar sistema convencional, com conversor de torque. Além do Eco anterior, o Fiesta e o Focus também utilizam sistema Powershift.
Effa M100
A Effa estreou no Brasil há dez anos, com o M100. Mas o modelo tinha desempenho fraco, acabamento simples demais e pouca estabilidade, além de baixa qualidade. Não durou no mercado, e não tem motivos para ser considerado como opção no mercado de usados.
Fiat com câmbio automatizado
Lojistas evitam pegar modelos da Fiat com câmbio Dualogic, automatizado. Diferentemente do sistema da Ford, o problema dos Fiat não é quebra, mas lentidão nas trocas. A foto é de um Punto, mas poderia ser também do Palio, Stilo, Siena, Linea, etc.
JAC J5
O lojista Álvaro Mari, da Primo's Car, evita veículos chineses em geral em sua loja, na Zona Norte de São Paulo. No caso do J5, há outras razões: o motor 1.5 está subdimensionado para o modelo. E a JAC está paralisando a importação de seus modelos urbanos (J2, J3 e J3 Turin), e o J5 pode entrar na lista. A ideia é concentrar esforços nos SUVs, caso do T40 e T5 e T6.
Citroën DS5
Na loja multimarcas Trans-Am Faraj, na Zona Norte, um reluzente Citroën DS5 já completou um ano no estoque. O motivo pode estar na falta de teto solar, item considerado indispensável nesse tipo de automóvel. Sem ele, o carro vira mico.
Geely EC7
A foto é do sedã EC7, mas poderia ser a do compacto GC2. A Geely teve vida muito curta no País. Chegou em 2014 e partiu em 2016. Sem representação, a assistência técnica (peças e mão-de-obra) torna-se uma incógnita.
Chevrolet Agile com câmbio automatizado
O câmbio automatizado na Chevrolet, batizado de Easytronic, equipou Agile e Meriva, e não deixou saudades. As trocas eram demoradas e feitas com trancos, motivo pelos quais os modelos são evitados pelos lojistas.
Lifan 320
O 320 (a foto é do modelo 2010) era uma cópia de baixíssima qualidade do Mini, que parou de ser importado. Com isso, a desvalorização aumentou muito. Lojistas e seguradoras não querem correr riscos com modelos assim.
Volkswagen com câmbio automatizado
A foto é do Voyage, mas também poderia ser do Fox, do Gol, do Polo... O câmbio automatizado da Volkswagen também não é muito bem visto pelos lojistas, por causa das demoras nas trocas de marcha.
Chery Celer
Os carros da Chery também não escapam da rejeição dos lojistas, a exemplo do que ocorre com outros chineses. É o caso do comerciante Álvaro Mari, da Primo's Car, que evita comprá-los, por saber que a revenda será complicada.
Ex-sucessos que são carros decadentes
Se o sedã da geração atual nunca foi um sucesso absoluto de vendas, o hatch já foi o Ford mais emplacado do País. Agora, ele entrou na lista dos carros decadentes.
No mês passado, o hatch Fiesta teve 1.182 emplacamentos. Pode parecer muito, mas não é. Afinal, seus rivais, Polo e Argo, estão na lista dos dez mais vendidos.
O Yaris, lançado recentemente, ficou entre os 20 mais emplacados em agosto. Já o Fiesta não apareceu nem no “top 50” de emplacamentos.
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O Fiesta mudou recentemente, mas já perdeu totalmente seu apelo. Rivais mais modernos chegaram, e o Ka ganhou espaço, tirando vendas do hatch premium.
Além disso, o Fiesta renovado não perdeu o câmbio Powershift. Essa transmissão ganhou má fama no mercado brasileiro.
O Siena já foi o sedã mais vendido do Brasil. Agora, está na lanterna do segmento de três-volumes compactos de entrada (já que Fiesta e City são premium). Entrou, de vez, na lista dos carros decadentes.
No mês passado, o Fiat somou 1.603 unidades vendidas. O fim de linha está próximo? Talvez não. Afinal, o Cronos, novo sedã da marca, não tem versão 1.0, que o veterano tem. Não dá para esperar, porém, grandes novidades no que ainda resta de história para o Siena.
Por fim, o Uno está em plena decadência este ano. Ele foi reposicionado após a chegada do Mobi, e ficou mais caro. Com isso, um dos carros mais bem sucedidos da história da Fiat passou a vender menos de mil unidades ao mês.
Porém, a marca levou de volta à linha o antigo motor 1.0 de quatro cilindros, e reduziu o preço do Uno. Como resultado, ele teve mais de 2.500 emplacamentos em agosto, um ótimo resultado.
Talvez ainda exista esperança para o Uno e ele consiga sair da lista de carros decadentes.
Outros carros decadentes
Ainda entre os hatches, o March vai mal. Enquanto o Onix já chegou a vender mais de 20 mil unidades/mês, e Ka e o HB20 ficaram em torno de 10 mil, o Nissan tem volumes semelhantes aos do dois-volumes premium decadente Fiesta.
Em agosto, somou 1.244 emplacamentos. 208 e C3 também não estão em seus melhores momentos. Nunca fizeram sucesso como o rival Fiesta, é certo. Porém, somaram 641 e 507 emplacamentos no mês passado, respectivamente.
Entre os SUVs, um dos carros decadentes é o WR-V. No ano passado, quando foi lançado, ele teve um bom começo. Porém, vem perdendo espaço desde o início de 2018.
No ano, já foi ultrapassado por Tracker, Duster e Captur. Agora, está à frente só de 2008 e Tiggo no segmento de SUVs compactos.
Entre os médios, o Outlander já chegou a vender mais que o ASX. Neste ano, porém, perdeu bastante espaço, e dificilmente chega às 200 unidades/mês. Em agosto, até que teve um bom mês, com 219 emplacamentos.
O Evoque, que teve ótimos anos no País, deixou de aparecer na lista dos dez carros de luxo mais vendidos após a chegada do Volvo XC40 e do Jaguar E-Pace.
Segmentos decadentes
Hatches médios, sedãs médios, minivans, peruas. A proliferação dos SUVs compactos fez desapareceram, um a um, esses segmentos.
Minivans e peruas praticamente não existem lá. Há a Spin, que até vende bem, diante de uma concorrência que não existe.
Peruas? Weekend, SpaceFox e Golf Variant têm volumes insignificantes. E quanto aos hatches? Ainda há o Cruze Sport6, o Focus e o Golf. Os volumes são tão baixos (de 200 a 300 unidades) que dificilmente eles terão sucessores.
De sedãs, ainda conseguem sobressair o Corolla, o Civic e o Cruze. O Jetta mudou de geração agora, para tentar a sorte. Os outros modelos respiram por aparelhos.
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