Primeira Classe

Como é voar na nova classe executiva da Air France

De Paris a São Paulo, no Boeing 777, configuração é 1-2-1. Conforto e privacidade são pontos altos

Rafaela Borges

17 de mar, 2017 · 8 minutos de leitura.

Como é voar na nova classe executiva da Air France
Crédito: De Paris a São Paulo, no Boeing 777, configuração é 1-2-1. Conforto e privacidade são pontos altos

(Fotos: Rafaela Borges/Estadão)

 

Sai o antigo layout 2-3-2, entra o 1-2-1, no formato “espinha-de-peixe”, que, para mim, é um dos mais interessantes entre os adotados nas classes executivas das companhias aéreas. Com isso, a “business class” da Air France ficou mais confortável, luxuosa e, principalmente, passou a oferecer privacidade extra aos passageiros.


(No Instagram: @primeiraclasse_estadao)

O voo foi de Paris (Charles de Gaulle) a São Paulo (Cumbica), no Boeing 777, e a experiência começou já no terminal 2E, onde estão os portões M, usados pela Air France e por outras companhias da aliança SkyTeam (KLM e Delta). A área mais parece um shopping de alto luxo, com lojas das grifes mais badaladas do mundo (Prada e Chanel, entre outras) e restaurantes com ambientes sofisticados.

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POLTRONAS


 

 


 


 

 


 

Lá também está a sala VIP da Air France, chamada de Salon Lounge. Imensa e com diversos ambientes (para descansar, dormir, bater papo, tomar drinks, apreciar a vista para a pista do aeroporto ou comer), ela traz como destaque 20 minutos de tratamento relaxante gratuito em spa coordenado pela marca de cosméticos premium Clarins. Basta chegar à sala e fazer o agendamento. Uma ótima pedida para quem tem conexões longas (não era meu caso).


Escolhi um assento na janela, individual, já que estava viajando sozinha. Porém, quem ocupa as poltronas do meio também tem muita privacidade. Uma divisória (de fácil remoção, para o caso dos que viajam acompanhados) separa totalmente os dois assentos. Não é preciso nem ver o passageiro ao lado.

Como na KLM, companhia “irmã” da Air France, há apenas duas opções de ajuste automático da poltrona: decolagem (assento na posição vertical) e cama. Falta o intermediário, descanso, que a maioria das companhias oferece. Porém, é fácil encontrar essa configuração “no meio do caminho”, ao acionar a opção “cama”.

O apoio para os pés integrado à poltrona é curto. Para descansar, o passageiro usa o apoio à frente, posicionado abaixo da tela. Ele e a poltrona, quando totalmente reclinada, formam uma cama “flat-bed” muito confortável, e com boa largura – superior à oferecida pela maioria das empresas aéreas.


 

DETALHES


 

 


 


 

Como a classe executiva não estava lotada, consegui um cobertor extra para forrar a cama, deixando-a ainda mais confortável. A tela é sensível ao toque e, como na KLM, pode ser comandada por um dispositivo remoto. É possível visualizar informações diferentes nos dois aparelhos – assistir um filme no monitor e ver mapas no dispositivo remoto, por exemplo.


No console ao lado da poltrona, há um grande porta-objetos, bom para armazenar o kit de amenidades (com produtos da Clarin) e outros pertences pequenos. Senti falta de um local para guardar a bolsa – tive de colocá-la no compartimento sobre o assento. Em compensação, há área para guardar os sapatos e, além das tradicionais meias, é oferecido um par de chinelos.

A refeição é um dos pontos altos e honra a tradição culinária francesa. Optei por um cordeiro com purê de batata no almoço (o voo era diurno) e estava bastante saboroso. Porém, achei o cardápio complicado demais – e faltou opção em português; havia versões em francês e inglês. Explicado pelos chefs de cozinha que o conceberam, os pratos eram difíceis de entender.

SALA VIP


 


 

 


 

No jantar, foi servida uma refeição leve. Duas das três opções incluíam frutos do mar – algo incomum, já que as alergias a esse tipo de alimento são comuns.


O atendimento é bom. Antes da decolagem, o chefe dos comissários passa de poltrona e poltrona perguntando se o embarque foi bem e se o passageiro tem alguma solicitação especial. Ao fim do voo, ele cumprimenta individualmente cada passageiro.

A comissária que me atendeu foi bastante educada. O serviço da Air France, um de seus pontos críticos no passado, está melhorando demais.

O embarque no Charles de Gaulle foi rápido. Como a aeronave não tinha primeira classe, e a executiva não estava cheia, não houve nem filas. Os passageiros da “business” têm prioridade no raio X e na imigração no aeroporto da capital francesa. Em Guarulhos, a mala já estava na esteira quando cheguei para retirá-la – aplausos para o serviço rápido, já que não havia fila na imigração.


Gostei bastante da nova executiva da Air France. Para mim, o ponto alto é o conforto – um dos melhores entre as companhias aéreas com as quais já voei.

Para quem não tem cartão de fidelização da Air France ou da SkyTeam, a companhia francesa tem parceria com a Smiles, da Gol. Quem voa Air France pode pontuar no programa brasileiro.

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